CAE APROVA INSPEÇÃO DO TCU NA AUDITORIA DO BANCO CENTRAL NO BANESTADO
Osmar Dias afirmou que foram gastos R$ 5,1 bilhões no saneamento do Banestado, cuja privatização será feita pelo preço mínimo de R$ 434 milhões. O senador defendeu a suspensão do leilão de privatização, marcado para 18 de outubro.
O parlamentar afirmou que a ação de mais de 30 empresas acusadas de desviar recursos do banco foi "tão ousada que lembra os filmes de Al Capone". Citou o desconto dado para as Indústrias Bonetti S/A, que alcança mais de 94% do total de sua dívida para com o banco.
O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) disse que duas das empresas acusadas pertencem a sergipanos. A Construtora Habitacional, segundo ele, é do ex-governador do Estado, João Alves, enquanto a Transportadora Amorim é do genro deste. Já Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que essas empresas tinham como endereço fictício no Paraná a residência do deputado estadual Joaquim dos Santos Filho.
Requião disse que o deputado é pai do ex-diretor do Banestado Leasing, Osvaldo Magalhães, exonerado após as denúncias, mas designado secretário de Estado em seguida. Magalhães morreu em acidente automobilístico e, segundo o senador, tem hoje um busto de bronze erigido na praça que leva seu nome em Curitiba, por decisão do atual prefeito Cássio Taniguchi.
A CAE aprovou também requerimento de Osmar Dias solicitando uma conferência do ex-ministro e economista Celso Furtado na Comissão. O pedido original foi de uma sessão de homenagem ao ex-ministro, mas foi transformado na realização da conferência. Todos os requerimentos de Osmar Dias foram aprovados por unanimidade.
Também foi aprovado pela comissão requerimento do senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) convidando representantes do Ministério da Fazenda, da Caixa Econômica Federal, do Banco Central e da Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano para instruir o projeto de lei do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) - do qual Alcântara é relator - que altera o índice de correção da prestação da casa própria.
Outro requerimento de Alcântara aprovado pela CAE convida o ministro da Justiça, José Gregori, para explicar a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que puniu órgãos representativos dos médicos sob a acusação de impor preços de honorários às empresas de seguro saúde.
12/09/2000
Agência Senado
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