Chineses e brasileiros intensificam relações comerciais



Em oposição às tensões causadas pela crise econômica mundial, chineses e brasileiros caminham para o incremento comercial ampliando áreas de investimento e reduzindo as restrições de lado a lado. A conclusão é da diretora executiva da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Uta Schwietzer, que levará uma missão de 160 empresários brasileiros para a primeira fase da Feira de Cantão no próximo dia 15 de outubro. De acordo com os organizadores, a feira, que ocorre em três fases, é a maior do mundo no segmento de negócios.

A ideia é reunir pelo menos 300 investidores brasileiros no encontro que terá também representantes de mais de 200 países. “Há um interesse mútuo dos chineses em relação aos brasileiros e vice-versa. Até algumas restrições estão sendo vencidas principalmente porque os produtos chineses que têm chegado aqui [Brasil] estão vindo com qualidade, como os eletrônicos”, disse Uta.

A diretora executiva da CCIBC, representante oficial da Feira de Cantão, ressaltou que o Brasil passa por um momento que atrai os “olhares estrangeiros” por causa da Copa do Mundo de 2014, dos Jogos Olímpicos de 2016 e ainda dos projetos referentes ao pré-sal. “O interesse dos chineses se deve também ao equilíbrio e à estabilidade do Brasil”, disse ela. “É um momento que indica estímulo de investimentos e ofertas.”

A Feira de Cantão está no calendário de eventos da câmara e reúne pequenos e médios empresários brasileiros e estrangeiros de vários setores, como eletrônicos, da construção civil, de maquinários e mineração. “Temos sido procurados por muitos interessados em investir no Brasil. Em tempos de crise, os investidores buscam alternativas. Nosso esforço é ajudar tanto chineses quanto brasileiros”, disse Uta.

Só no ano passado o mesmo evento movimentou US$ 34 bilhões em exportações por meio de mais de 200 mil pessoas de 208 países, no complexo de Pazhou, envolvendo 23 mil empresas estrangeiras. Em abril houve uma edição deste ano da Feira de Cantão que envolveu US$ 36,8 bilhões: 7,5% a mais do que o evento promovido no mesmo período do ano passado.

Há 54 anos a feira é realizada. A zona de exportação da Feira de Cantão é formada por 48 delegações de comércio, incluindo mais de 20 mil companhias de comércio exterior, fábricas, instituições de pesquisa.

Relação comercial

Em abril deste ano, a presidenta Dilma Rousseff foi à China, onde ficou uma semana. Foi o primeiro país fora do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) visitado pela presidenta. Na ocasião, as conversas abordaram política internacional e investimentos. O Brasil, a Rússia, a China, a Índia e a África do Sul integram o bloco Brics.

De janeiro a agosto deste ano, 14,27% (US$ 20,948 bilhões) das importações brasileiras vieram da China, país que está em segundo lugar no percentual importado pelo Brasil, perdendo apenas para os Estados Unidos (14,84%). No ranking de exportações brasileiras, a China lidera, sendo o destino de 17,43% (US$ 29,050 bilhões) das vendas do Brasil ao exterior. Com isso, chineses e brasileiros dispõem da chamada parceria preferencial.

Na visita à China, Dilma conversou com os presidentes da China, Hu Jintao, da Rússia, Dmitri Medvedev, da África do Sul, Jacob Zuma, e com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, sobre as metas para 2011 e as preocupações do bloco de países.

No Brics, o Brasil ocupa a função de país exportador agropecuário com base na produção de soja e de carne bovina, além de cana-de-açúcar, combustíveis renováveis e ambientalmente sustentáveis – como o álcool e o biodiesel. A Rússia é o fornecedor de matérias-primas, como hidrocarbonetos. Mas também é o responsável pela exportação de mão de obra qualificada e de tecnologia, além de potência militar.

A Índia, além de potência militar, desempenha o papel de investidora em tecnologia e qualificação da mão de obra em serviços especializados. Pelas estimativas de especialistas, a China deve ser, em 2050, a maior economia mundial, ocupando hoje a posição de parceria principal de vários países, só na América do Sul é o primeiro do Brasil e do Chile, por exemplo.

 

Fonte:
Agência Brasil



03/10/2011 12:36


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