CIA fez terrorismo no Brasil na década de 70
CIA fez terrorismo no Brasil na década de 70
Em 1972, o engenheiro químico americano Robert Muller Hayes desembarcou em São Paulo. Sua missão, espionar políticos, sindicalistas e militares brasileiro. E mais: eliminar militantes cubanos e latino-americanos que tentavam se infiltrar no Brasil. Hayes atuou até 1976, quando, segundo revelou em depoimento no Senado dos EUA, foi convidado a participar de atentados que seriam atribuídos a organizações de esquerda.
"Nesse ponto eles passaram dos limites. Eu seguia uma regra simples: matava apenas pessoas más. Nada de inocentes, mulheres e crianças. É preciso ter certos princípios", disse em entrevista ao "Jornal do Brasil", por telefone, da Flórida, onde vive.
Por ter recusado a missão, passou a ser perseguido e ameaçado de morte. O convite para o atentado foi feito por outro americano, com escritório no prédio do consulado dos EUA em São Paulo, reconhecido por Hayes anos depois.
O agente usou codinomes como Roberto Reis, Roberto Reyes e Salim Al Assal em trabalhos para a Central de Inteligência Americana (CIA) e dos serviços secretos israelense e da Alemanha Oriental. "Reis fazia acrobacia com aviões e treinava lutas orientais em casa", lembra Wilson Wiecki, ex-taxista especializado em atender turistas, promovido a gerente de compras da empresa do amigo. (pág. 1, 3 e 4)
* Chefes tribais que se rebelam, milicianos talibãs que buscam o Paquistão para "tratamento de Saúde" ou para proteger mulher e filhos, prometendo voltar "quando for necessário", funcionários que desertam e famílias que fogem para livrar-se da mobilização militar. Os sinais do desmoronamento do regime dos talibãs no Afeganistão já são visíveis do outro lado da fronteira com o Paquistão.
"Serão considerados traidores e condenados à morte", ameaçou o líder religioso máximo, o mulá Mohamed Omar, referindo-se aos setores da dissidência que apóiam um governo transitório do ex-rei Zaher Shah.
No Rio, o general israelense reformado Leo Gleser, há 35 anos envolvido com a prevenção de atentados, adverte para a ineficácia de ações militares maciças no combate ao terrorismo: "Em cenário de guerra, os terroristas se escondem debaixo da terra", diz. (pág. 1, 15 e 16)
* A eleição nacional em 2002 começa à meia-noite de amanhã, fim do prazo para filiações que encerra o troca-troca de políticos nos partidos. Até sexta-feira, o PSDB era o mais prejudicado com as mudanças, tendo perdido 12 deputados e o título de maior bancada na Câmara. (pág. 1 e 10)
* Banido do Brasil em 1970, por ter pegado em armas contra o regime militar, o historiador Daniel Aarão Reis Filho surpreende as esquerdas com idéias independentes sobre os atentados terroristas contra os Estados Unidos. Em entrevista ao "Jornal do Brasil" ele chama Bin Laden de "facínora" e diz que as conquistas do mundo civilizado estão ameaçadas com a polarização do conflito entre os Estados Unidos e o Talibã. (pág. 1 e 14)
* "No debate sobre os atentados de 11 de setembro tem sido dito muita bobagem, até a respeito do próprio conceito de terrorismo. É preciso discutir o que se entende como terrorismo. Afinal, a resistência armada contra a opressão é admitida até pela Carta de Direitos Humanos da ONU. Qual a diferença disso em relação a atos terroristas?
O que o caracteriza é que ele acaba tendo como alvo de suas ações violentas a população civil. Este tipo de ação, inconseqüente e desesperada, acaba fortalecendo a direita". (Cid Benjamin) (pág. 1 e 8)
* A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e o Hospital Albert Einstein, de São Paulo, podem perder os certificados de entidades beneficentes. As duas instituições são acusadas de irregularidades, constatadas por técnicos do INSS. A ameaça faz parte de uma estratégia do Governo que quer reduzir o número de instituições filantrópicas. Por não pagarem impostos, representam renúncia fiscal de R$ 2,2 bilhões por ano. (pág. 1 e 19)
* A Seleção Brasileira começa a escolher hoje, às 16h, no Estádio Couto Pereira, o seu destino na Copa do Mundo de 2002 - e garantir a vaga, pelo que foi prometido por Felipão ao presidente Fernando Henrique. (...) (pág. 34)
* As 148 vagas de juízes classistas extintas pela Emenda Constitucional nº 24 no fim de 1999 vão aos poucos sendo preenchidas por juízes togados, promovidos da primeira para a segunda instância. O presidente Fernando Henrique Cardoso já assinou 53 nomeações para tribunais regionais do trabalho de 19 estados.
O que inicialmente deveria ser um meio de diminuir gastos e cortar privilégios no Poder Judiciário está se transformando numa briga de foice que isolou o TRT do Rio de Janeiro - o único que tomou posição contrária às nomeações. (...) (pág. 6)
Editorial
"A Volta do Cometa"
Depois de quatro anos submetida a uma discussão sem eco além da Câmara, a Comissão Especial aprovou, "por 19 votos a um", a emenda constitucional que institui no Brasil o sistema parlamentarista de governo a partir de 2007. Entre a idéia e a realidade, porém, há uma distância grande a ser percorrida. Mas uma vez, o parlamentarismo entra no espetáculo pela porta dos fundos. (...) (pág. 12)
Colunistas
Coisas da Política - Dora Kramer
Sacramentada a negativa de meses, dizendo que não se filiaria a partido algum, muito menos seria candidato a cargo nenhum, Pedro Sampaio Malan, nem por isso, considera-se fora do jogo eleitoral para 2002. Ou seja, mesmo sem contrato - a ficha partidária - vai jogar no time do Planalto e brigar pela vitória do candidato de Fernando Henrique Cardoso. (...) (pág. 2)
Informe JB - Ricardo Boechat
Duas torres de vidro, quase gêmeas, estão sendo erguidas em Belém.
Vão abrigar a sede da Procuradoria Geral da República no Pará.
Como aqui não tem talibã, o risco do projeto é outro.
A obra, a cargo de uma empreiteira local, está atrasada e com orçamento estourado.
Apesar de ter custado R$ 62 milhões.
* Pelas contas do Planalto, o projeto prorrogando a CPMF levará bomba se for votado agora.
As divisões no PFL e as eleições pintando no horizonte destroçaram as chances de o Governo vencer a parada, garantindo R$ 9 bilhões no caixa do Tesouro ano que vem. (pág. 6)
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10/07/2001
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