CI adia votação de indicado para direção do DNIT
Por falta de quórum, o presidente da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), senador José Jorge (PFL-PE), decidiu adiar a votação da indicação do ex-deputado federal Carlos Alberto Cotta, ligado ao PTB de Minas Gerais, para o cargo de diretor de Administração e Finanças do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT). Nesta terça-feira (9), o colegiado procedeu à análise do parecer favorável do senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) e à sabatina de Cotta, cuja indicação para o DNIT deverá ser votada pela CI na próxima semana.
Questionado pelo relator sobre os investimentos previstos para o setor, Carlos Alberto Cotta admitiu que o DNIT não dispõe de recursos para alocar em novas grandes obras. Frente a essa limitação orçamentária, a saída seria agir com criatividade, buscar parcerias com a iniciativa privada e aplicar as poucas verbas disponíveis na recuperação da malha viária já existente.
Justificativa semelhante foi apresentada ao senador Eurípedes Camargo (PT-DF), que indagou sobre as medidas previstas para aperfeiçoar o trânsito de mercadorias. Ao comentar a concordância do senador Hélio Costa (PMDB-MG) com a partilha de 25% da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) com estados e municípios, o indicado considerou a reivindicação justa e afirmou que não irá implicar perda de investimentos para o setor, já que os recursos continuariam vinculados à infra-estrutura viária.
O senador Luiz Otávio (PMDB-PA) pleiteou a liberação de recursos para recuperação de um trecho de 60 quilômetros da rodovia Belém-Brasília e conclusão das eclusas da hidrelétrica de Tucuruí, enquanto o senador Valmir Amaral (PMDB-DF) quis saber detalhes sobre a experiência de Cotta à frente da Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig). O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) parabenizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela indicação e realçou a -dignidade e capacidade de trabalho- do ex-parlamentar.
José Jorge lamentou o adiamento da votação e atribuiu o episódio à ausência da base do governo na reunião do colegiado. Em resposta, o senador Delcidio Amaral (PT-MS) disse que a ausência de alguns titulares governistas da CI não significou falta de respaldo a Cotta, tendo sido motivada pelo excesso de reuniões simultâneas no Congresso. A indicação de Carlos Alberto Cotta ocorre quase dois meses após a comissão ter aprovado a indicação para o mesmo cargo do empresário Sérgio de Souza Pimentel, afastado em junho sob acusação de envolvimento em casos de corrupção no órgão.
09/09/2003
Agência Senado
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