Ceará prepara plano que segue diretrizes do Brasil Sem Miséria



O Ceará está pactuando com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) a elaboração de um plano estadual de superação da extrema pobreza, nas mesmas diretrizes do Plano Brasil Sem Miséria. A secretária para Superação da Extrema Pobreza do MDS, Ana Fonseca, participou de audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa do Ceará, na segunda-feira (24), para discutir as ações específicas no estado, nos eixos de inclusão produtiva, transferência de renda e acesso a serviços públicos.

O Nordeste concentra 28% da população brasileira. No entanto, 59% dos 16,2 milhões de brasileiros em extrema pobreza vivem na região, e desses, 9% no Ceará. Ana Fonseca fez um breve relato das ações do plano já em andamento no estado. Uma delas á o repasse de R$ 55 milhões do governo federal para a construção de 27,5 mil cisternas. “A seca é um tema característico do Nordeste e que tem forte impacto na pobreza”, explicou a secretária. 

Ela também destacou a participação de municípios cearenses em editais de economia solidária e no programa Mulheres Mil, do Ministério da Educação (MEC), que pretende qualificar 100 mil pessoas em extrema pobreza até 2014. A secretária ressaltou que a atuação do Brasil Sem Miséria deve ser transversal, bem como o monitoramento e o acompanhamento das famílias atendidas.

Carlos Manso, coordenador do laboratório de estudos da pobreza da Universidade Federal do Ceará (Ufce), destacou durante o encontro o prejuízo que a miséria traz para o desenvolvimento do País. “Economistas estudam esse tema porque pobreza e desigualdade custam caro. É importante, do ponto de vista econômico e financeiro, promover políticas de redução desses índices”, explicou.

Segundo Manso, o Ceará tem 18% de sua população na extrema pobreza, o que equivale a países como Costa do Marfim, Timor Leste, Indonésia e Papua Nova Guiné. “O Ceará precisa ser protagonista no Brasil Sem Miséria, assim como a Bahia e o Maranhão. Nenhum dos três tem ainda plano de complementação de renda e, por serem os estados com maior número de extremamente pobres, deveriam ter sido os primeiros a elaborá-lo”, disse.

A audiência pública contou com a presença de autoridades, lideranças comunitárias, representantes das universidades estadual e federal, do movimento sindical e de secretarias municipais de assistência social, que acompanharam as apresentações por um telão.

 

Fonte:
Ministério do Desenvolvimento Social



25/10/2011 16:38


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