Capiberibe defende manutenção do paneiro nas feiras do Norte
O senador João Capiberibe (PSB-AP) defendeu nesta segunda-feira (7) a manutenção do uso do paneiro, cesto feito da tala de arumã e muito utilizado em feiras e mercados da Amazônia para o transporte de produtos agrícolas e pescado. Ele destacou que a existência do paneiro está ameaçada pela Instrução Normativa nº 9, que estabelece normas para embalagem e rotulagem de alimentos comercializados em feiras e centrais de abastecimento em todo o país.
Capiberibe disse que representantes do Ministério da Agricultura, da Vigilância Sanitária, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), da Central de Abastecimento S/A (Ceasa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa da Agropecuária (Embrapa) participaram de encontro técnico sobre embalagem e rotulagem para discutirem como evitar a proibição dos paneiros em feiras do Pará.
O senador explicou que o paneiro é usado no Pará desde o século 18 e que sua proibição implicará o desemprego de milhares de artesãos. -Circulam pela Ceasa cerca de 8 milhões de paneiros por ano e 41% dos produtos comercializados são embalados com paneiros. Isso sem contar as cerca de 40 feiras de Belém-, observou. Capiberibe também assinalou que o material do paneiro é biodegradável.
- Esse material será substituído pelo plástico, ao invés de desenvolvermos a agregarmos tecnologia ao paneiro. Essas normas reproduzem orientações de países ricos, que querem globalizar suas exigências. Pode parecer que estou defendendo o arcaico contra o moderno, mas estou defendendo esses empregos e a manutenção da natureza amazônica - concluiu.
07/06/2004
Agência Senado
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