CLODOALDO CRITICA PROPOSTA DE PRIVATIZAÇÃO DA CHESF



O senador Clodoaldo Torres (PTB-PE) disse que é contra a privatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), por considerar que a questão da água como bem público de usos múltiplos é conflitante, principalmente em uma região árida como o Nordeste. Ele também disse que defende a não privatização por razões econômicas, já que a venda da empresa, na sua avaliação, redundaria em um inevitável aumento das tarifas de energia elétrica, o que prejudicaria a economia nordestina.
Mesmo reconhecendo que o Poder Público não pode permanecer como responsável exclusivo pela infra-estrutura e pelos serviços públicos, Clodoaldo Torres opinou a proposta de privatizar usinas hidrelétricas tem que ser analisada com muito cuidado. No seu entendimento, pelo caráter de bem público das águas, pela complexidade do seu uso múltiplo e pela exigência natural da presença do Estado no setor, os grandes complexos hidrelétricos não devem ser vendidos.
O senador pernambucano aceita, no entanto, a presença do capital privado no setor de energia elétrica, nas empresas de distribuição e também nas usinas geradoras termelétricas. Ele classificou como benéfico o investimento privado em novas termelétricas para aumentar a oferta de energia nas regiões em desenvolvimento. Outra modalidade de investimento no setor elétrico defendida por Clodoaldo Torres é a parceria entre empresas privadas e estatais, como ocorreu com a usina de Serra da Mesa, no rio Tocantins. Mas no caso das hidrelétricas, sobretudo da Chesf, o senador não concorda.
- Privatizar a Chesf é indesejável, privatizar a Chesf é impróprio, privatizar a Chesf é descabido. Mas, sobretudo, privatizar a Chesf é pouco inteligente, é pouco esclarecido, é correr um risco excessivamente alto, a ser dolorosamente pago pelos nordestinos e pelo Brasil - analisou Clodoaldo Torres.
Em aparte, o senador Sebastião Rocha (PDT-AP) garantiu seu apoio à luta contra a privatização das hidrelétricas brasileiras, sobretudo a Eletronorte. Ele lembrou que nem os Estados Unidos, que servem como exemplo para os que defendem a privatização, venderam suas hidrelétricas, por reconhecerem a importância da água para o país. Mas Sebastião Rocha concorda que empresas privadas construam e explorem hidrelétricas no Brasil.

09/08/2000

Agência Senado


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