Causas sociais pautam Zambiasi no Senado
Causas sociais pautam Zambiasi no Senado
O senador eleito pelo PTB, Sérgio Zambiasi, com 2.901.987 votos, reforçou ontem que assumirá a nova tarefa política comprometido com as causas sociais, tema que pautou sua campanha nos últimos três meses. Zambiasi começou o dia retomando sua atividade de radialista, depois de ter se afastado por 60 dias por força da legislação eleitoral para disputar uma das duas vagas que estavam sendo renovadas. Zambiasi disse se orgulhar do PTB, partido que representa, mas assegurou que será senador do Rio Grande do Sul e não medirá esforços para buscar entendimento nas questões mais importantes do Estado.
'Nos momentos cruciais, nós, políticos, não podemos pensar nas siglas partidárias. Temos que preservar o interesse coletivo', acrescentou. O senador eleito com a maior votação da história do Rio Grande do Sul declarou sua paixão aos gaúchos e agradeceu aos eleitores anônimos que depositaram confiança no trabalho que pretende desenvolver. 'Quero agradecer milhões de vezes porque, ao longo destes três meses, encontrei pessoas que se dispuseram a colaborar para a minha eleição', comentou.
Zambiasi também falou do compromisso que o PTB terá com a disputa eleitoral do 2° turno para o governo do Estado. Disse que o partido tem convicção de que o Estado precisa retomar o caminho do desenvolvimento e crescimento econômico, e que isso estará em pauta no momento de negociar possível adesão. Para Zambiasi, a decisão de apoiar esse ou aquele candidato não passa somente por sua opinião pessoal, mas pelo entedimento interno das lideranças petebistas. Ele disse esperar que antes da reunião da executiva estadual do PTB, marcada para segunda-feira à noite, os candidatos que concorrem ao 2° turno procurem o partido para apresentar seus programas de condução do Estado. Dessa forma, assegurou, será mais fácil comparar e fazer a opção. Ele reafirmou que nenhuma posição será tomada antes.
Renovação é de 40% na Assembléia
A composição da Assembléia Legislativa para a 51a legislatura representou renovação de 40%. Das 55 cadeiras, 22 serão ocupadas por novos deputados, incluindo a deputada Jussara Cony, do PC do B, que na eleição de 1998 ficou na 1a suplência e só assumiu a vaga porque Flávio Koutzii, do PT, foi para a Casa Civil. Além dos deputados que não conseguiram se reeleger, outros três, Paulo Odone, do PPS, Cecilia Hypolito, do PT, e Francisco Appio, do PPB, não estarão no Legislativo porque não se elegeram para a Câmara dos Deputados. A Frente Popular, que na última eleição fez uma bancada de 13 parlamentares, agora conquistou 14 cadeiras, sendo uma do PC do B. O PTB perdeu quatro das dez cadeiras que possui, reelegendo seis deputados. O PSB reconquistou duas cadeiras. O PFL perdeu uma das cadeiras, elegendo um deputado. O PSDB passou de duas para três vagas na Assembléia. O PDT manteve as sete cadeiras. O PMDB conquistou nove vagas. O PPB fez dez cadeiras.
Trabalho na Câmara conduz Paim à vitória
Depois de superar as previsões de que ficaria em quarto lugar na disputa ao Senado, o candidato eleito para a segunda vaga, deputado federal Paulo Paim, do PT, atribuiu a conquista à campanha modesta que fez em todo o Estado. 'Na verdade, participei como se tivesse concorrendo à reeleição para a Câmara dos Deputados. Usei pouco material e procurei divulgar o trabalho que realizei nos quatro mandatos em Brasília', disse. Ele recordou que é responsável pela apresentação de mais de 900 projetos de lei e pela elaboração de matérias importantes, como o Estatuto do Idoso e a Lei das Cotas. A receita usada por Paim deu certo. Os resultados oficiais divulgados ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) mostraram que ele foi eleito senador com 2.102.772. Paim sempre se destacou como deputado federal, até mesmo por posições polêmicas, como aquela que protagonizou ao rasgar a Constituição federal, em protesto contra as alterações na CLT promovidas pelo governo.
Campeão de votos na eleição de 1998 para deputado federal com mais de 213 mil, Paim acredita que poderá fazer muito mais no Senado do que fez na Câmara dos Deputados. 'O peso político é outro. Uma matéria aprovada no Senado dificilmente é derrubada na Câmara', exemplificou. Paim nunca esteve vinculado a correntes internas do PT e, por essa razão, recebeu poucas adesões das alas que formam o partido. Garantiu, no entanto, que não leva nenhuma mágoa, pois isso faz parte da democracia. Ele fez um agradecimento especial ao PSB estadual, que indicou seu nome para o segundo voto, já que o partido disputou a eleição com chapa majoritária própria, tendo o vereador Marcos Citolin como candidato ao Senado. Para Paim, a decisão do PSB em apoiar sua candidatura foi decisiva no processo eleitoral. Além de agradecer, o novo senador elogiou a postura dos socialistas.
Partidos definem opção no 2º turno
PTB, PPB, PPS e PL esperam primeiro movimento dos candidatos, mas tendem a apoiar Rigotto
A definição do rumo dos principais partidos e grupos derrotados no 1º turno é esperada para os próximos dias. O PPB, de Celso Bernardi, quarto lugar no 1º turno, deverá apoiar Germano Rigotto, reprisando a composição de 1994. O PTB, que estava com Antônio Britto, do PPS, fará reunião na próxima semana para tomar a decisão. O ex-governador declarou logo depois de conhecer a derrota que votará no PMDB. O pouco tempo impede negociações demoradas. São menos de 20 dias até o 2º turno e os apoiadores esperam que os candidatos façam o primeiro movimento.
Bernardi adota cautela, mas garantiu que defenderá a adesão a Rigotto. Pretende subir no palanque e adiantou que começa hoje a conversar com deputados eleitos e prefeitos do partido para deflagrar o debate interno. O PPB quer evitar indisposições em alas internas que têm resistências regionais ao PMDB, problema vivido na aliança de 1994. O presidente do PTB, Claudio Manfroi, espera que a iniciativa seja tomada pelos partidos que disputam o Palácio Piratini, sem esconder que o partido prefere o peemedebista. 'Nós queremos ser ouvidos e fazer parte do projeto da futura administração', enfatizou. Respaldado pela eleição de Sérgio Zambiasi ao Senado, o PTB quer negociar a participação no próximo governo com base no desempenho eleitoral. Manfroi lembrou que o partido resgatou a vaga ao Senado ocupada por Emília Fernandes, hoje no PT.
O capitão Aroldo Medina defenderá a aproximação do PL com o PMDB, o que deverá gerar impasse. Os liberais integram a aliança do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, cujo vice é o senador José Alencar. Porém, Medina lembrou que o diretório regional foi liberado para adotar a estratégia que quisesse nos dois turnos. O PL aguarda ser cortejado pelos finalistas. Medina se encontrou domingo com o candidato do PMDB. Os dois acertaram conversar. 'Como cidadão, eleitor e oficial da ativa da Brigada Militar, meu voto é de Rigotto', garantiu. Medina centrou a campanha nas críticas à política de segurança do governo. O deputado eleito pelo PPS Cézar Busatto indicou que o partido aguarda agora a iniciativa do PMDB para eventuais conversações.
Rigotto e Tarso traçam estratégias
Equipe do PMDB abre mão de atacar, enquanto a do PT pretende divulgar mais as ações de Olívio
As coordenações de campanha de Tarso Genro, do PT, e de Germano Rigotto, do PMDB, passaram a tarde de ontem reunidas para estabelecer a estratégia dos próximos 20 dias, que decidirão o futuro do Estado. Enquanto a equipe de Rigotto pensa em não modificar a tática, mantendo a apresentação de propostas e deixando de lado os ataques e as críticas, o grupo de Tarso evidencia que é o momento de mudar. A partir de agora, serão enfatizadas as propostas do PT e as ações do governo Olívio Dutra, que foram pouco apro veitadas no 1º turno. Mas as críticas não abandonarão a campanha de Tarso. Segundo Cezar Alvarez, da coordenação do PT, o discurso de Rigotto não se sustentará no 2º turno por não ter tradição, história e ser ele um ator político pouco capaz de alavancar projetos: 'Rigotto representa a continuidade de Fernando Henrique e José Serra.'
Alberto Oliveira, que coordena a campanha de Rigotto, discorda da posição de Alvarez sobre a trajetória de seu candidato ao governo. Lembrou que ele tem história vitoriosa nacionalmente, é conhecido em todos os estados e tem atuação parlamentar irrepreensível. Segundo ele, o resultado do 1º turno demostrou que Rigotto é o único capaz de agregar lideranças, o que facilitaria muito as negociações entre governo e Legislativo.
Os resultados de Porto Alegre, Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas e Bagé também foram avaliados pelos dois coordenadores. Redutos eleitorais do PT, os cinco municípios são administrados pelo partido. Porém, em três deles, Rigotto venceu a disputa e em dois Tarso teve pequena margem de vantagem, caso da Capital e de Bagé. Para Alberto, a vitória em Caxias, Pelotas e Santa Maria reflete o desgaste das administrações municipais e também estadual, ao salientar que ficou evidente a insatisfação dos eleitores. Alvarez considerou que são grandes centros urbanos e não estão restritos às políticas das prefeituras. Admitiu que, apesar do esforço dos prefeitos, há limitações, o que impediu melhor desempenho de Tarso.
Em Porto Alegre, Tarso fez 42% e Rigotto 39%, e, em Bagé, o petista venceu por oito pontos percentuais, obtendo 43% contra 35%. Em Caxias do Sul, Rigotto atingiu 62% contra 31% de Tarso. Em Santa Maria, o peemedebista venceu por sete pontos, ficando com 44% dos votos e Tarso com 37%. Em Pelotas, a diferença foi de cinco pontos percentuais: 40% para Rigotto e 35% para Tarso.
Resultado surpreende candidatos
Rigotto comemora e lembra responsabilidade, e Tarso avalia que teve avanço devido a ataques
O resultado do 1º turno ao governo do Estado surpreendeu os candidatos do PMDB, Germano Rigotto, e do PT, Tarso Genro, que seguem na disputa até o dia 27. O peemedebista, que venceu com uma margem de quatro pontos percentuais, fazendo 230 mil votos a mais do que Tarso, teve motivos para comemorar. 'Vejo com alegria esse resultado, mas também com responsabilidade', afirmou Rigotto. Ontem à tarde, o peemedebista reservou parte de sua agenda para começar as negociações com partidos e candidatos derrotados.
Tarso admitiu que esperava fazer mais de 40% dos votos, mas ficou abaixo da média prevista pelo PT, atingindo pouco mais de 37% do eleitorado gaúcho. 'Crescemos um pouco, chegando a esse percentual, apesar de não termos cumprido o objetivo de fazer 40%', afirmou. Para o petista, houve avanço pequeno, mas seguro, em função dos fortes ataques que sofreu durante o 1º turno, precisando adotar linha defensiva. Tarso aposta no equilíbrio de tempo no horário eleitoral gratuito para buscar a reeleição do PT. Observou que a disputa em 2º turno é diferente e que agora haverá duelo entre propostas bem definidas e com articulações nacionais. O candidato destacou que o povo gaúcho é um dos mais politizados do país e merece debate em alto nível e que a disputa entre dois candidatos é mais apaixonada e qualificada. A sua campanha deverá estabelecer vínculos entre o Rio Grande do Sul e o país. Segundo ele, o fato de o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva não ter vencido no 1º turno não prejudicará seu desempenho no Estado. Tarso se reuniu à tarde com a coordenação da campanha e depois com a direção estadual do PSB, que passará a apoiá-lo oficialmente nos próximos dias. Hoje se encontra com o diretório estadual do PT para definir os rumos da campanha.
Rigotto disse à noite, antes de conceder entrevista na TV Guaíba, que não vai responder a críticas feitas à sua atuação parlamentar. 'Sou deputado reconhecido nacionalmente e não preciso explicar nada para ninguém', reagiu o candidato ao saber de comentários sobre seu desempenho na apresentação de projetos. A possibilidade de vincular a sua campanha à do presidenciável José Serra é descartada mesmo reforçando que ele é o seu candidato. Justificou que a vantagem obtida no 1º turno no Estado foi mérito de sua campanha e que Serra teve benefícios com a sua votação. Ressaltou ainda que, caso eleito, não será submisso ao governo federal caso o tucano vença. Nem de confronto caso o vencedor seja Lula.
Deputados Estaduais
Sérgio G'rgen (PT)
Eleito para o 1º mandato. 44.849 votos. Líder do MST e sacerdote. Tem 46 anos.
Abílio dos Santos (PTB)
Vai para o 2º mandato, elegendo-se com 39.789 votos. É comerciante. Tem 63 anos.
Adão Villaverde (PT)
Eleito para o 1º mandato com 41.047 votos. Engenheiro e ex-secretário de Estado. Tem 40 anos.
Adolfo Brito (PPB)
No 3º mandato. 50.061 votos. É ex-prefeito de Sobradinho e radialista. Tem 51 anos.
Adroaldo Loureiro (PDT)
Vai para o 2º mandato. O deputado é empresário, dentista e advogado. Tem 54 anos.
Alceu Moreira (PMDB)
Reeleito para o 1º mandato. Ex-prefeito de Osório e comerciante. Tem 48 anos.
Alexandre Postal (PMDB)
Reeleito para o 3º mandato. 38.198 votos. Empresário e ex-prefeito de Guaporé. Tem 40 anos.
Berfran Rosado (PPS)
Reeleito para o 2º mandato na Assembléia com 29.305 votos. É engenheiro civil. Tem 43 anos.
Bernardo de Souza (PPS)
No 3º mandato. 40.156 votos. É procurador aposentado. Tem 59 anos.
Cézar Busatto (PPS)
Vai para o 3º mandato. Foi reeleito com 57.228 votos. É economista. Tem 50 anos.
Dionilso Marcon (PT)
Reeleito para o 2º mandato. 44.633 votos. Líder do MST e agricultor. Tem 36 anos.
Edemar Vargas (PTB)
Foi reeleito com 49.574 votos. Vai para o 4º mandato. É advogado e pastor evangélico. Tem 51 anos.
Edson Portilho (PT)
No 2º mandato. 37.369 votos. Foi vereador em Sapucaia do Sul. Professor. Tem 41 anos.
Elmar Schneider (PMDB)
Reeleito para o 2º mandato. 46.358 votos. Trabalha como radialista. Tem 45 anos.
Elvino Bohn Gass (PT)
No 3º mandato. 60.578 votos. Professor de História e agricultor. Tem 40 anos.
Estilac Xavier (PT)
Eleito para o 1º mandato. 33.564 votos. É vereador da Capital. Engenheiro. Tem 47 anos.
Fabiano Pereira (PT)
Eleito para o 1º mandato. 26.285 votos. Vereador de Santa Maria. Tem 29 anos.
Fernando Záchia (PMDB)
No 1º mandato. 47.383 votos. Vereador de Porto Alegre e administrador. Tem 46 anos.
Flávio Koutzii (PT)
Reeleito para o 4º mandato. 54.785 votos. Ex- chefe da Casa Civil. Sociológo. Tem 59 anos.
Floriza dos Santos (PDT)
Eleita para o 1º mandato com 51.132 votos. Primeira-dama de Novo Hamburgo. Tem 56 anos.
Frederico Antunes (PPB)
Reeleito para o 2º mandato. 53.833 votos. É engenheiro agrônomo. Tem 33 anos.
Giovani Cherini (PDT)
Foi eleito para o 3º mandato. 55.184 votos. É técnico cooperativista. Tem 42 anos.
Iradir Pietroski (PTB)
Reeleito para o 4º mandato na Assembléia com 55.396 votos. É agropecuarista. Tem 47 anos.
Heitor Schuch (PSB)
Eleito para o 1º mandato com 39.886 votos. É agricultor e presidente da Fetag. Tem 40 anos.
Ivar Pavan (PT)
Reeleito para o 3º mandato. 51.268 votos. Ex -líder do governo. Agricultor. Tem 50 anos.
Jair Foscarini (PMDB)
Foi reeleito para o 3º mandato. 37.441 votos. O deputado é e ngenheiro químico. Tem 45 anos.
Jair Soares (PPB)
No 1º mandato. 47.177 votos. É ex-governador e ex-ministro da Previdência. Tem 68 anos.
Janir Branco (PMDB)
Eleito para o 1º mandato. 38.074 votos. Trabalha como técnico em informática. Tem 29 anos.
Jerônimo G'ergen (PPB)
Eleito para o 1º mandato. 37.229 votos. É advogado e empresário. Tem 26 anos.
João Fischer (PPB)
Reeleito para o 3º mandato. 54.822 votos. Industriário e ex-vereador. Tem 43 anos.
João Luiz Vargas (PDT)
Reeleito para o 4º mandato, com 35.774 votos. Jornalista e advogado. Tem 50 anos.
João Osório (PMDB)
Reeleito para o 5º mandato. 68.156 votos. Advogado e ex-sargento da BM. Tem 61 anos.
José Farret (PPB)
No 2º mandato. 46.380 votos. É médico e ex-prefeito de Santa Maria. Tem 60 anos.
Jussara Cony (PC do B)
Reeleita para o 4º mandato na Assembléia com 51.586 votos. É farmacêutica e tem 59 anos.
Kalil Sehbe (PDT)
Foi reeleito para o 3º mandato. 42.794 votos. Administrador de empresas. Tem 42 anos.
Luís Augusto Lara (PTB)
Vai para o 2º mandato. Reeleito com 38.227 votos. É radialista e produtor. Tem 33 anos.
Luis Fernando Schimdt (PT)
Reeleito para o 2º mandato. 38.723 votos. Cirurgião-dentista. Tem 40 anos.
Manoel Maria (PTB)
Foi reeleito para o 4 º mandato com 38.361 votos. É advogado e pastor evangélico. Tem 61 anos.
Márcio Biolchi (PMDB)
1º mandato. 35.241 votos. Vereador de Carazinho e estudante de Direito. Tem 22 anos.
Marco Peixoto (PPB)
Reeleito para o 4º mandato na Assembléia com 41.308 votos. É engenheiro civil e tem 47 anos.
Marlon Santos (PFL)
Eleito para o 1º mandato na Assembléia Legislativa. Médium e estudante de Direito. Tem 26 anos.
Nelson Harter (PMDB)
Eleito para o 1º mandato. Obteve 27.625 votos. Ex-vereador de Pelotas. Tem 42 anos.
Osmar Severo (PTB)
Foi reeleito para o 2º mandato com 40.422 votos. Comerciante e pecuarista. Tem 51 anos.
Paulo Azeredo (PDT)
Foi reeleito para o 3º mandato na Assembléia com 41.575 votos. Agropecuarista. Tem 45 anos.
Paulo Brum (PSDB)
Eleito para o 1º mandato com 28. 543. Deixará o 3º mandato na Câmara da Capital. 44 anos.
Pedro Westphalen (PPB)
Eleito para o 1º mandato. 36.044 votos. Médico e ex-prefeito de Cruz Alta. Tem 51 anos.
Vieira da Cunha (PDT)
No 3º mandato. 62.904 votos. Promotor de Justiça e ex-vereador. Tem 42 anos.
Ronaldo Zülke (PT)
Reeleito para o 2º mandato. 52.266 votos. Ex-líder do governo do Estado. Professor. Tem 47 anos.
Ruy Pauletti (PSDB)
Eleito com 57.034 votos para o 1º mandato. Ex-reitor da Universidade de Caxias do Sul. Tem 66 anos.
Sanchotene Felice (PSDB)
Eleito com 33.163 para o 2º mandato. Empresário do ramo hoteleiro. Tem 66 anos.
Sérgio Stasinski (PT)
Eleito para o 1º mandato. 31.922 votos. Vice-prefeito de Gravataí e comerciário. Tem 31.
Sérgio Peres (PSB)
Eleito para o 1º mandato com 46.651. É pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Tem 34 anos.
Valdir Andres (PPB)
Reeleito para o 3º mandato. 42.808 votos. É advogado e empresário. Tem 59 anos.
Vilson Covatti (PPB)
Reeleito para o 3º mandato. 94.093 votos. É advogado e ex-vereador. Tem 45 anos.
Deputados Federais
Adão Pretto (PT)
4º mandato. 86.949 votos. Agricultor, ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. 57 anos.
Alceu Collares (PDT)
5º mandato; 91.850 votos. É advogado, foi prefeito de Porto Alegre e governador do Estado. Tem 75 anos.
Ary Vanazzi (PT)
Reeleito para 2º mandato; 73.248 votos. Professor, foi secretário estadual da Habitação. Tem 43 anos.
Beto Albuquerque (PSB)
2º mandato. Reelegeu-se com 126. 346 votos. É advogado e presidente regional do partido. 40 anos.
Cezar Schirmer (PMDB)
2º mandato. Fez 86.645 votos. Advogado e presidente regional do partido, tem 50 anos.
Darcísio Perondi (PMDB)
Foi reeleito para o 3º mandato. Somou 96.815 votos. É médico pediatra em Ijuí e tem 55 anos.
Edir Oliveira (PTB)
Reelegeu-se para o 2º mandato na Câmara com 75.004 votos. Radialista, tem 52 anos.
Eliseu Padilha (PMDB)
2º mandato. Obteve 190.392 votos. Advogado. Foi ministro dos Transportes. Tem 57 anos.
Enio Bacci (PDT)
Reeleito para o 3º mandato. Somou 84.238 votos. É advogado trabalhista e tem 54 anos.
Érico Ribeiro (PPB)
1º mandato. Fez 87.297 votos. É empresário rural, engenheiro e deputado estadual. Tem 67 anos.
Francisco Turra (PPB)
1º mandato. Fez 100.527 votos Foi ministro da Agricultura, presidente da Conab e é advogado. 59 anos.
Henrique Fontana (PT)
2º mandato; fez 79.478 votos. É administrador de empresas e médico comunitário. Tem 42 anos.
João Augusto Nardes (PPB)
Reelegeu-se para o 3º mandato com 137.558 votos. É agropecuarista e tem 49 anos.
José Ivo Sartori (PMDB)
1º mandato. 98.901 votos. Professor. Foi deputado estadual por cinco mandatos. Tem 54 anos.
José Otávio Germano (PPB)
Eleito para o 1º mandato. Obteve 176.568 votos. Foi deputado estadual. É advogado. Tem 40 anos.
Júlio Redecker (PPB)
Reeleito para o 3º mandato na Câmara, com 188.188 votos. É advogado. Tem 46 anos.
Kelly Moraes (PTB)
1º mandato. Obteve 61.637 votos. É primeira-dama de Santa Cruz do Sul e tem 40 anos.
Luiz Carlos Heinze (PPB)
Reeleito para 2º mandato. Obteve 132.395 votos. É formado em engenharia agrícola. 52 anos.
Maria do Rosário (PT)
1º mandato, fez 143.882 votos. Foi vereadora, é professora e deputada estadual e tem 36 anos.
Mendes Ribeiro Fº (PMDB)
3º mandato. Fez 112.787 votos. Advogado e presidente metropolitano do PMDB. Tem 47 anos.
Nelson Proença (PPS)
Reelegeu-se para o 4º mandato, com 87. 693votos. É empresário e presidente estadual do PPS. Tem 52 anos.
Orlando Desconsi (PT)
2º mandato obteve 77. 329 votos. Formado em direito, foi bancário e sindicalista. Tem 38 anos.
Pastor Reinaldo (PTB)
1º mandato; 43.716. É pastor e presidente da Igreja do Evangelho Quadrangular no Estado. 53 anos.
Paulo Pimenta (PT)
1º mandato. 128.495 votos. É vice-prefeito de Santa Maria e formado em jornalismo. Tem 37 anos.
Paulo Gouvêa (PL)
Reeleito para o 2º mandato. Fez 103.951 votos. É presidente estadual do PL e pastor evangélico.42 anos.
Pompeo de Mattos (PDT)
Reelegeu-se para o 2º mandato com 112.828 votos. É bancário e tem 43 anos.
Raul Pont (PT)
Reeleito para o 2º mandato. 69.453 votos. Ex-prefeito de Porto Alegre e professor. Tem 58 anos.
Tarcísio Zimmermann (PT)
2º mandato. 107.226 votos. Sociólogo, foi secretário estadual do Trabalho. Tem 48 anos.
Yeda Crusius (PSDB)
Chega ao 3º mandato, com 170.735 votos. Economista. Ex-ministra do Planejamento. 58 anos.
Gaúchos renovam Câmara dos Deputados
Das 31 cadeiras, 11 serão ocupadas por novos parlamentares. A renovação da bancada do Rio Grande do Sul é de 35,48%
Das 31 vagas que o Rio Grande do Sul tem na Câmara dos Deputados, 11 serão ocupadas por novos parlamentares. O PT renovou três deputados: Maria do Rosário, Paulo Pimenta e Luciana Genro. O PPB também outros três: José Otávio Germano, Francisco Turra e Érico Ribeiro. No PMDB, apenas José Ivo Sartori vai estrear na Câmara dos Deputados. O PTB elegeu dois novos parlamentares, Kelly Moraes e o Pastor Reinaldo ew reelegeu Edir Oliveira. O PSDB garantiu vaga para Nelson Marchezan Júnior e o PFL, para Onyx Lorenzoni, que atualmente é deputado estadual.
A Frente Popular manteve as oito cadeiras conquistadas em 1998. O PPB ampliou para seis o número de vagas e o PMDB baixou de sete para cinco vagas. O PDT também reduziu a representação de quatro para três, não elegendo o deputado federal Airton Dipp, que pretendia o terceiro mandato. O PTB reconquistou as três cadeiras que tinha em 1998. No decorrer da atual legislatura, perdeu dois deputados, Osvaldo Bilchi, que optou pelo PMDB, e Paulo Gouvea, que foi para o PL. Esse último manteve sua vaga na Câmara dos Deputados. O PSDB reelegeu Yeda Crusius para o terceiro mandato com mais do dobro da votação feita em 1998. Yeda passou de 70 mil para 170 mil votos. Também elegeu Nelson Marchezan Júnior, filho do ex-deputado federal, que morreu em fevereiro deste ano. Beto Albuquerque, do PSB, que previa dificuldades na eleição, em função da legenda, superou as próprias expectativas. fez sozinho 126.346 votos e uma legenda superior a 190 mil votos.
Dos cinco primeiros deputados federais mais votados nestas eleições, um é do PMDB, dois são do PPB, outro é do PSDB e o quinto, do PT. Nenhum deles superou a marca de Paulo Paim, eleito em 1998 com 213.894. Eliseu Padilha, do PMDB, foi o mais votado este ano dos 31 eleitos. Recebeu 190.392 votos, 3.20% dos votos válidos. O deputado Júlio Redecker, do PPB, vem logo a seguir com 188.188, ou 3.17% dos votos válidos. José Otávio Germano, também do PPB, fez expressiva votação para seu primeiro mandato como deputado federal, totalizando 176.568 votos. A deputada Yeda Crusius foi reeleita para o terceiro mandato na Câmara dos Deputados com 170.735 votos. A deputada estadual Maria do Rosário, líder de votos da bancada do PT em 1998, quando se elegeu estadual, também manteve a liderança este ano para federal da Frente Popular. Maria do Rosário ocupará uma cadeira da Câmara dos Deputados respadada por 143.882 votos.
Luciana Genro (PT)
1º mandato. 99.618 votos. Formada em língua inglesa, é deputada estadual e tem 31 anos.
Ceará terá 2º turno histórico
Pela primeira vez, haverá 2º turno para o governo do Ceará e, depois de 16 anos, o grupo político liderado por Tasso Jereissati, do PSDB, terá sua hegemonia ameaçada. O candidato do partido ao cargo, Lúcio Alcântara, enfrenta José Airton Cirilo, do PT, que largou na lanterna, mas acabou sendo beneficiado pelo desempenho de Luiz Inácio Lula da Silva. O 2º turno do governo cearense deve provocar constrangimentos na campanha presidencial. Escolher entre o candidato do partido ao qual pertence e Lula será uma decisão complicada para Lúcio. Ele declarou voto em Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, no 1º turno e já elogiou Lula publicamente. Na disputa à Presidência, Lula ficou com 39,36% no Ceará contra 44,49% de Ciro.
' Rei da Soja' conquista o governo do Mato Grosso
O governador eleito de Mato Grosso, Blairo Borges Maggi, do PPS, representa a nova face do Estado, cujo desenvolvimento foi marcado pelo avanço da agricultura moderna nos últimos 20 anos. Filho de agricultores paranaenses pioneiros no MT, Blairo avançou em relação ao trabalho iniciado por seu pai, André Maggi. Ele planta soja em 100 mil hectares, sendo o maior produtor individual de soja do mundo. Ele é conhecido como o 'Rei da Soja'.
Acre perde vice, 84 anos, criador da Frente Popular
O vice-governador do Acre, Edson Simões Cadaxo, de 84 anos de idade, morreu na madrugada desta segunda-feira de complicações variadas. Cadaxo e sua família se notabilizaram por unir o PSDB ao PT, compondo a Frente Popular do Acre. No começo deste ano, um racha no partido afastou a família do PSDB, porque o partido decidiu sair da frente. O sonho de Edmundo Simões Cadaxo era reintegrar a família aos quadros dos tucanos.
Bancada caxiense na AL fica com Sehbe e Pauletti
Diminuiu o número de representantes de Caxias na Assembléia. Hoje, o município tem três parlamentares: José Ivo Sartori, do PMDB, Kalil Sehbe, do PDT, e Roque Grazziotin, do PT. Sartori se elegeu federal, Grazziotin não conquistou novo mandato e Sehbe é o único que permanece. A novidade é a eleição do ex-reitor Ruy Pauletti. PT e PMDB caxienses ficarão sem nomes, pois os dois candidatos lançados dividiram os votos e nenhum se elegeu.
Cherini quer que partido avalie erro
O líder da bancada do PDT na Assembléia, Giovani Cherini, reeleito para o terceiro mandato, avaliou ontem que o momento é oportuno para o PDT fazer autocrítica, reconhecendo que o apoio ao PPS foi um erro. Ele defende a realização de congresso estadual com poder deliberativo para reflexão sobre o futuro político e a fusão com o PTB. Cherini fez questão de reafirmar sua confiança na liderança de Leonel Brizola. 'Não podemos usar contra ele os argumentos que sempre foram de seus inimigos', disse, justificando que o apoio ao PPS se deveu à presença do PDT na Frente Trabalhista pró-Ciro Gomes.
Enéas, o do 'meu nome', soma 1,5 milhão de votos
O médico Enéas Carneiro, do Prona, foi o candidato a deputado federal mais votado em São Paulo, com 1.544.820 votos. Em segundo lugar ficou José Dirceu, presidente do PT, com 547.914 votos. O terceiro mais votado foi José Eduardo Cardozo (PT), com 297.672, seguido por Celso Russomanno (PPB), com 256.679; Vicentinho (PT), com 250.320; Michel Temer (PMDB), com 249.218; e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), com 247.231 votos.
Filho de Ratinho bate um recorde de votação no PR
Aos 21 anos de idade, o estudante de Comunicação Social Carlos Roberto Massa Júnior, do PSB, o Ratinho Júnior, é o novo recordista de votos para a Assembléia Legislativa do Paraná. Filho do apresentador do SBT Carlos Roberto Massa, o Ratinho, ele obteve 189.693 votos, bem mais do que o ex-deputado Aníbal Khury, já falecido, que fizera 108 mil votos em 1998, após uma carreira parlamentar de mais de 30 anos.
PDT decide amanhã sobre posição no 2º turno
O PDT se reunirá amanhã para decidir sobre o apoio no 2º turno ao governo do Estado. Na primeira fase da campanha, apesar de Leonel Brizola ter manifestado apoio à candidatura do PPS, vereadores e prefeitos do PDT já haviam aderido a Tarso Genro e a Germano Rigotto. O deputado federal reeleito Alceu Collares defenderá a aproximação ao PMDB. Para ele, ajudar Rigotto a se eleger representaria agora uma resposta à maneira injusta, segundo ele, como o governo do PT tratou os líderes do partido desde as denúncias que deram origem à CPI da Propina, em 1993. O deputado acha que a cúpula deverá optar por liberar os filiados.
O presidente metropolitano do PDT, vereador Nereu D'Ávila, disse que há três caminhos a serem seguidos. O partido optaria por apoiar Luiz Inácio Lula da Silva e Tarso, manifestar apoio oficial somente no âmbito nacional ou ficar neutro. Avaliou que a militância do partido no Estado é tradicionalmente antipetista.
Pompeo defende o voto ao PMDB
O deputado federal Pompeo de Mattos defenderá em reunião do diretório regional do PDT apoio do partido a Germano Rigotto no 2º turno. Argumentou que não há possibilidade de os trabalhistas passarem a integrar a campanha de Tarso Genro, do PT, 'pela falta de respeito dos petistas gaúchos ao convívio democrático'. À Presidência da República, porém, Pompeo prega sustentação a Luiz Inácio Lula da Silva. 'O meu voto pessoal é de Lula, vou colocar até adesivo no carro', garantiu. Pompeo quer que todas as lideranças opinem sobre o 2º turno, rejeitando acordo de cúpula, como em 1998. 'O PDT deve retomar o rumo democrático de sua sigla', disse.
Pratini afirma que PPB apóia Rigotto
O ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, do PPB, afirmou ontem que seu partido irá se engajar integralmente na campanha para eleger o candidato do PMDB ao governo do Estado, Germano Rigotto. O ministro disse que seu partido também trabalhará no Rio Grande do Sul para eleger o candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra. 'Algumas pessoas vêem a vitória de Rigotto como uma grande mudança. O fato é que havia três candidatos contra o PT. O que houve foi uma manifestação do eleitorado gaúcho querendo a retirada do PT do Estado. Constatamos que onde administrou o PT está sendo rejeitado', afirmou Pratini.
Wellington, irmão da dupla sertaneja, eleito em Goiás
Wellington Camargo, irmão da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, foi eleito deputado estadual em Goiás, com 23.249 votos. Ele foi seqüestrado em 1998, passou dois meses em cativeiro e teve uma orelha mutilada pelos seqüestradores. A deputada mais bem votada de GO foi a jornalista Raquel Azeredo, com 59.168 votos. Ela comanda o programa Goiânia Urgente. As informações são do site Diário OnLine.
Benedita esperava alcançar 2º turno
As bandeiras vermelhas do PT tremularam sem muita empolgação, na noite de domingo, no Palácio Laranjeiras, um edifício de estilo neo-clássico que o milionário Eduardo Guinle ergueu entre 1909 e 1912 e onde morou até sua morte, em 1946, quando foi adquirido pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra.
Não era, porém, uma manifestação de quem protestava contra o governo, mas de quem ainda, nos primeiros minutos de ontem, alimentava a esperança de chegar ao segundo turno das eleições. Benedita da Silva, no entanto, não conseguiu chegar lá, já que Rosinha Garotinho venceu as eleições ao governo do Rio no primeiro turno. 'Infelizmente, não foi desta vez', disse Benedita.
Cabral, senador do Rio, ajudará Serra
Eleito para a primeira vaga de senador pelo Rio de Janeiro aos 39 anos, o presidente da Assembléia Legislativa do Rio, Sérgio Cabral Filho, do PMDB, quer descansar uns dias com a família e depois entrar 'de cabeça' na campanha do candidato tucano José Serra. 'Com todo o respeito a Lula, acho que temos o melhor candidato à Presidência. Já liguei para Serra me colocando à disposição. Eu considero que a campanha deve valorizar Fernando Henrique Cardoso, pois realizou dois bons governos', disse. Afirmando que tem um bom relacionamento com o PT, Cabral Filho ponderou que não se deve confundir opção política com cordialidade.
Dante de Oliveira fracassa nas urnas
O ex-governador do Mato Grosso Dante de Oliveira, do PSDB, conhecido como autor da emenda Diretas Já, fracassou nas urnas e não deverá chegar ao Senado. Além do pefelista Jonas Pinheiro, lobista declarado do setor rural, Dante perdeu votos para a candidata do PT, Serys Slhessarenko. O candidato do PPS, Blairo Maggi, deve vencer em 1º turno, pois no último balanço do TRE ele tinha 51,35% dos votos contra 29,38% de Antero Barros.
Eleitos pelo Prona com escassos votos
O médico homeopata Vanderlei Assis de Souza e o professor de filosofia e psicanalista clínico, Irapuã Teixeira, fazem parte da intrigante história do Brasil. Ambos, com menos de 1% de votos, conquistaram duas cobiçadas cadeiras na bancada paulista da Câmara dos Deputados. Vanderlei recebeu 274 votos, e Irapuã, 665. Eles integram a cúpula do Prona. Irapuã é vice-presidente do partido, cujo presidente é o médico Enéas. 'O professor Irapuã e o doutor Vanderlei são homens seriíssimos do Prona. Aqui não há mentecaptos, analfabetos ou despreparados', disse Enéas. Irapuã é gaúcho de Porto Alegre. Adiantou que fará um trabalho dedicado à questão da educação.
Parentes eleitos para Câmara e Assembléia
O resultado do 1º turno no Rio Grande do Sul prova que política e voto estão nas urnas e também no sangue. Na lista dos eleitos para deputado federal e estadual, o parentesco com ocupantes e ex-ocupantes de cargos eletivos ou que estão em plena batalha eleitoral surge em pelo menos seis novos deputados. Tarso Genro assiste à vitória da filha, a deputada estadual Luciana Genro, do PT, com mudança agora para Brasília. Se não tivesse falecido no começo do ano, Nelson Marchezan, do PSDB, veria o filho Nelson Marchezan Júnior carimbar, com 61.068 votos, a herança da sua família na política. Marchezan Júnior foi eleito para a Câmara, onde o pai estava antes de morrer. Quem vai para o Planalto Central é a mulher do prefeito de Santa Cruz do Sul, Ivan Moraes, do PTB. Kelly Moraes conquistou uma vaga de deputada federal com 61.637 votos.
Na Assembléia Legislativa, três eleitos seguem a tradição familiar. Floriza Rosa dos Santos, do PDT, é casada com o prefeito de Novo Hamburgo, José Airton dos Santos. Foi a terceira mais votada do seu partido. O jovem Janir Souza Branco também resgata a memória do pai, prefeito em Rio Grande entre 1997 e 2000. Wilson Branco, do PMDB, morreu antes do fim do mandato. O primo de Janir, Fábio, é hoje prefeito do município. O deputado eleito tomou gosto pela política na assessoria do pai. Márcio Biolchi é filho do veterano deputado estadual Osvaldo Biolchi, que este ano não se elegeu para a Câmara dos Deputados.
Rosinha distribui rosas pela vitória
A futura governadora do Rio, Rosinha Garotinho, comemorou ontem sua vitória já no primeiro turno das eleições na Central do Brasil, onde passou cerca de 20 minutos distribuindo rosas brancas à população. No local fica o primeiro restaurante popular criado no governo de seu marido, Anthony Garotinho, do PSB, cujo projeto foi implementado por Rosinha quando era secretária estadual de Ação Social.
Rosinha afirmou que manterá os programas sociais e atribuiu sua vitória 'ao grande governo' feito por Garotinho. Disse ainda que não cobrará a aposta feita com o prefeito César Maia. Ele falara que ficaria nu se ela vencesse no primeiro turno. 'O povo não merece', opinou ela.
ACM, Arruda e Jader retornam
Os eleitores permitiram no domingo a volta ao Congresso Nacional de três parlamentares que no ano passado renunciaram aos mandatos para não perderem seus direitos políticos: Antônio Carlos Magalhães, José Roberto Arruda e Jader Barbalho. ACM foi o senador mais votado da Bahia, com 30,60%. Arruda chegará à Câmara respaldado por 26,49% dos votos no Distrito Federal. Jader teve a maior votação para deputado no Pará, com 13,21%. Arruda garante que seu primeiro projeto será sobre o fim do voto secreto de deputados e senadores. 'Tenho uma idéia fixa', afirmou o deputado eleito.
Auditoria ocorre em S. Leopoldo
Terminou às 13h05min de ontem o escrutínio das urnas em São Leopoldo, realizado no Ginásio Municipal Celso Morbach. A auditoria das onze seções escolhidas através de sorteio realizado pela Justiça Eleitoral ocorre hoje, às 14h.
Os votos das urnas com sistema manual serão conferidos com os seus boletins no Ginásio de Esportes. Foram sorteadas as seções 130, 150, 172, 181, 183, 197, 199, 208, 225, 233 e 306, que correspondem a 3% do total. Participam o corregedor-geral do Tribunal Regional Eleitoral, Alfredo Englert, os membros da Junta Eleitoral e escrutinadores.
São Leopoldo é o 9º colégio eleitoral do Estado. A cidade integra a 51ª zona eleitoral, com 131.736 votantes distribuídos em 359 seções eleitorais. Às 19h30min de domingo, ainda havia eleitores nas filas. Eles tiveram que votar através da urna eletrônica com impressora, pois São Leopoldo foi um dos municípios escolhidos pelo Tribunal Superior Eleitoral para testa r a segurança das apurações no Brasil.
Algumas das impressoras que apresentaram problemas foram substituídas ou consertadas pelos técnicos. Porém, em algumas seções, o processo foi manual. Esses votos foram posteriormente digitados nas urnas eletrônicas pelos escrutinadores, o que contribuiu para a demora da totalização. Utilizaram urnas de lona 32 seções. A promotora eleitoral Vilneci Pereira Nunes acredita que o problema poderá se repetir no segundo turno.
Eduardo Duhalde saúda líder petista
O presidente argentino, Eduardo Duhalde, enviou mensagem de felicitações ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que obteve a maioria dos votos no primeiro turno das eleições. Duhalde transmitiu a saudação ao líder do PT através da embaixada do Brasil em Buenos Aires.
Segundo os últimos cômputos oficiais, Lula obteve pouco mais de 46% dos votos válidos e por não ter alcançado a maioria absoluta dos votos válidos, terá que disputar o segundo turno com o governista José Serra, do PSDB, que teve 23% dos votos. O chefe de gabinete argentino de ministros, Alfredo Atanasof, ressaltou que 'a consolidação da democracia no continente é alentadora para a Argentina'.
Embaixador elogia eleições brasileiras
As eleições de ontem no Brasil foram 'um exemplo de cultura cívica do país' e 'toda a América Latina deve ficar feliz por um processo exemplar', disse ontem o embaixador do Uruguai em Brasília, Augustin Espinosa. O diplomata destacou à rádio Carve de Montevidéu que, em uma eleição com mais de 115 milhões de pessoas habilitadas a votar, o sistema eletrônico se mostrou seguro e a comprovação disso é 'que não houve denúncia de violação das normas'. Espinosa prognosticou uma 'forte disputa' entre Lula e Serra, nas três semanas prévias ao segundo turno eleitoral. 'Haverá articulações e alianças entre diferentes partidos, que nem sempre coincidem com o primeiro turno', disse.
Garotinho condiciona seu apoio
O candidato derrotado do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, infomou ontem que só apoiará Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, no 2º turno se o petista romper com as alianças com setores de direita que fez na 1ª etapa. 'Eu já coloquei minhas condições. Para Lula conseguir nosso apoio, tem que se livrar dessas alianças com partidos de direita. Temos compromisso com o povo. Lula está com o ex-presidente José Sarney e esses partidos afundaram o Brasil. Ele vai escolher com quem vai andar', afirmou.
'Nós temos carta de princípios. Será que Lula vai aceitar o apoio do ACM, que é adversário de Fernando Henrique Cardoso?', indagou. Garotinho ressaltou que é 'um homem de partido' e que a executiva nacional do PSB vai se reunir nesta semana para discutir apoios no 2º turno. O ex-governador do Rio culpou as pesquisas de opinião por sua derrota e disse que estaria na disputa com Lula 'caso os números não tivessem sido manipulados'. 'Minha diferença para o Serra foi de cinco pontos apenas e cinco são 2,5 para outro. Talvez eu tivesse chegado à frente dele se essas pesquisas de última hora não apontassem uma diferença enorme como apontaram', alegou. Durante a votação, o socialista, que assistiu com ceticismo às primeiras parciais divulgadas pelo TSE, ameaçou pedir impugnação das eleições no Rio por causa dos defeitos verificados em urnas eletrônicas, os quais considerou 'muito estranhos e gravíssimos'.
Magela quer ajuda até de adversários
O candidato do PT ao governo do Distrito Federal, deputado Geraldo Magela, espera obter o apoio de seus adversários - Rodrigo Rollemberg, do PSB, e Benedito Domingos, do PPB - para derrotar, no segundo turno, o atual governador Joaquim Roriz, do PMDB. Ele acenou com cargos para os ex-adversários de primeiro turno. 'Eu quero que eles ajudem a ganhar e também a governar, ocupando cargos no meu governo', disse Magela.
O petista acha que o fato de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, não ter vencido a disputa para a presidência da República no primeiro turno vai acabar incentivando a participação do petista como cabo eleitoral no segundo turno nos estados.
Números apontam maior participação
O eleitor compareceu mais a esta eleição e anulou menos, apontaram as pesquisas eleitorais. Enquanto o percentual de abstenção nas eleições de 1998, entre Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi de 21,5%, agora é de 17,7%. Os votos brancos caíram de 8%, em 1998, para 3%. E os nulos, de 10,7% para 7,4%. As maiores taxas de abstenção foram verificadas na Bahia (25,2%) e no Maranhão (24%), e as menores foram registradas no Rio Grande do Sul (13,5%) e em Santa Catarina (13%). Lula foi melhor em Santa Catarina, onde obteve 57% dos votos válidos. Já o candidato tucano obteve melhor resultado no Tocantins (34%).
Presidente chileno apoiará o vencedor
O presidente chileno, Ricardo Lagos, ressaltou ontem a tranqüilidade das eleições desse domingo no Brasil e disse que seu governo trabalhará estreitamente com o presidente eleito no segundo turno. 'Seja quem for o novo presidente, vamos trabalhar tão uniformemente como temos feito com nosso amigo Fernando Henrique Cardoso', disse Lagos.
Ele destacou também que a tranqüilidade e a normalidade das eleições é a transparência do ato eleitoral brasileiro. 'O importante é que foram realizadas eleições democráticas com absoluta normalidade nesse grande país', ressaltou.
O presidente chileno também avaliou como positiva a rapidez na apuração dos resultados.
Reeleito, Lessa abre voto para 2º turno
O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, do PSB, ganhou mais quatro anos de mandato, ao derrotar o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, do PRTB. Lessa acompanhou a apuração dos votos em casa, no bairro Santa Amélia, onde recebeu a imprensa, na manhã de ontem. Com 99,86% dos votos apurados, ele tinha 52,93% contra 40,18% de Collor.
O governador afirmou que votará no candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo turno contra José Serra, da aliança PSDB-PMDB. 'Por uma questão de princípio e ideologia, eu voto em Lula e espero que esta posição seja seguida por outras lideranças do meu partido', afirmou.
Alckmin mantém o ritmo de campanha
O canditato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, chegou ao meio-dia de ontem à Santa Casa de São José dos Campos (SP), no Vale do Paraíba, sob aplausos e cumprimentos de funcionários, autoridades e até de jornalistas. Aparentemente cansado, mas satisfeito, ele agradecia a cada gesto e dava a mão a todos, já em clima de campanha para o segundo turno. Alckmin disse que não se surpreendeu com o resultado do primeiro turno e com a subida do candidato José Genoino, do PT. 'Trabalhei para ir ao segundo turno e sempre disse que quem o eleitor escolhesse, nós iríamos enfrentar', afirmou. Enfático, ele descartou a possibilidade de aceitar o apoio de Paulo Maluf, do PPB.
Amin anuncia que atacará no 2º turno
O governador Esperidião Amin, do PPB, anunciou o tom que dará à disputa do segundo turno com o candidato do PMDB, Luís Henrique da Silveira, para o governo de Santa Catarina. 'Agora a decisão será entre dois candidatos, duas propostas, e as circunstâncias que os envolvem', disse ontem, demonstrando a intenção de atacar o PMDB no seu ponto mais frágil: a operação irregular da emissão de títulos públicos pelo ex-governador Paulo Afonso Vieira. Amin informou ainda que buscará o apoio do PT para vencer o segundo turno. Amin, que obteve 39,86% dos votos apurados em SC, considerou o processo eleitoral no Estado 'limpo e transparente'.
Deputado perde o décimo mandato
As eleições do último domingo interromperam a carreira de Rubem Medina (PFL), deputado federal em atividade há 35 anos no Rio. Ele viu fr ustrada sua tentativa de obter o décimo mandato consecutivo. Com cerca de 36 mil votos, Medina foi o oitavo candidato mais votado do seu partido, número insuficiente para a sigla que deve eleger quatro parlamentares para a Câmara e ter sua representação reduzida em 60%. Medina foi eleito pela primeira vez em 1966, então com 23 anos, ainda pelo estado da Guanabara, pelo MDB. Depois da reformulação partidária, após o regime militar, entrou para o PFL por sugestão de Tancredo Neves. Em 1982 foi eleito com cerca de 250 mil votos.
EUA diz que trabalha com eleito
O Departamento de Estado dos EUA expressou sua disposição de trabalhar com quem quer que seja eleito presidente do Brasil no segundo turno, mas seu porta-voz se absteve de comentar se esse seria Luiz Inácio Lula da Silva, o vencedor do primeiro turno. 'Não quero fazer nenhuma conclusão sobre o resultado eleitoral ainda inconcluso', declarou Richard Boucher.
Segundo ele, o processo eleitoral brasileiro 'é um indício da firme democracia que existe no país'. Em declaração por escrito, o Departamento de Estado americano considerou a votação de domingo um êxito e sublinhou que estas eleições marcam apenas a quarta vez desde a restauração do governo civil, em 89, que os brasileiros vão às urnas para eleger seus dirigentes.
'As relações dos Estados Unidos com o Brasil estão cimentadas sobre base de valores compartilhados e respeito mútuo e se remontam à época do reconhecimento, pelos EUA, da independência brasileira em 1822', afirma a declaração. O Departamento de Estado mencionou também o papel desempenhado pelo Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA) para conseguir apoio dos países do hemisfério depois dos ataques terroristas de 11 de setembro. 'Neste novo século, descrito pelo presidente George W. Bush como século das Américas, os EUA estão dispostos a trabalhar com o Brasil para benefício de todo o hemisfério', continua a mensagem.
Os Estados Unidos presidirão com o Brasil, a partir de 1º de janeiro, o processo de negociação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
Maluf é rechaçado do palanque do PT
A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, que participou ontem da coletiva do presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, garantiu que Paulo Maluf, do PPB, 'não sobe no palanque do PT de jeito nenhum'.Segundo a prefeita, Maluf pode votar em quem quiser, mas não subirá no palanque do partido. A prefeita disse também que o PT não teme o peso da máquina do governo neste segundo turno, numa referência à disputa entre o seu partido e o PSDB, em níveis federal e estadual. 'Começamos este segundo turno com toda a garra', afirmou. Marta disse também que o patamar de votos que o PT obteve em São Paulo dá essa confiança ao partido.
Propaganda volta 2 dias após resultado
A propaganda eleitoral de candidatos a governos estaduais e à Presidência da República, no rádio e na televisão, interrompida na última quinta-feira, deveria ser retomada dois dias após a Justiça Eleitoral divulgar o resultado oficial da eleição em 1º turno. Conforme o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Nelson Jobim, a proclamação de resultados deve ocorrer hoje ou amanhã. No caso da eleição presidencial, contudo, o PT e o PSDB já fecharam um acordo para que a propaganda seja retomada só na segunda-feira. A propaganda gratuita será apresentada até o próximo dia 25. No rádio, os espaços irão ao ar às 7h e às 12h; na televisão, às 13h e às 20h30min.
Tendência do PFL é apoiar Serra
A tendência do PFL é recomendar o apoio ao presidenciável José Serra, ressalvada a posição individual de dois de seus principais líderes e adversários do tucano: a ex-governadora Roseana Sarney e o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (ACM), ambos eleitos para o Senado Federal. A posição dos pefelistas no 2º turno será tomada amanhã, em reunião ampliada da Executiva Nacional, que contará com a presença do vice-presidente Marco Maciel, eleito para o Senado, governadores e parlamentares. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), mostrou-se cauteloso. 'Não quero me manifestar até quarta-feira', disse, acrescentando que, na reunião, pretende também fazer uma avaliação do desempenho do partido nas urnas.
Ao que tudo indica, o PFL deve assumir a posição majoritária no Senado e continuar sendo também maioria na Câmara. ACM alertou ontem para eventuais problemas locais do PFL com o PT no 2º turno. É o caso de Sergipe, onde o pefelista João Alves disputará o governo estadual com o senador José Eduardo Dutra, do PT. Apesar dos casos localizados, ACM não está disposto a declarar apoio a José Serra no 2º turno. 'Não podemos tomar uma posição inflexível, mas também não podemos ficar amarrados', observou o baiano, informando que seu grupo elegeu 22 deputados federais. Para ele, a melhor posição seria o PFL liberar suas bancadas. Essa postura, no entanto, é rejeitada pelo deputado Roberto Brant, do PFL de Minas, defensor do apoio ostensivo a Serra, ressalvando as adversidades no partido.
Tucanos buscarão votos de Lula
O publicitário Nelson Biondi, marqueteiro da campanha do presidenciável tucano José Serra, disse ontem que uma das estratégias desse segundo turno é trabalhar em cima de parte do eleitorado que votou no candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele afirmou que até amanhã o comando da campanha irá definir a linha dos programas do horário eleitoral gratuito, num total de 12. 'Os cerca de 23% de votos válidos que Serra obteve são puro músculo, principalmente em função da pancadaria que levamos. O percentual de Lula (46%) tem gordura que pode vir para nós e é isso que a gente vai trabalhar.'
O publicitário revelou que em vez dos programas na TV, preferia utilizar esse tempo em debates. 'Ficaria mais evidente a diferença entre os candidatos. Sobre a participação do presidente Fernando Henrique Cardoso na atual fase da campanha, disse que se fosse por ele FHC participaria muito mais: 'Adoraria que ele participasse mais e até que fosse coordenador político da campanha.'
Biondi não quis fazer comentários a respeito da saída do coordenador político da campanha de Serra, Pimenta da Veiga. Ele apenas disse que o nome do deputado José Aníbal seria uma boa opção. Outro ponto abordado pelo publicitário foi em relação à linha combativa utilizada nos programas do horário eleitoral gratuito da coligação Grande Aliança. O publicitário admitiu que nem sempre uma campanha mais agressiva surte o efeito desejado.
Zeca do PT enfrenta dificuldades
Falhas na fiscalização e as dificuldades encontradas pelos eleitores na hora de votar foram alguns dos motivos alegados pelo candidato à reeleição no Mato Grosso do Sul, governador José Orcirio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, para não ter vencido a disputa no primeiro turno. Ele teve 48,33% dos votos válidos, contra 42,41% da deputada federal Marisa Serrano, do PSDB. Foram 509.715 votos contra 447.237. No segundo turno, Marisa confia na vitória e disse que pretende agregar as forças dos candidatos ao governo do Estado que foram derrotados.
A coligação Novo Mato Grosso do Sul, liderada pelo governador Zeca do PT, elegeu nove dos 24 deputados que compõem a Assembléia. São três do PT - Pedro Teruel, Pedro Kemp e Semy Ferraz -, três do PL - Londres Machado, Paulo Correa e Antônio Carlos Arroyo -, dois do PSL - Jerson Domingos e Akira Otsudo -, e um do PSD, Maurício Picarelli. A coligação reuniu oito partidos (PT, PSL, PTN, PSC, PL, PSDC, PSD e PC do B).
A vitória do ex-ministro de Minas e Energia Delcídio do Amaral, do PT, foi uma surpresa amarga para os tradicionais eleitores do ex-governador Pedro Pedrossian, do PTN, que contavam como certa a vitória para o Senado.
A disputa foi acirrada, mas Delcídio chegou a vitória alcançando 25,85% dos vot os válidos, contra 22,03% de Pedrossian. O campeão de votos foi o presidente do Senado, Ramez Tebet, do PMDB, com 734.012 votos, o que correspondeu a 38, 19% dos votos apurados.
Há duas estratégias no Paraná
Os candidatos ao governo do Paraná que iniciam a disputa do segundo turno, Álvaro Dias, do PDT, e Roberto Requião, do PMDB, já definiram as principais estratégias para conquistar os eleitores. Enquanto Álvaro vai centrar sua campanha em Curitiba e região Metropolitana, onde teve o menor número de votos, Requião pretende passar sua mensagem no horário gratuito e em entrevistas para rádios, a fim de diminuir as viagens para o Interior, que foram constantes no primeiro turno. 'Temos que ter uma atenção maior na região Metropolitana, que foi a única região em que não venci no primeiro turno', disse Álvaro. Ele considerou isso uma surpresa, já que as pesquisas do partido mostravam resultados diferentes. 'Tudo muda' para o segundo turno, diz Requião. Ele afirmou que pretende usar todo o espaço possível de rádio e televisão, propondo a realização de grandes debates. 'Minhas projeções são otimistas', acentuou. 'Tenho uma posição confortável e terei, com muito trabalho, uma vitória tranqüila', disse Requião.
Jereissati discute rumos do 2º turno
O ex-governador Tasso Jereissati (CE) começou ontem a discutir com seus principais aliados a estratégia de campanha para o segundo turno e o posicionamento de seu grupo político nas eleições presidenciais.
Ontem à tarde, ele marcou uma reunião com o candidato ao governo do Ceará, Lúcio Alcântara, o coordenador da campanha, senador Luís Pontes, do PSDB, e assessores. No plano federal, Jereissati deverá apoiar o candidato José Serra. Mas seu principal afilhado político, Ciro Gomes, começou ontem conversações sobre o pedido de apoio a Lula.
Jornal questiona o que deve se esperar
A edição de ontem do jornal francês Le Monde afirma que a grande questão do 2º turno das eleições no Brasil é saber como petista Luiz Inácio Lula da Silva e o tucano José Serra irão se comportar. Para o veículo, se o candidato do PT vencer, o PSDB será seu potencial aliado no Congresso Nacional e fiador da governabilidade. Segundo o Le Monde, a missão eleitoral de José Serra 'parece quase impossível', já que, aparentemente, é difícil que os eleitores de Anthony Garotinho, do PSB, e de Ciro Gomes, do PPS, deixem de votar na oposição, ou seja, em Lula.
Sarney é carta de Lula no Senado
José Sarney, do PMDB, e Marco Maciel, do PFL, serão os dois nomes mais importantes do Senado que tomam posse em fevereiro. Se o novo presidente da República for Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ele trabalhará para fazer do aliado Sarney o presidente do Senado. No caso de vitória do tucano José Serra, o cargo deverá ser de Marco Maciel, aliado do tucano. O Senado é fundamental para a governabilidade. É lá que são aprovados, por exemplo, os acordos bilaterais, empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), os nomes dos novos membros dos tribunais superiores e a rolagem de dívidas dos estados. PFL e o PMDB terão bancadas iguais, com 19 senadores cada, e a tradição da Casa é dar o cargo principal ao maior partido. Num governo Lula, Sarney torna-se fundamental: embora do PMDB, tem influência em boa parte do PFL. Já num governo Serra, as negociações para a presidência do Senado terão de passar por Marco Maciel, que enfrentará resistências de Roseana Sarney e do grupo de Antonio Carlos Magalhães.
Dirigente pede reforma política
O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, disse ontem que, independentemente de quem vencer as eleições presidenciais, é importante que se realize a reforma política. Ele considerou que o 2º turno permitirá que os candidatos deixem de apresentar apenas a 'fotografia' e passem a mostrar a 'radiografia' das propostas. Para Burti, eles até agora divulgaram apenas 'o pacote bem embalado por marqueteiros', mas não se sabe ainda o conteúdo. Ele observou que os candidatos falam em criar empregos, mas não informam como isso acontecerá, já que os recursos públicos livres no orçamento 'não chegam a 3%'. Ressaltou que ainda não foi apresentado um projeto para eliminar a dívida previdenciária.
Napoleão demite e muda o pagamento
O governador do Piauí, Hugo Napoleão, do PFL, em nota oficial, decretou ontem o afastamento de todos os servidores ocupantes de cargo público e funções na administração pública. Determinou ainda a retirada da gratificação denominada Condição Especial de Trabalho da folha de pagamento e a elaboração de novo calendário de pagamento a partir de 14 de outubro. Napoleão foi derrotado por Wellington Dias, do PT, por pouco mais de 6% dos votos.
Tavares comemora vitória quase certa
O governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares, comemorou domingo à noite, com uma carreata até a cidade santuário de São José de Ribamar, sua reeleição quase certa em 1º turno. Na base do governo, todos consideram improvável que o STF reforme a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que cassou o registro da candidatura de Ricardo Murad, do PSB. Sem ele na disputa, fica garantida a vitória de Tavares.
Artigos
Segundo turno
Manoel Braga Gastal
Nunca consegui encontrar a razão do segundo turno eleitoral. Sempre entendi a abstenção como um direito do cidadão de agir em qualquer pleito, desde o presidencial da República ao de seu sindicato profissional ou até de sua sociedade bailante e recreativa. Daí considerar o voto obrigatório uma violência. Ora, pensando assim, repilo o turno duplo, mesmo nas circunstâncias e nas razões definidas pela legislação eleitoral. Penso que, inclusive, deprecia os partidos políticos e suas definições ideológicas ao lhes impor a perspectiva de coalizões absurdas, em tudo contrárias às vezes aos procedimento da pregação da rodada inicial.
Sempre pensei assim, desde que o problema foi aflorado, anos atrás, quando Lacerda impugnou a eleição de Juscelino pela alegação de insuficiência de percentual. Pura manobra estratégica. Embora, à época, a tese ferisse minha própria tendência política, defendi-a pelos veículos de divulgação de que dispunha. Reitero hoje, com ainda maior convicção, meu pensamento de então. Na base dele está o direito do cidadão, a que já aludi, de não comparecer à mesa eleitoral como processo de formação da abstenção, uma forma de posicionar-se no pleito. A eleição majoritária, a meu juízo, deveria ser decidida como o era antigamente, antes da criação do turno suplementar, esse vício que só fez incharem os números de votos dos candidatos.
Números, aliás, produzidos pelo somatório de desigualdades ideológicas, de conchavos entre lideranças que, já na rodada inicial, passam a agir com vistas a possível união posterior com os adversários antigos.
Resultado: o voto obrigatório e o segundo turno, unidos, resultam em montanha de sufrágios a falsamente consagrar políticos como em nenhuma parte do mundo, mas apenas no papel do boletim final. O exemplo da eleição de Juscelino, citado, fala por si mesmo: um grande presidente, avançado, reformista, teve percentual muito abaixo da metade do eleitorado porque a legislação ainda não previa segundo turno. Só valeu a novidade para encarecer as eleições, parar de forma prejudicial o esforço produtivo da Nação e aparentar poderio eleitoral. Eis um tema para futura reforma eleitoral.
Colunistas
PANORAMA POLÍTICO - A. Burd
MANTÊM DISTÂNCIA
1) Deve ser mera coincidência; porém, ontem à noite Tarso Genro suspendeu à última hora a ida ao Câmera 2, da TV Guaíba, onde seria entrevistado juntamente com Germano Rigotto. Hoje foi a vez de Rigott o cancelar sua participação em encontro promovido por empresários em Caxias do Sul.
2) Irapuan Teixeira, que se elegeu deputado federal em São Paulo com 668 votos, concorreu pelo Prona ao governo do Rio Grande do Sul em 1994. A diferença é que lá tem Enéas, o monossilábico superprodutor de votos.
3) O PT irá ao encontro de Antônio Carlos Magalhães pedir apoio no 2O turno. Sabe que o fiel da balança nesta eleição será o PFL. Resta aos pefelistas avaliarem em que governo terão mais vantagem: de Lula ou Serra.
PARA QUE LADO VAI
Vai pegar fogo a reunião do PDT que decidirá sobre rumos do partido na sucessão estadual. Alguns aguardam vinda de Leonel brizola, que significaria uma caixa de fósforos junto a um tonel de gasolina.
DUAS ESCALAS
A assessoria de José Serra definiu: na campanha do 2º turno, o candidato virá duas vezes ao Rio Grande do Sul. Em Brasília, a cúpula tucana festejou o desempenho de Germano Rigotto no domingo.
NA MOSCA
A melhor definição sobre Sérgio Cabral Filho, eleito senador pelo Rio, aos 39 anos, foi dada por Arthur da Távola quando visitou Porto Alegre em 1995: 'Num domingo quente do Rio, fui à casa de sua família. De repente, apareceu o Serginho com terno azul e gravata. Perguntei para onde ia e ele disse que tinha compromisso com centro comunitário de atendimento a carentes. Gritei ao pai dele: 'Vai ser político'. Acertei'.
EM DUPLA
Pela 1a vez, Novo Hamburgo terá dois deputados na Assembléia Legislativa: Jair Foscarini (PMDB), reeleito, e Floriza dos Santos (PDT), esposa do prefeito José Airton.
PELO FILHO
O deputado federal Osvaldo Bolchi, do PMDB, surpreendeu: obteve 74.250 votos e não se reelegeu. Em compensação, empenhou-se, ajudando o filho Márcio a obter mandato na Assembléia Legislativa com 35.232 votos. Ainda que isso tivesse limitado sua possibilidade de dobradinhas com outros candidatos.
COMO O PAI
Eleitorado fiel e exemplar: Nelson Marchezan Júnior elegeu-se deputado federal com 60.996 votos. Poucos mais do que o obtido por seu pai em 1998. Com falecimento no exercício do mandato, em fevereiro deste ano, Júnior abraçou a candidatura.
OUTRORA
De 1969 a 1975, a prefeitura coordenava reuniões semanais da Comissão dos Buracos. Antes de começar obra na via pública, demais órgãos listavam suas necessidades. O Centro da cidade não era tantas vezes perfurado como agora, com prejuízo a motoristas e pedestres.
DOS LEITORES
' Carlos Oliveira: 'Só espero que o próximo Congresso Nacional vote as reformas tributária e política, como o atual prometeu. Se ao final dos quatro anos continuarem na mesma, não votarei mais em deputado'.
' Valderez Marelli: 'Considero retórica e barata a afirmação dos candidatos de que o Estado é indutor do desenvolvimento. O máximo que o Estado sabe é ser mau patrão porque, é claro, não são os políticos que pagam a pesada conta pelos desmandos. Acaba caindo nos nossos bolsos, que julgam ser sem fundo'.
APARTES
PT aposta na sua tática para o 2º no RS: comparar a experiência e a trajetória política dos dois candidatos.
Corrida contra o tempo: na arrancada da propaganda para o 2º turno em rádio e televisão, o PT faz tudo para incluir Garotinho e Ciro.
Senado tem 5.026 servidores ativos, 3.274 aposentados e 1.132 pensionistas. Todos ganhando mal...
O que esperam para criar Ministério da Habitação? Gera empregos e reduz problema social. Não basta?
Impressoras começaram a rodar ontem. Em breve, ruas estarão de novo tomadas de propaganda eleitoral.
Clarín, de Buenos Aires ontem: 'Lula ratifica que fará todo o possível para recuperar a Argentina'.
Opiniões e debates: Espaço Aberto, às 13h15min na Rádio Guaíba.
Deu no jornal: 'FHC diz que não se deve cantar vitória antes da hora'. Faz muito mal às cordas vocais.
Outra: 'Garotinho vai da esperança à frustração'. Coisas dessa idade.
Editorial
O DEBATE NO SEGUNDO TURNO
Conhecidos os resultados das eleições em seu primeiro turno, as atenções do eleitorado se voltam agora para o debate que irão travar os candidatos no segundo turno, dia 27 deste mês, Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra, em plano nacional, e Germano Rigotto e Tarso Genro, aqui no Estado. O segundo turno tem a característica particular de colocar os dois mais votados num confronto direto, sem a participação dos outros candidatos que com eles dividiram os espaços destinados aos debates realizados antes do dia 6 passado. Em alto nível, como todos estão prometendo, o debate deveria se restringir aos confrontos dos programas partidários. No entanto, o calor da disputa pode levar os debatedores a uma postura mais agressiva, forçando o adversário a incômoda posição defensiva, sempre constrangedora na discussão política.
As duas correntes que dão sustentação aos candidatos que buscam alcançar a Presidência da República são ideologicamente distintas, mas não radicalmente opostas. Não se trata de um confronto entre radicais opostos, embora, originariamente, tanto Lula como Serra tenham iniciado suas trajetórias políticas a partir de posições nitidamente identificadas com a esquerda. Mas os tempos mudaram e os dois candidatos também. Serra, mesmo como candidato do governo, assume posições, na questão da política econômica, que não podem ser apontadas como em defesa do neoliberalismo. E, por seu turno, Lula, ao buscar aproximação com o centro, outra coisa não faz do que sinalizar que seu partido, o PT, está cada vez mais afastado do radicalismo de esquerda.
Aqui no Estado, os dois candidatos que estão no segundo turno também originariamente partiram, em suas carreiras políticas, de correntes que se situavam à esquerda. Mas nenhum dos dois pode ser apontado como radical. Defendem modelos de governo que tentam, por caminhos diversos, alcançar o mesmo objetivo, qual seja, o da correção das desigualdades sociais provocadas pela injusta distribuição da riqueza. Tanto Rigotto como Tarso, no elenco das reformas ainda necessárias, têm destacado a tributária como ponto de partida para dar curso ao processo de correção indispensável para que se possa ter uma adequada distribuição de renda.
Topo da página
10/08/2002
Artigos Relacionados
Zilda Arns, uma vida dedicada a causas sociais
Patrícia elogia engajamento de jovens empresários em causas sociais
Deputados aprovam LDO, mas divergências políticas pautam o debate
Zambiasi defende proposta que reserva recursos para projetos sociais
Zambiasi defende proposta que reserva recursos para projetos sociais
TV Senado discute causas da desertificação