Caxias discute direitos humanos e Alca na Câmara de Vereadores



O direito a uma vida digna, com acesso ao trabalho, à alimentação, à educação, à saúde e a um meio ambiente sustentável frente às ameaças da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) pautou o debate de ontem (15) durante o lançamento do Relatório Azul 2000/2001, da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembléia Legislativa, na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. A abordagem do tema ficou por conta do presidente da CCDH, deputado Roque Grazziotin (PT), e da vice-presidente, deputada Luciana Genro (PT), com a coordenação da professora Marisa Formolo Della Vechia, do Centro de Direitos Humanos de Caxias do Sul.

Dois exemplos de inclusão social abriram o ato de lançamento, com as apresentações do Hino Nacional na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), por alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Helen Keller, e da interpretação de músicas de cunho social por alunos da Associação Centro de Promoção do Menor Santa Fé.
Ao fazer um bordagem histórica dos Direitos Humanos no Brasil, Padre Roque salientou que "a luta pela inclusão social passa necessariamente pelo envolvimento de todos nós, para que o sonho de termos uma sociedade igualitária e respeitada em seus direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais se torne uma realidade" , acrescentando que "o Relatório Azul vem sendo uma contribuição da Comissão da Cidadania e Direitos Humanos para que as políticas públicas possam ser aperfeiçoadas permanentemente".

A vice-presidente, deputada Luciana Genro, destacou a contribuição da CCDH para esclarecer a opinião pública sobre os riscos da formação da ALCA para os países latino-americanos, com a publicação Dignidade Sim, Alca Não!- Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e a Área de Livre Comércio das Américas, também distribuída no evento. Disse que "esse projeto de integração vai deixar a América Latina em situação de desvantagem e subordinação às regras ditadas pelos Estados Unidos e pelas grandes multinacionais, não apenas no âmbito comercial como também nos setores públicos essenciais, como saúde, água e educação", completou.

O deputado Roque conclamou os presentes a participarem do plebiscito informal, que será realizado em todo o país na primeira semana de setembro, "para dizer não à Alca e a entrega de uma parte do território brasileiro - a Base de Alcântara - para o controle militar dos Estados Unidos".
Simbolizando uma agricultura livre de transgênicos e da ameaça da Alca, o parlamentar ainda distribuiu um pequeno saco plástico com sementes crioulas, acompanhado de um papel reproduzindo as perguntas que constarão do plebiscito nacional.

Participaram, ainda, do lançamento das duas publicações da CCDH, em Caxias do Sul, representantes da Prefeitura, Elói Gallon, do Poder Legislativo, vereador Jerônimo Danni, do Poder Judiciário, Sérgio Augustin, da Brigada Militar, major Jorge Antônio Penna Rei, além de inúmeras entidades da sociedade civil de Caxias, estudantes e professores.


08/16/2002


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