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Ciro Monteiro ganha documentário musical inédito na TV Cultura

“Mosaicos – A Arte de Ciro Monteiro” vai ao ar neste domingo, 02, às 20h30

“Ele representa uma das épocas mais criativas da música popular brasileira. Ele é também o melhor dos homens; ele é um grande abraço em toda a humanidade.” Era assim que o poeta Vinicius de Moraes definia o amigo Ciro Monteiro, cuja trajetória artística é tema do documentário musical “Mosaicos – A Arte de Ciro Monteiro”, que a TV Cultura leva ao ar neste domingo, 02, às 20h30.

“Mosaicos” recupera no acervo da TV Cultura a participação de Ciro Monteiro no programa “MPB Especial”, de 1973, no qual o cantor relembra momentos importantes de sua trajetória e interpreta sambas que ele ajudou a consagrar, como “Se acaso você chegasse” (Lupicinio Rodrigues/Felisberto Martins) e “Formosa” (Baden Powell/Vinicius de Moraes). Do arquivo da emissora também surgem os depoimentos de Baden Powell, Roberto Silva, Zé Kéti, Ivan Lins e Chico Buarque a respeito da obra de Ciro.

Outro destaque é o encontro promovido pelo programa entre o diretor e escritor Haroldo Costa com o cantor Paulo Marquez, amigos de Ciro. “Eu conheci ele na rádio Mayrink Veiga. Depois a vida nos levou a ser amigos e, inclusive, eu tive um privilégio raro de tê-lo como pai na peça ‘Orfeu da Conceição’, de Vinicius de Moraes, na montagem inicial”, recorda Haroldo. Já Paulo Marquez lembra uma das principais características do homenageado: a caixinha de fósforos, que ele introduziu como instrumento de percussão. “Ciro era um iluminado, um sujeito que em qualquer roda trazia alegria, sempre sorrindo, contando piadas e com sua caixinha de fósforo”, diz Paulo.

s depoimentos do programa são entremeados com números musicais inéditos da banda Gafieira São Paulo, que apresenta versões para grandes clássicos do repertório de Ciro Monteiro, como “Rosa morena” (Dorival Caymmi), “Tem que rebolar” (Magno de Oliveira/José Batista) e“Morena Boca de Ouro” (Ary Barroso).

Ciro Monteiro (1913-1973) iniciou sua carreira cantando informalmente para os amigos, até que um dia, em 1933, Silvio Caldas, que freqüentava sua casa, chamou-o para substituir Luís Barbosa em um programa da Rádio Philips. No ano seguinte foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga, onde passou a cantar sempre em dupla com Luís Barbosa e caracterizou-se por se acompanhar sempre com uma caixa de fósforos para marcar o ritmo.

Em 1936 fez a primeira gravação para o carnaval daquele ano, o que o projetou para o sucesso, levando-o a cantar ao lado de Carmen Miranda, Francisco Alves e Mário Reis. Um ano depois gravou seu primeiro grande êxito, “Se Acaso Você Chegasse”, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins. Teve muitos outros sucessos nos anos 40, como “Falsa Baiana”, “Escurinho” (ambas de Geraldo Pereira) e “Boogie-woogie na Favela” (Denis Brean).

Em 1956 participou como ator da peça “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes. Ainda nos anos 50 e 60 participou de programas de televisão como O Fino da Bossa e Bossaudade, gravou discos e fez muitos shows.

Repertório dos convidados:

• “Escurinho” (Geraldo Pereira) com Paulo Marquez, Gato (pandeiro), Carlinhos (cavaquinho), Joca 7 cordas e Cleber Silveira (acordeon)
• “Rosa morena” (Dorival Caymmi) com Gafieira São Paulo
• “Um samba pro Ciro Monteiro” (Wilson das Neves/Paulo César Pinheiro) com Gafieira São Paulo
• “Se acaso você chegasse” (Lupicinio Rodrigues/Felisberto Martins) com Paulo Marquez, Gato (pandeiro), Carlinhos (cavaquinho), Joca 7 cordas e Cleber Silveira (acordeon)
• “Escurinha” (Geraldo Pereira/Arnaldo Passos) com Gafieira São Paulo
• “Morena Boca de Ouro” (Ary Barroso) com Gafieira São Paulo
• “Botões de laranjeira” (Pedro Caetano) com Paulo Marquez, Gato (pandeiro), Carlinhos (cavaquinho), Joca 7 cordas e Cleber Silveira (acordeon)
• “Tem que rebolar” (Magno de Oliveira/José Batista) com Gafieira São Paulo
• “Formosa” (Baden Powell/Vinicius de Moraes) com Gafieira São Paulo
• “Rugas” (Nelson Cavaquinho/Augusto Garcez/Ary Monteiro) com Paulo Marquez, Gato (pandeiro), Carlinhos (cavaquinho), Joca 7 cordas e Cleber Silveira (acordeon)

Da Fundação Padre Anchieta

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