Casualidade levou procurador a conhecer pesquisa
As precárias condições de uma escola no interior do Amapá ajudaram o promotor Haroldo Franco a descobrir e denunciar a utilização de "cobaias" humanas durante a coleta de dados para uma pesquisa sobre a malária coordenada pela Universidade da Flórida, em parceria com instituições nacionais como a Fundação Oswaldo Cruz e a Universidade de São Paulo (USP).
Durante audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), nesta quarta-feira (8), Franco relatou ter ido à comunidade de São Raimundo do Pirativa (AP), onde foram coletados os dados para a pesquisa, para observar as condições de uma escola semi-destruída. Depois de constatar que o local não podia mesmo garantir a segurança dos alunos, ele se reuniu com a comunidade local e perguntou que outros problemas tinha a comunidade.
O procurador ficou sabendo, então, que o posto de saúde também estava em condições ruins. Ao visitá-lo, constatou que, bem ao lado, funcionava um laboratório muito bem equipado.
- A que servia aquele laboratório? - questionou-se então o procurador, segundo relato apresentado à comissão. Foi então que começou a conhecer detalhes da pesquisa.
A casualidade levou o representante na audiência do Ministério de Ciência e Tecnologia, Isaac Roitman, a comentar que o Brasil vive a "incoerência" de ter, lado a lado, uma escola em ruínas e um laboratório científico em bom funcionamento.
- Para termos uma boa pesquisa, em benefício da sociedade, não podemos conviver com a atual situação de nossas escolas - disse Roitman.08/03/2006
Agência Senado
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