CARLOS BEZERRA RECLAMA DA FALTA DE UMA POLÍTICA ARROJADA PARA A AGRICULTURA



O descaso com que as autoridades federais tratam a agricultura e a falta de uma política agrícola no passado e no presente foram condenados pelo senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), que pediu ao presidente da República e ao ministro da Agricultura uma política arrojada para o setor. Ele fez um apelo, ainda, para que o governo não se deixe enganar pelos prognósticos delineados para a primeira colheita do próximo milênio.- Tenho convicção de que, se o governo federal não tomar providências imediatas, a produção de grãos estará comprometida logo no início do novo milênio. Digo isso porque, em contraste com a euforia verificada no ano passado, quando os plantadores de soja forma premiados com uma grande colheita e bons preços, a safra de 99 não deverá repetir o mesmo desempenho, nem deverá mais a soja contar com uma alta cotação no mercado mundial - afirmou.Assinalando que a expectativa, alimentada até há pouco tempo, de que a primeira safra do ano 2000 alcançaria a faixa de 90 milhões de tonelada de grãos não se sustenta mais, Carlos Bezerra disse que os agricultores do Brasil inteiro, e mais particularmente os do Mato Grosso, têm consciência de que, se o governo mantiver sua inflexibilidade quanto à renegociação das dívidas dos produtores, não haverá como o campo honrar o prognóstico de boa colheita na próxima safra.Segundo o senador, as entidades que representam os produtores rurais apostam, para contornar o estrangulamento financeiro e a inadimplência, na aprovação do substitutivo ao Projeto de Lei nº 4.895/99, de autoria do deputado Ronaldo Caiado, que pertence à bancada ruralista do Congresso Nacional. O projeto, que prevê a redução de débitos derivados de operações de crédito, estabelece um prazo de pagamento de até 20 anos, com prestações anuais, iguais e sucessivas, vencendo a primeira em outubro de 2003, com taxas de 3% ao ano.Outra proposta que os produtores rurais pretendem apresentar ao Executivo é o denominado "crédito flutuante", que altera a forma de pagamento dos créditos para financiamento de custeio e investimento na safra 1999/2000.- Em vez da rigidez e austeridade nas datas de pagamento, fica autorizada ao produtor a possibilidade de pagamento em qualquer data do ano corrente, tudo ajustado a acréscimos de pequenas taxas de juros. Desse modo, assegura-se maior rentabilidade ao produtor, que deixa de ocupar uma posição frágil na cadeia econômica diante do poder excepcionalmente avantajado dos compradores de produtos agrícolas - concluiu.

12/08/1999

Agência Senado


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