Chefe da polícia gaúcha afirma que delegacias recebem do jogo do
Chefe da polícia gaúcha afirma que delegacias recebem do jogo do bicho
PORTO ALEGRE. O chefe de Polícia do Rio Grande do Sul , José Antônio de Araújo, agravou a crise na segurança pública gaúcha ao afirmar que "informalmente" sabe que todas as delegacias de Porto Alegre recebem dinheiro do jogo do bicho. Araújo disse, em entrevista ao jornal "Zero Hora", que ainda não tem como provar essa declaração.
Na mesma entrevista, conta que ficou surpreso e apavorado com o nível de corrupção da polícia de Porto Alegre. As ligações da polícia gaúcha com o jogo do bicho foram alvo de investigação da CPI da Segurança Pública.
Os delegados dos 24 distritos se reuniram de manhã para estudar medidas judiciais e à tarde foram cobrar pessoalmente explicações do chefe de Polícia. Na saída, eles não quiseram dar declarações. Araújo divulgou uma nota oficial à noite afirmando que suas frases foram descontextualizadas, mas confirmando que estão sendo investigadas ligações de policiais com o jogo do bicho. Segundo ele, "a depuração está ocorrendo de forma firme e gradual". O chefe de Polícia ressalvou que os policiais são, em sua maioria, "homens de bem e merecedores da confiança pública".
O governo Olívio Dutra (PT) afirma estar empenhado no combate à banda podre da polícia. Em depoimento na CPI, o secretário-adjunto de Segurança, Lauro Magnano, calculou que "10% dos policiais gaúchos são corruptos".
A reunião de Araújo durou cerca de três horas. O chefe de Polícia pediu desculpas pela generalização. As afirmações de Araújo, segundo o presidente da Associação de Delegados, Leão de Medeiros, visam desviar o foco da CPI:
— A cúpula da Secretaria da Segurança está enxovalhando a classe policial e colocando todos numa vala comum, sem apresentar nomes ou provas. Na realidade, o governo e o PT é que têm envolvimento com o jogo do bicho — disse.
Mais força para a terceira via
O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), admitiu que os desentendimentos com o ministro da Saúde, José Serra, na disputa pela indicação de candidato tucano à Presidência podem levar a um terceiro nome. Em entrevista ao programa “Passando a limpo”, da Rede Record, domingo à noite, disse que a hipótese de um tertius, que seria o presidente da Câmara, Aécio Neves, ou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não é absurda.
Jogando mais lenha na fogueira, Tasso disse que os tucanos devem estar abertos a negociações que podem tirar o partido da cabeça da chapa, entregando a posição a um nome com mais densidade eleitoral e poder de aglutinação entre os aliados. E elogiou a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), que tem tido bons resultados nas pesquisas eleitorais.
De acordo com o governador, a solução do tertius é uma hipótese a ser considerada em conseqüência da atitude de Serra.
— Acho que precisa haver uma certa compreensão e despreendimento dele (Serra). Encaro com a maior naturalidade quem quer que venha a ser (o escolhido). Mas é preciso entender que todos têm direito ao espaço. Se sou candidato de uma facção importante do partido, preciso poder me apresentar ao país — disse, referindo-se ao desentendimento que teve com o ministro sobre a participação ou não no programa eleitoral do partido.
Tasso disse que os programas eleitorais são raras oportunidades que o partido deveria usar para apresentar seus pré-candidatos.
— Mas o ministro José Serra não concordava com isso e, a meu ver, foi muito ostensivo e muito radical. E aí leva-se a um acirramento, com certeza, e pode levar a um tertius, pode levar a que ninguém tenha espaço, quando a pessoa começa a não admitir o espaço dos outros.
“Roseana deve ser levada em conta”
Outra hipótese defendida pelo governador seria os tucanos aceitarem um candidato de outro partido. E lembrou de Roseana, que seria uma opção a ser levada em conta.
— Não defendo o apoio a Roseana. Mas se queremos uma aliança com o PFL ou com qualquer outro partido, temos que partir para a negociação aberta. Não podemos pensar em aliança desde que o candidato seja nosso, mesmo que o nosso não tenha a mesma competitividade que o candidato do PFL.
Para Tasso, a ascensão de Roseana nas pesquisas é um trabalho feito com competência pelo PFL “em cima de uma figura muito boa”.
— É uma governadora jovem, que tem uma figura muito agradável, que está fazendo um bom governo. O PFL foi unido, desprendido e concentrou o trabalho competente em cima dessa figura — afirmou.
Para Tasso, as negociações que poderiam levar o PSDB a aceitar a candidata do PFL ou de outro partido deveriam ter dois critérios básicos: a densidade eleitoral e a capacidade de aglutinação.
— Acho ideal que pudéssemos chegar a um candidato de consenso, como conseguimos chegar na eleição de Fernando Henrique em 1994, quando tínhamos nomes fortes do partido, como Mário Covas. Em determinado momento todos abriram caminho para Fernando Henrique porque havia o Plano Real — lembrou.
Reafirmando que tem alguns desentendimentos com Serra, embora assegure admirá-lo, disse — respondendo a uma pergunta do apresentador Bóris Casoy — que a disputa não é para a escolha do “candidato do peito” de Fernando Henrique.
— Não é o peito ou o coração de Fernando Henrique que deve ser disputado. Acho que devem ser disputados o peito e o coração do partido e procurar uma certa densidade eleitoral dentro de alguns critérios básicos — afirmou.
Malan diz que PT está ‘no alto do sapato alto’ e cobra mais clareza
SÃO PAULO. O ministro da Fazenda, Pedro Malan, voltou a criticar o PT e afirmou que o partido está “no alto do salto alto”. Tanto durante a palestra que fez a empresários na Câmara Americana de Comércio de São Paulo quanto depois, em entrevista coletiva, Malan cobrou definições do PT sobre decisões de governo como câmbio, inflação e Lei de Responsabilidade Fiscal.
— Peço que haja o mínimo de clareza em definições básicas — disse Malan.
O ministro afirmou que o PT precisa dizer se vai manter o câmbio flutuante e o sistema de metas de inflação, além da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele disse que a legenda precisa esclarecer esses pontos não só por ser o principal partido de oposição, mas também por “já achar que está no poder”.
Desde o ano passado Malan vem defendendo, em encontros com empresários, a necessidade de os candidatos às eleições presidenciais do ano que vem se comprometerem com alguns itens que garantem a manutenção da política econômica. Tem argumentado que, dessa forma, o país indicaria para a comunidade internacional que a troca de presidente não significará ruptura.
“Malan deixou a pior herança dos últimos 160 anos”
Participante do mesmo seminário em que Malan discursou, o deputado federal Aloizio Mercadante (PT-SP), um dos formuladores do programa econômico do PT, rebateu as críticas do ministro.
— Malan deixou a pior herança dos últimos 160 anos. Malan deve ser mais humilde e menos arrogante — afirmou.
Segundo o deputado, nos últimos sete anos do governo de Fernando Henrique, o crescimento do país foi muito baixo — de 2,3% ao ano. Além disso, afirmou Mercadante, atualmente o Brasil é o segundo país mais desigual do mundo. Ele afirmou que a dívida líquida pública do país era de R$ 1 mil por habitante quando Malan entrou no governo e hoje é de R$ 5 mil.
Mercadante classificou de fantástico o fato de Malan cobrar do PT uma posição em relação ao regime cambial. Segundo ele, o ministro passou quatro anos e meio do governo defendendo câmbio fixo junto com o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco:
— O Malan justificava o câmbio fixo dizendo que não dava para manter a estabilidade com a desvalorização. Nós sempre dissemos o contrário e a História mostrou que tínhamos razão. Só que em vez de Malan fazer autocrítica, ele vem agora dizer que não temos clareza. Quem não tem clareza de posição é ele.
Segundo Mercadante, existe uma agenda econômica convergente entre o governo e a oposição. Ele citou como pontos em comum a diminuição da vulnerabilidade externa, o aumento das exportações e do superávit comercial, a substituição das importações, a melhoria da balança de pagamentos. A divergência entre os programas, explicou ele, está na questão do crescimento do país.
— Queremos que o social seja o eixo do crescimento. Queremos um mercado de consumo de massa. Qualquer governo que vier não poderá andar por outro caminho que não seja o da estabilidade — disse.
O presidente nacional do PT, José Dirceu, chamou Malan de provocador e irresponsável. Antes de polemizar com o PT, o ministro, segundo Dirceu, precisa se entender com os pré-candidatos tucanos:
— O partido dele tem candidatos dizendo que não vão fazer o que ele está fazendo. Então, é melhor ele primeiro se entender com José Serra e Tasso Jereissati, para saber o que eles vão propor ao país. Nós não vamos manter a política de Malan.
Ciro diz que programa do PFL é ilegal
SÃO PAULO. O pré-candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, disse ontem que a ascensão nas pesquisas da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), é resultado do uso ilegal do horário eleitoral gratuito. De acordo com Ciro, o programa mostra Roseana como candidata, o que é proibido por lei segundo o calendário eleitoral.
— O horário tem de ser para a apologia do programa partidário. Não pode ser para o lançamento precoce de uma candidatura não homologada em convenção — criticou.
Ciro diz que governoestá desagregado
Uma possível candidatura do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), conforme sugestão de alguns integrantes do PSDB, é, para Ciro, um sintoma de que há uma desagregação grave no governo.
— A confusão do lado de lá é tão grave que prefiro comentar apenas o último passo. Não vou me desgastar comentando passo um, passo dois, passo três, passo quatro, passo atrás, passo à frente — disse.
Ciro foi o convidado principal de um almoço na casa do deputado estadual Campos Machado (PTB), presidente regional do partido, para discutir a aliança PPS-PTB. No encontro, com mais de 60 pessoas à mesa e que serviu para aproximar os líderes dos dois partidos, o presidente nacional do PTB, deputado José Carlos Martinez (PR), defendeu a coexistência de dois palanques para o partido em São Paulo nas eleições de 2002.
Num deles os petebistas fariam a campanha para a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), provavelmente participando com o candidato a vice. No outro, fariam a campanha de Ciro, em cuja chapa também pleiteiam a indicação do vice.
— No Paraná, por exemplo, é bem provável que também tenhamos dois palanques. Um com nosso candidato a senador e também com o vice, que fará a campanha de Ciro. O outro palanque vai ser com o (Ângelo) Vanhoni (PT), que vamos apoiar para a disputa do governo do estado — explicou Martinez.
Paulinho, da Força Sindical, pode ser vice de Ciro
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que também participou do almoço, é um dos nomes do PTB mais cotados para ser o vice de Ciro. Mesmo defendido por Campos Machado e por Martinez, Paulinho ainda não está escolhido.
— Precisamos ver quem serão os outros candidatos. Temos até o ano que vem para esperar. Mas se depender de mim não serei candidato a nada. Quero continuar na Força Sindical, onde tenho mais quatro anos de mandato para cumprir — disse.
José Gregori deve ser aprovado em sabatina
BRASÍLIA. O ministro da Justiça, José Gregori, deverá contar com o apoio até da oposição hoje durante sua sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado para o cargo de embaixador em Lisboa. Mas o presidente da comissão, Jefferson Peres (PDT-AM), anunciou que vai apresentar uma proposta de emenda constitucional para estabelecer normas mais rígidas para a escolha dos embaixadores.
Jefferson Peres quer que o candidato a embaixador pertença ao quadro de carreira e tenha experiência diplomática. Isso, segundo ele, acabaria com a prática dos últimos presidentes, que presenteiam os amigos ou os auxiliares mais próximos com embaixadas, principalmente em Lisboa, Roma ou Londres.
Indicado para o cargo de embaixador em Portugal, Gregori não passará pelos mesmos constrangimentos do ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo Andrea Matarazzo, que esperou mais de um mês para ter seu nome referendado pelos senadores para assumir a embaixada em Roma.
— Gregori tem uma origem de esquerda e qualquer que tenha sido sua atuação no Ministério da Justiça, não podemos esquecer seu trabalho na área de direitos humanos. Isso é algo que sensibiliza os partidos de oposição — disse Peres.
Fernando Henrique empossa ministros amanhã
O presidente Fernando Henrique inicia amanhã a primeira parte da reforma ministerial destinada a preparar seu governo para o último ano de mandato. Na cerimônia de posse, o presidente nomeará Aloysio Nunes Ferreira para o Ministério da Justiça; o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) para o da Integração Nacional; e o deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM) como secretário-geral da Presidência.
O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, também deixa o cargo amanhã e será substituído pelo secretário-executivo do ministério, Alderico Jefferson Lima. A idéia é manter Jefferson no cargo até janeiro.
Conde nega irregularidade na cessão de área
O ex-prefeito do Rio de Janeiro Luiz Paulo Conde (PSB) acusou o prefeito Cesar Maia (PFL ) de dar um “caráter político” à Procuradoria-Geral do Município, no caso do cancelamento da cessão de um terreno de 5.714 metros quadrados para a Associação Comercial e Industrial da Barra da Tijuca (Acibarra) na sua gestão. O ato foi cancelado pelo prefeito Cesar Maia, baseado em um parecer do procurador do município Ricardo Almeida Ribeiro da Silva.
Conde desafiou a procuradoria a provar alguma irregularidade na cessão do terreno, que seria usado para construir a sede da entidade, cujo presidente licenciado é o senador Ney Suassuna (PMDB-PB).
Cessão foi igual a outras feitas por Cesar, diz Conde
Conde lembrou que outras áreas foram cedidas da mesma maneira, inclusive na primeira administração de Cesar Maia:
— Desafio a procuradoria a provar que alguma cessão tenha sido diferente do que foi no meu governo. Além disso, o ato é para uma entidade que presta serviços relevantes para a Barra da Tijuca.
Conde lembrou que teve contato com a Acibarra e com o senador Ney Suassuna quando era secretário da primeira administração de Cesar. Entre os serviços que a entidade prestou para o bairro está a remoção de uma favela:
— Era uma associação que, no primeiro governo dele, ele achava que era uma maravilha. Agora não acha mais — ironizou o ex-prefeito.
Conde informou que as condições em que a Acibarra ia assumir o terreno permitiam que ele fosse retomado pela prefeitura sem problemas e exigia, como contrapartida, a construção no lugar de uma biblioteca para os moradores.
Posto não foi construído, lembra ex-prefeito
Conde também não viu nenhuma irregularidade no projeto de construção de um posto de gasolina pela Acibarra na área:
— Se o posto fosse para viabilizar a Acibarra e a biblioteca, não teria problema. Mas esse projeto ainda teria de ser analisado. Como ele nunca foi analisado e nada foi feito, é tudo história da C arochinha.
O ex-prefeito negou que tenha sido condenado a devolver ao município R$ 30 milhões por gastos com publicidade. Segundo disse, o juiz da 1 Vara da Fazenda Pública, Carlos Eduardo Passos, o condenou a ressarcir apenas R$ 3,2 milhões gastos numa campanha feita na sua gestão cujo slogan era “O que é bom tem que continuar”.
Mas ele lembrou que já derrubou na Justiça uma sentença igual, dada em outra ação, em uma instância superior:
— Se prevalecer a opinião anterior, também não serei condenado nesta ação. Já ganhamos ação igual impetrada antes pelo PT.
O subprocurador-geral do município, Alberto Guimarães Júnior, afirmou que a análise preliminar feita pelo procurador Ricardo Almeida Ribeiro Silva baseou-se numa orientação técnica editada em 1998, na própria gestão de Conde. Guimarães Júnior afirmou que a procuradoria ainda vai dar um parecer conclusivo sobre a cessão do terreno da Barra e outros casos similares.
Acibarra: Suassuna não pediu terreno
A Associação Comercial e Industrial da Barra da Tijuca (Acibarra) negou ontem, em carta enviada ao GLOBO, que o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) tivesse pedido para a entidade o terreno cedido no bairro. A associação afirma que ela própria foi a autora do pedido, com o compromisso de que uma biblioteca seria construída na área pública.
Associação diz que medida reconheceu serviços
A associação lembrou que a cessão foi aceita pelo então prefeito Luiz Paulo Conde como reconhecimento por serviços prestados pela entidade para a Barra. Entre eles, estão o transporte, indenização e a construção de 142 casas para abrigar famílias removidas de uma ocupação irregular na Via Parque, além de fornecimento de segurança para evitar a invasão das casas construídas, e a construção do Parque Ambiental Melo Barreto.
“Esta entidade não tem conhecimento de nenhuma irregularidade na cessão. Outras entidades da sociedade civil organizada, tais como associações de moradores, câmaras comunitárias, clubes, condomínios, igrejas católicas e evangélicas recebem cessões semelhantes”, afirma o comunicado, assinado pelo presidente da Acibarra, José Maria Herdy de Barros.
‘O Piauí está num estado de perplexidade’
Em Teresina, esperando que o TRE decida sobre sua posse no governo , o senador Hugo Napoleão (PFL) disse que o Piauí está “em suspenso e em suspense” diante da indefinição sobre a diplomação. “O Piauí está em estado de ansiedade e perplexidade sobre o que poderá acontecer”, disse.
O que causa o adiamento de sua posse?
NAPOLEÃO: O tribunal decidiu escolher uma comissão que proclamou o resultado e deixou passar mais dois dias para a publicação e mais três dias para a impugnação. Temos a preocupação grande de que seja tomada uma decisão imediata. O Piauí está em um estado de ansiedade e de perplexidade porque não sabe o que poderá acontecer
O senhor tem pressa?
NAPOLEÃO: Não só eu, mas uma população inteira, a população piauiense. Temos que olhar com tranqüilidade e observar que, quanto mais rápida for essa decisão, melhor para o Piauí. Estou tranqüilo porque o tribunal do Piauí tem maturidade suficiente para dar uma decisão respeitável.
E a proposta do PMDB e do PSDB sugerindo nova eleição?
NAPOLEÃO: A nova eleição é prevista no artigo 224 do Código Eleitoral para ação de impugnação de registro de candidatura. Na ação de impugnação de mandato eletivo, como foi a minha, diz o artigo 14 da Constituição federal que o segundo colocado é quem é diplomado. Estou absolutamente tranqüilo. Se não fosse assim, eu seria culpado pelos erros cometidos por Mão Santa.
Como está a situação do Piauí?
HUGO NAPOLEÃO: Tenho informações esparsas de que nas secretarias da Fazenda e da Saúde empresários, comerciantes e fornecedores, que têm seus direitos, fazem fila para receber. Mas não podem ser beneficiados da noite para o dia, sob pena de sacrificar o erário e os recursos públicos.
Editora de revista é demitida por causa de lobista
SÃO PAULO. A revista “Veja” informou ontem que demitiu a editora de Economia, Eliana Simonetti, porque seu nome constava da agenda do lobista Alexandre Paes dos Santos. O lobista está sendo investigado por suspeita de chantagem contra servidores do Ministério da Saúde, em Brasília.
O secretário de redação da revista, Julio Cesar de Barros, divulgou na noite de ontem uma nota curta, explicando a razão da medida: “Tendo tomado conhecimento de que o nome da editora de economia consta da agenda do lobista Alexandre Paes dos Santos, a Revista Veja decidiu desligá-la dos seus quadros na tarde desta segunda-feira. Depois de ouvir a versão da profissional, a revista considerou o relacionamento impróprio”, informa o comunicado.
Santos causou proibição de ‘lobby’ na Presidência
A descoberta de que uma secretária da Casa Civil, Ana Cristina Felipe Inproise, trabalhava também para Santos fez o governo federal proibir as atividades de lobistas na Presidência. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Ministério da Saúde já puniu duas secretárias do presidente do órgão, Gonzalo Vecina, suspeitas de envolvimento impróprio com Paes dos Santos: Antônia de Maria Moreira Souza e Débora Alves.
Antônia, que é concursada, foi afastada, enquanto é investigada por uma sindicância. Débora foi demitida há três semanas, quando vieram a público informações sobre a agenda do lobista apreendida pela Polícia Federal.
Ministério é a favor da extradição de Gloria
BRASÍLIA. O Comitê Nacional para Refugiados (Conare) deverá rejeitar, na segunda-feira, o pedido de refúgio da cantora mexicana Gloria Trevi. No Ministério da Justiça, prevalece a tese de que ela deve ser extraditada. A situação da artista ficou mais difícil depois que o diretor-geral da Polícia Federal, Agílio Monteiro Filho, entregou ao ministro da Justiça, José Gregori, o resultado da sindicância sobre sua gravidez. Pelas investigações, ela engravidou por inseminação artificial, usando uma seringa, para não ser extraditada.
A avaliação do alto escalão do Ministério da Justiça é que deve prevalecer no comitê a tese do Supremo Tribunal Federal (STF), que se pronunciou favorável à extradição da presa.
Entre os prováveis pais da criança, segundo as investigações da PF, estão o assaltante Marcelo Moacir Borelli e o empresário de Gloria, Sérgio Andrade Sanchez.
— Temos indícios de que o pai seja Borelli ou Sanchez. Mas ela é senhora deste mistério — disse o delegado Francisco de Assis, da Corregedoria-Geral da PF, que presidiu a sindicância.
O resultado final das investigações ratifica o conteúdo do relatório preliminar apresentado pela PF a Gregori há duas semanas. Pelos dois documentos, Gloria engravidou usando uma seringa para aplicação de produtos intravaginais.
Diretor da PF diz que caso está encerrado
A seringa teria sido repassada a ela carregada de sêmen por Borelli ou por Sanchez. Os dois partilharam da carceragem da PF com a cantora. A carceragem não dispõe de área reservada a encontros íntimos. Hoje, Borelli está preso em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
— O caso está encerrado — disse Agílio Monteiro.
O maior temor dentro do Ministério da Justiça era o de que Gloria tivesse sido vítima de violência por parte de policiais.
— O ideal é que esse caso seja resolvido o mais rapidamente possível — disse Gregori.
A PF chegou à conclusão de que Gloria fez inseminação artificial com base num conjunto de indícios que demonstrariam o interesse da cantora em engravidar. Entre esses indícios, a decisão da cantora de começar a tomar Clomid desde fevereiro, do is meses depois que o Supremo aprovou seu pedido de extradição. A PF também interceptou três cartas de Borelli, escritas antes de o assunto se tornar público, em que ele diz que pode ser o pai do filho da cantora.
Em depoimento a Francisco de Assis, há duas semanas, Gloria chegou a sugerir que tivesse sido vítima de violência numa cela da Polícia Federal. Mas a cantora se recusou a contar como teria sido atacada ou quem teria sido o agressor.
Com a negativa da cantora, o delegado concluiu que ela estava tentando se passar por vítima. Esse papel seria uma forma de sensibilizar a opinião pública e o comitê para não ser expulsa do país.
Jobim diz que eleição de 2002 será a mais demorada da história do país
SÃO PAULO. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nelson Jobim, previu ontem que a eleição do ano que vem deverá ser a mais demorada de toda a história do país, já que o eleitor terá que digitar os números de candidatos a cinco cargos (deputado estadual, federal, senador, governador e presidente da República), necessitando dar 25 toques nas teclas dos terminais das 404 mil urnas eletrônicas que estarão à disposição dos 116 milhões de eleitores. Essa será a primeira eleição totalmente eletrônica no país.
— Fizemos uma simulação mostrando que o eleitor levará no mínimo 1m15s para votar. Por isso, resolvemos que, em seções com mais de 500 eleitores, teremos dois terminais em cada sala, pois, caso contrário, não terminaremos a votação até as 17h — disse Jobim, ao abrir o Seminário de Cobertura Política e Eleições, promovido pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ).
Jobim diz que proteção da urna é precária
Jobim explicou que o fato de a cabine de votação onde se instala a urna eletrônica não ser totalmente indevassável, pois a proteção da caixa de papelão é relativa apenas à máquina, está intimidando o eleitor e induzindo-o a não votar corretamente.
— Quando o eleitor demora um pouco mais para votar, ele pode ver a expressão de desaprovação dos demais eleitores na fila e até dos mesários. Por isso, o eleitor vota certo nos primeiros nomes e erra nos finais — afirmou.
Falando para uma platéia de diretores de jornais e jornalistas especializados em política, Jobim disse que o maior desafio da Justiça Eleitoral numa eleição disputada como a de 2002 será evitar que o conflito eleitoral desrespeite princípios constitucionais, pois de um lado há a liberdade de imprensa a ser preservada e de outro a lisura do pleito, com a garantia de chances iguais para os candidatos, sem o abuso do poder econômico.
— Como a eleição no ano que vem será muito disputada, se um candidato não deslanchar na frente em relação aos demais haverá uma disputa muito grande pela passagem para o segundo turno, e isso propiciará a corrupção eleitoral e o abuso do poder econômico — disse.
Para Jobim, no entanto, a vantagem é que agora o país tem uma lei eleitoral permanente desde 1987.
— Desde 1821, a cada ano havia uma lei diferente, com mudanças até seis meses antes do pleito. Agora não se pode mais mudar as regras com prazo inferior a um ano — lembrou.
Artigos
A universidade na TV
PE. JESUS HORTAL, S.J.
Muitos conhecem o canal 16 da Net e sabem que o nome oficial dele é “A Universidade na TV (UTV)”. Mas não creio que muitos tenham idéia de como surgiu. A lei que regulamenta a TV a cabo obriga à reserva de um canal para as universidades do município onde tem sede a empresa transmissora. No Rio de Janeiro, antes da UTV, já existia o Fórum de Reitores, no qual participavam os dirigentes máximos de todas as universidades — federais, estaduais, comunitárias ou privadas — do nosso estado. Além delas, também estavam presentes naquela instância outras instituições federais de ensino superior (Ifes), como o Cefet, o IME, a Escola Superior de Guerra e a Fiocruz. O fórum serviu de ponto de encontro para diversas iniciativas, como a Rede Rio de Tecnologia ou o projeto de bibliotecas compartilhadas. Embora dentro desse quadro de referência, a UTV, por força da legislação vigente, tinha de restringir-se à cidade do Rio de Janeiro. Assim, em lugar das 18 universidades do estado, os membros natos só poderiam ser as dez da cidade. A elas se uniram, como sócios colaboradores, as já citadas Ifes e outras instituições, de caráter privado, como a Cesgranrio ou a Academia Nacional de Engenharia. Nem todas, porém, participam ativamente da programação. Atualmente, são 13 as verdadeiramente ativas.
Ao longo dos três anos de vida da UTV, graças ao dinamismo do seu primeiro presidente, professor Antônio Celso Alves Pereira, ex-reitor da Uerj, muita coisa foi feita. Conseguiu-se a ligação com a Net; foram adquiridos equipamentos próprios para o centro de transmissão; foi realizado um grande esforço para produzir vinhetas institucionais; o tempo de transmissão foi gradativamente ampliado; a grade de programação foi tomando, cada vez mais, caráter próprio, com espaços variados; a qualidade dos programas de cada uma das associadas ganhou um nível elevado. Pode-se dizer que, atualmente, há uma verdadeira emissora universitária, no Rio de Janeiro, fruto de autêntica cooperação. Não se trata apenas de um conglomerado de instituições, cada uma atuando por conta própria e sim de uma organização com características definidas. Recentemente, foi modificado o estatuto, de modo a adequá-lo à realidade atual.
Ao assumir eu a presidência do Conselho Diretor, poderiam perguntar-me: fica ainda algo por fazer? Sim, sem dúvida, e muito. Sempre é possível melhorar. No caso concreto da UTV, há alguns pontos que vão merecer a nossa atenção no futuro próximo. É preciso aumentar o número de horas de transmissão, se queremos marcar maior presença do mundo universitário na telinha. A atualização e a renovação do equipamento nunca estarão completas, pois a evolução da tecnologia da comunicação se encontra em contínua evolução. Temos de pensar na aquisição de uma sede própria. A UTV encontra-se, até agora, abrigada sob o amparo generoso da Uerj, mas essa situação não se pode prolongar indefinidamente. É provável que a lei da TV a cabo seja modificada proximamente. Temos de estar preparados para dar a nossa colaboração a universidades de outros municípios, para as quais seria muito difícil carregar sozinhas os custos e as dificuldades de um canal universitário. Sonho com uma rede de TVs universitárias do Estado do Rio de Janeiro. E com uma colaboração e intercâmbio crescentes com os canais universitários de outros estados.
Colunistas
PANORAMA POLÍTICO – TEREZA CRUVINEL
Terceira via tucana
Ao receber ontem a visita de Aécio Neves e quatro deputados brasileiros, o presidente da Câmara da Itália, Pier Ferdinando Casini, mostrou-lhes uma galeria de fotos suas com presidentes italianos e estrangeiros. “O seu estará ali em breve”, brincou. “Pois demore muito para encomendar a moldura”, desconversou Aécio. Mas, aqui, voltou à roda a conversa tucana sobre um tertius.
E era natural que voltasse, depois da colisão Serra-Tasso e de o presidente ter distinguido Aécio como único político convidado a acompanhá-lo na viagem aos EUA. A aspirina dos impasses políticos é o tertius e Aécio é o candidato natural do PSDB ao papel, tanto pelo cargo que ocupa como por seu trânsito nas duas correntes do partido, sem falar em seu prestígio parlamentar. Mas, fora de Minas, sua popularidade ainda não foi testada.
Assim como desconversou com Casini — segundo os outros deputados, muito bem informados sobre a política brasileira — aqui Aécio diz e repete que será candidato “por Minas” e que só está empenhado em unir o partido. Foi dele que se valeu FH p ara obter, de Nova York, uma trégua entre serristas e tassistas.
De real sobre a terceira via tucana o que existe mesmo são os sinais de que o antagonismo entre Serra e Tasso dificilmente será superado com a opção do partido por um ou por outro. Embora tenha baixado o tom de suas críticas, Tasso vem admitindo a hipótese de apoiar um terceiro nome do partido ou mesmo a candidatura de Roseana Sarney, do PFL, o que conflita com o fundamento tucano de que a cabeça de chapa deve ser do PSDB. O único a admitir o contrário, até agora, por razões de cortesia, foi o presidente.
Mas parecem dadas as condições para que a discussão de opções cresça, na medida que o tempo encurta para o PSDB e que o nome de Aécio desponta enquanto ele faz seus exercícios de diplomacia parlamentar. Na Itália, sua agenda inclui ainda encontros com o presidente do país e com o Papa. Casini foi convidado a participar do Fórum das Américas, um encontro de presidentes de parlamentos do continente que Aécio promove em março na Câmara, dando continuidade ao seminário da Alca. Seu argumento, o de que a agenda de integração não tem que ser monopolizada pelos executivos. Em Nova York, Paul Krugman e Henry Kissinger aceitaram participar.
À Itália, Aécio fez-se acompanhar dos deputados Vitorio Medioli (PSDB), Paulo Delgado (PT), Benito Gama (PMDB) e Leur Lomanto (PFL).Se o avião que caiu em Nova York ontem não foi obra do terrorismo, pragas fortes foram rogadas contra os EUA. Como aquelas sete que destruíram o antigo império egípcio.Entra e sai
No maior vespeiro de sua pasta, o futuro ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, não mexerá. Manterá Agílio Monteiro como diretor-geral da Polícia Federal. Planeja também reforçar a Secretaria de Defesa do Consumidor, que Renan Calheiros muito bem manejou como instrumento político em sua gestão. O Senado deve aprovar hoje a escolha do atual ministro, José Gregori, para embaixador em Portugal, liberando o presidente para empossar amanhã seus novos auxiliares. Ney Suassuna (PMDB) na Integração, Arthur Virgílio (PSDB) na Secretaria-Geral da Presidência e Heráclito Fortes (PFL) no cargo de líder do governo no Congresso. Mas será preciso ainda escolher o substituto de Eliseu Padilha nos Transportes e o de Andrea Matarazzo na Secretaria de Comunicação. Até aqui, FH deu pipocas a todos os partidos da aliança. Já o candidato que seja viável e una não pôde tirar do bolso.Times baianos
A chapa majoritária do PT baiano promete um duelo entre Antonio Carlos Magalhães e Waldir Pires na disputa pelo Senado. Mas havendo duas vagas, quem bem conhece os baianos garante que ambos serão eleitos. Waldir terá uma espécie de reparação pelo mandato perdido para Waldeck Ornélas, pelo qual ainda luta na Justiça Eleitoral. ACM, o mandato ao qual renunciou para evitar a cassação.
Mais dura será a disputa do governo, entre o candidato carlista, o deputado petista Jaques Wagner e o candidato da coligação PMDB-PSDB, o ex-carlista Benito Gama.Micro e macro
Tinha jeito de comício e público de comício a festa de aniversário do ex-deputado pelo Distrito Federal Sigmaringa Seixas no sábado. Ele tentará voltar à Câmara pelo PT. Há poucos dias Lula reuniu-o com o ex-deputado Chico Vigilante, disse querer os dois eleitos, mas avisou que precisará muito de Seixas na Câmara, por seu trânsito no Judiciário. Vigilante captou a mensagem e prontificou-se a disputar uma cadeira de deputado distrital. Sairão em dobradinha.
Lula, ou quem vier a ser presidente, comandará a renovação do STF indicando cinco ministros.ALÉM da briga Serra-Tasso, em São Paulo a deputada Zulaiê Cobra anda pregando o PSDBdoC. Ou do Covas, a quem era muito ligada. Ela quer ser candidata a governadora e pede prévias para escolher entre seu nome e o do atual governador, Geraldo Alckmin.
O CASO do Piauí muito ensina sobre a necessidade do voto impresso, proposta que a Câmara poderia votar ainda esta semana. A recontagem esclareceria as grandes suspeitas sobre o segundo turno, que Mão Santa venceu por menos 2%. Daí a importância do papelzinho, que ficaria guardado em urna comum.
Editorial
Luz e sombra
O governo prepara-se para anunciar um corte na meta de 20% de redução do consumo de energia elétrica, a vigorar a partir de dezembro. Com o início da temporada de chuvas, a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica tornará o Natal do brasileiro mais iluminado — ou menos na penumbra. Anima os técnicos a melhoria da situação dos reservatórios das hidrelétricas, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, irrigadas pelas chuvas de outubro.
Os números melhoraram. Mas basta uma avaliação fria das estatísticas para se concluir que ainda se está muito longe do fim da crise. As chuvas recentes fizeram as águas das represas do Sudeste e Centro-Oeste subir 7,97 pontos percentuais acima do previsto.
O dado merece comemoração. Mas moderada, pois o nível médio dos reservatórios passou para algo um pouco acima dos 20% de sua capacidade. Isso significa apenas cerca da metade da margem de segurança em períodos normais (40%).
No Nordeste a situação é muito pior, próxima da calamidade, com as usinas operando com lâminas de água muito baixas, inferiores aos 10%. A esse quadro some-se o fato de que os índices de economia atingidos no mês passado foram, em todas as regiões, os mais baixos desde o início do programa. Se essa for uma tendência e se as chuvas de verão não caírem com generosidade, palavras como “apagão” poderão voltar às manchetes no próximo outono.
O coordenador da Câmara de Gestão e ministro da Casa Civil, Pedro Parente, está consciente dos riscos. Em entrevista publicado em O GLOBO, domingo, Parente disse que o país continua imerso na crise energética. Anunciou, porém, como quase certa a saída da Região Norte do racionamento, em dezembro ou janeiro; algum desafogo no Nordeste e uma redução maior da meta dos 20% no Sudeste e Centro-Oeste. Pedro Parente estabeleceu fim de fevereiro ou fim de março como prazo limite para uma definição da política a ser seguida em 2002. Se as chuvas escassearem, volta-se a desligar os interruptores. Mas, em certa medida, depende-se também do maior ou menor rigor com que o assunto será tratado agora pelo governo, que — é natural — gostaria de só dar boa notícia à população.
A proximidade do Natal, do verão e do carnaval costuma melhorar o humor do país. Que ao menos as autoridades do ramo energético não se deixem contaminar pela atmosfera reinante.
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11/13/2001
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