Casal se destaca na produção de alimentos orgânicos



O agricultor Avelino Potter e a esposa Edite, assentados na Fazenda do Sobrado, no município de Pinhal Grande (RS), garantem a sobrevivência com uma produção diversificada no lote de terra de 22 hectares.

São três hortas orgânicas sob os cuidados do casal. A maior delas tem 0,67 hectare e possui uma variedade de legumes e verduras. Na outra ponta da atividade produtiva está o leite, fonte principal de receita da família, com produção mensal de 1,6 mil litros e renda de cerca de R$ 1,05 mil.

"Duas vezes por semana, eu e minha esposa fazemos rodízio para levar os produtos da horta para a cidade", diz Potter. Em 15 anos, ele conseguiu uma clientela fiel, que compra as verduras, legumes, ovos, queijos e doce de leite. Menciona que é fácil a comercialização, já que os alimentos saem novos e fresquinhos do campo.

Beterraba, alface, couve, cenoura, rúcula, rabanete e tempero verde são os produtos mais comercializados da horta, conta Potter. Mas não fica por aí: as vendas também abrangem repolho, cebola, alho, mandioca, batata-doce, além de amendoim.

Uma indústria de beneficiamento de leite da região compra o produto do agricultor a R$ 0,88 cada litro. Do total de 1,6 mil litros, 700 litros são destinados para a elaboração mensal de 70 queijos e pelo menos 15 vidros de doce de leite.

Inserção em projetos de hortas 

O agricultor foi selecionado para plantar milho, feijão e soja orgânica pelo projeto "Desenvolvimento Sustentável da Reforma Agrária no RS", operacionalizado pelo convênio Incra/Fapeg/Embrapa (ConFIE), cuja terceira edição foi de 2008 a 2012.

São 0,8 hectares com as três culturas. O ConFIE dá enfase à geração de renda e à inclusão nos mercados consumidores da produção da reforma agrária priorizando a agricultura com base ecológica.

Potter, também, foi inserido no "Projeto Quintais Orgânicos de Frutas", da Embrapa Clima Temperado. Foram plantadas 75 mudas de árvores frutíferas. "Temos hoje laranja, bergamota, limão, amora, jabuticaba, pitanga, figo, pêssego, romã, guabiroba e araçá", afirma o assentado.

O Projeto Quintais foi implantado em municípios no RS, SC e PR, além de zonas com fronteira com o Uruguai para oferecer segurança alimentar por meio do fornecimento de frutas durante os 12 meses do ano.

Segurança alimentar

O casal adquire poucos produtos na cidade. Fazem parte da cesta básica de compras açúcar, sal, arroz, café, farinha de trigo e material de higiene. "A produção ainda não é suficiente para participar do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)", afirma o agrônomo da Emater Eduardo Luft, profissional da prestadora de assistência técnica. Mas, a previsão é que o aumento em 0,18 hectares na horta maior ajude a família a ser selecionada para pelo menos um programa federal.

"Melhorada de vida"

"Deu para dar uma melhorada de vida", diz Potter, sorrindo. Declara que poderia estar hoje na periferia das cidades, já que conhece muitos que estão nessa situação.

A alegria também é por acompanhar os filhos estudando – além de uma filha que já é assentada, a outra, Fernanda (22 anos) é formada em Técnica em Agropecuária, com habilitação em Agroecologia. Já o filho Adriano, 23 anos, cursa graduação em Agroecologia. Ambos possuem forte consciência ecológica e social e têm bem presente a questão da sucessão familiar. "A Fernanda trabalha em um município vizinho e todo o final de semana vem nos ajudar nas hortas", ressalta o agricultor com satisfação.

Fonte:
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária



17/10/2013 15:52


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