Casagrande: crise no DF deve gerar mudanças na política



Renato Casagrande (PSB-ES) afirmou nesta terça-feira (9) que a crise do Distrito Federal, com a prisão do governador, a renúncia do vice e a interinidade do atual chefe do Executivo, deve provocar mudanças importantes nas instituições brasileiras. O senador disse que nenhuma unidade da federação pode enfrentar dificuldades tão profundas sem buscar o aperfeiçoamento de suas instituições, e citou o caso do Espírito Santo, "que passa o Judiciário a limpo depois de uma série de denúncias".

Em aparte, o senador Magno Malta (PR-ES) recomendou cautela na abordagem da crise do Distrito Federal para não ficar parecendo que essa unidade federativa é "um grande poço de desgraças". De acordo com Malta, "aqui vivem pessoas de bem e homens públicos honrados". No Espírito Santo, segundo ele, o "processo depurativo" da Justiça é doloroso, mas vale a pena e deve servir de exemplo para todo o país.

Cristovam Buarque (PDT-DF), também em aparte, pediu que se aproveite a crise para inaugurar a "Brasília ética". O senador disse esperar que o Distrito Federal passe por um processo de renovação política, com governantes que cumpram seus mandatos de maneira decente.

Mulheres

Em seu discurso, Renato Casagrande também homenageou as mulheres e disse que elas ainda precisam percorrer um longo caminho em busca da igualdade de oportunidades. Ele citou como exemplos de problemas a serem superados o pagamento às trabalhadoras do sexo feminino de salários mais baixos pelo mesmo tipo de atividade desempenhada pelos homens e a representação pequena das mulheres no Parlamento, apesar de constituírem mais da metade da população brasileira.

- Não que nós devamos orientar o nosso voto por gênero, homem ou mulher, mas a atividade da mulher é cada vez mais intensa e vai permitir que elas tenham uma participação mais ativa, mais presente, num percentual maior na representação política deste país, seja no Legislativo, seja no Executivo, em todas as esferas - observou.

Petróleo

Renato Casagrande comentou também a emenda dos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG) que divide os recursos dos royalties do petróleo, mesmo fora da camada pré-sal, conforme os Fundos de Participação dos Estados (FPE) e Municípios (FPM). Respondendo a um aparte de Magno Malta, Casagrande disse que o Senado não pode permitir a aprovação de uma proposta que desequilibra a federação.

Em aparte, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) recomendou aos estados produtores de petróleo "muita briga" para que não aconteça com eles o que ocorreu com Minas Gerais - "cheia de buracos" deixados pela mineração.

Magno Malta, também em aparte, referindo-se a uma suposta ameaça do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), de "passar o rodo" na votação das propostas do pré-sal, afirmou que "ser aliado não significa ser subserviente" e prometeu reagir a qualquer prejuízo ao Espírito Santo.



09/03/2010

Agência Senado


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