Cirurgia de epilepsia acontece da vez mais cedo



Em 1996, pacientes faziam a intervenção aos 30 anos; hoje, idade média é de 19

A idade média dos pacientes que são submetidos a cirurgias de epilepsia sofreu uma diminuição de 13 anos na última década. É o que mostra um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde. Foram analisados 1.300 prontuários durante o período.

A pesquisa mostra ainda que nos últimos dois anos cerca de 40% dos pacientes que passaram pelo procedimento tinham entre zero e 12 anos de idade. A expectativa da Secretaria é de que esse percentual suba para 70% no próximo ano.

Em 1996, a idade média dos pacientes submetidos aos procedimentos cirúrgicos era de 32 anos. Hojem as intervenções são feitas em pacientes mais jovens, cuja idade média é de 19 anos. Isso aconteceu porque os profissionais de saúde do Estado passaram a contar com equipamentos modernos, como aparelhos de video eletroencefalografia, ressonância magnética e de técnica de registro invasivo. Outro fator foi a evolução do conhecimento sobre a doença, permitindo o diagnóstico precoce da doença, ainda na infância.

“A cirurgia feita em pacientes jovens colabora visivelmente para que crianças e adolescentes tenham mais qualidade de vida. O paciente ganha mais independência e confiança e pode realizar coisas simples, como sair sozinho e dirigir”, afirma Arthur Cukiert, diretor do serviço de neurologia do
Hospital Brigadeiro, referência no País.

Segundo Cukiert, quanto mais cedo as cirurgias forem realizadas melhor será o potencial de desenvolvimento pessoal e profissional do paciente. “O paciente adulto já perdeu sua fase de socialização. A criança não. Por isso é importante submetê-las a cirurgia, quando há indicação, precocemente”, afirma o médico.

Cirurgia rara

O Hospital Brigadeiro é o primeiro da América do Sul a oferecer a técnica de implante cerebral de eletrodos profundos em portadores da doença. Desenvolvida há um ano, o hospital já realizou cinco cirurgias com a nova técnica, todas consideradas um sucesso. Uma cirurgia dessa feita em países
como os Estados Unidos, por exemplo, custaria cerca de US$ 30 mil ou R$ 64 mil.

O implante de eletrodos profundos é usado para a estimulação elétrica das regiões cerebrais, sem necessidade de cortes ou remoções. A técnica, recomendada para epilepsias de difícil controle, utiliza eletrodos monitorados por telemetria, o que permite modificar a potência da estimulação cerebral no acompanhamento pós-cirúrgico.

Considerado referência no tratamento da epilepsia, o Hospital Estadual Brigadeiro operou cerca de 1.300 portadores da doença nos últimos 10 anos. Além de cirurgias resectivas e desconectivas, a unidade oferece técnicas como implante de eletrodos subdurais (abaixo da membrana que envolve o cérebro) e é o único hospital público do país a realizar rotineiramente o implante de eletrodos vagais (colocados no pescoço do paciente).

No Brasil, a epilepsia atinge 1,3% da população. Em cerca de 80% dos casos os pacientes podem ser controlados com medicação e acompanhamento médico adequado.

Sintomas

Os especialistas alertam aos pais sobre os sintomas que podem ajudar a identificar a epilepsia. São eles:

Perda de consciência

Convulsões

Ausências

09/19/2007


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