Cetesb recebe prêmios por projeto de reúso e reciclagem de lixo eletrônico
Meta principal é evitar que equipamentos como computadores contaminem o meio ambiente
O Projeto TI-Verde da Cetesb foi premiado por entidades que avaliam avanços tecnológicos na gestão pública. O objetivo principal da iniciativa é evitar a contaminação ambiental e proteger a saúde pública dos efeitos nocivos causados pela disposição incorreta de lixo eletrônico, como computadores, celulares e aparelhos de televisão. A Cetesb atua nesse processo orientando empresas e cidadãos sobre o modo correto de reciclar ou reutilizar esses materiais.
Neste mês, o Departamento de Tecnologia da Informação da Cetesb recebeu o 11º Prêmio Conip na categoria Excelência em Inovação na Gestão Pública 2008 e o prêmio Destaque do Ano – Professor Francisco Romeu Landi, concedido pelo Comitê Gestor de Internet do Brasil, em parceria com o Congresso de Informática Pública (Conip). Esse último garante aos técnicos da companhia o direito de apresentar o projeto, representando o Brasil, em evento sobre inovação tecnológica que ocorrerá em setembro, na cidade de Turim, na Itália.
A iniciativa da Cetesb agrega, também, um componente social, ao prever a doação de equipamentos com potencial de uso educacional para comunidades carentes. Estima-se ainda que proporcionará a geração de empregos, com a abertura de indústrias na área de reciclagem.
Projeto-piloto – Para demonstrar que há condições técnicas e ambientais de se efetuar a reciclagem com destinação completa dos itens de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), a Cetesb iniciará um projeto-piloto. Aproximadamente 150 microcomputadores obsoletos para as atividades da companhia serão destinados a reúso. Os equipamentos serão repassados ao Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo (Fussesp), para posterior doação a projetos de inclusão digital. Outros 490 aparelhos, sem condições de reúso, serão reciclados.
“Atualmente, existe tecnologia capaz de reciclar todos os componentes de um computador”, assegura o gerente do setor de Suporte Tecnológico da Cetesb, Antonio de Castro Bruni. De acordo com ele, há 457 empresas no Estado, licenciadas pela Cetesb, que podem realizar esse trabalho. “Queremos evitar o sucateamento, porque é comum o dono do ferro-velho retirar o cobre e as chapas do equipamento, destinando o restante aos aterros, o que causa a contaminação do solo e da água”, completa.
Os técnicos prevêem a criação de um Índice de Reciclagem, para apontar não apenas a quantidade de material reciclado, mas também o risco associado aos elementos contidos nesses equipamentos, como chumbo, cobre e alumínio. O projeto-piloto criará nova metodologia de gerenciamento de resíduos de TIC provenientes dos órgãos do governo do Estado.
A efetivação desse projeto possibilitará ao Estado de São Paulo participar do programa das Nações Unidas chamado StEP (Solving the e-waste Problem, sigla em inglês) “Resolvendo o problema do lixo eletrônico”, em tradução livre. Até o momento, nenhum país sul-americano participa de tal programa.
Parcerias – Outra proposta do Projeto TI-Verde é reativar a Câmara Ambiental de Material Elétrico, Eletrônico e de Comunicação, com o objetivo de criar legislação específica sobre o lixo eletrônico. Ela poderá também estimular parcerias que viabilizem campanhas de conscientização da população sobre a necessidade do descarte correto desse tipo de resíduo. Além disso, deverá incentivar a coleta para reciclagem dos microcomputadores domésticos, que hoje representam 50% do mercado formal.
Uma possibilidade de parceria que a equipe da Cetesb aventou para a coleta dos micros e telefones celulares é com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Essa união possibilitaria que a população entregasse equipamentos obsoletos nas agências dos Correios, para encaminhamento às empresas recicladoras, parceiras do Projeto TI-Verde.
Da Cetesb/Agência Imprensa Oficial
(M.C.)
06/27/2008
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