Camata pede mais proteção para pessoas idosas
O senador Gerson Camata (PMDB-ES) apresentou nesta quarta-feira (13) uma série de estatísticas provando que os idosos brasileiros estão expostos à violência, inclusive da parte de seus familiares. Em Brasília, por exemplo, um núcleo de acompanhamento da terceira idade registra uma média de 95 agressões por mês.
- Sabemos que a amplitude desse quadro é muito maior, porque muitos idosos deixam de denunciar os maus tratos com medo de represálias ou por vergonha, preferindo sofrer calados, o que nos obriga a fazer muito mais para protegê-los - afirmou Camata.
O senador lembrou que na sexta-feira (15) comemora-se o Dia Mundial de Combate à Violência contra o Idoso, ocasião propícia para uma avaliação sobre os avanços na luta contra esse problema. Desde 2004 vigora no Brasil o Estatuto do Idoso, texto legal resultante de projeto de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS). Foram também criados órgãos especializados de fiscalização das condições dos idosos. Ainda assim, na opinião do parlamentar capixaba, o preconceito contra a velhice não tem diminuído como se esperava.
Pesquisa da Fundação Perseu Abramo indica que a velhice é considerada negativa para 90% dos brasileiros, que a associam a debilidade e a doenças. Para os jovens, a população na terceira idade é considerada "incapaz, ultrapassada e infeliz". De acordo com levantamento do Núcleo contra a Violência ao Idoso, órgão da Prefeitura de Vitória, a maioria das vítimas das agressões são mulheres com idades entre 70 e 80 anos, e a maior parte dos agressores são filhos e netos, geralmente viciados em álcool ou em outras drogas. A Delegacia de Atendimento ao Idoso de Salvador recebeu, entre setembro do ano passado e janeiro deste ano, 1.458 queixas de idosos vítimas de violência. Entre os agressores, os filhos aparecem em primeiro lugar, seguidos de vizinhos, depois netos, genros e noras.
A população idosa no Brasil - a partir dos 60 anos de idade - já representa 18 milhões de pessoas - quase 10% do total da nossa população - e vai chegar a 30 milhões daqui a 18 anos, em 2025. Camata chama a atenção para a advertência do educador Paulo Freire: a sociedade pode tornar o idoso um encargo ou um patrimônio, dependendo das condições que lhe forem proporcionadas.
Em Vitória e em outras cidades brasileiras, serão realizados, na próxima sexta-feira, atos públicos para marcar a passagem do Dia Mundial da Combate à Violência contra o Idoso.
13/06/2007
Agência Senado
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