CNI defende mais educação profissional para aumentar competitividade




Rafael Lucchesi, da CNI, pediu investimento na formação de engenheiros e tecnólogos

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Para aumentar a competitividade da indústria nacional, uma das principais medidas a serem tomadas é a ampliação e a melhora da educação profissional, a exemplo do que ocorre nos países desenvolvidos, com um ensino que não seja "academicista", mas sim focado no trabalho e na aprendizagem prática. Além disso, o Brasil precisa investir mais na formação de engenheiros e tecnólogos. A avaliação é de Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Lucchesi foi um dos diretores da CNI que apresentaram ao Senado, nesta terça-feira (18), o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022. Nesse documento, a educação aparece como o principal fator-chave para a competitividade da indústria brasileira nos próximos anos.

Cultura do bacharelado

Ao criticar o que muitos chamam de "cultura do bacharelado", Lucchesi disse que, quando estava na faculdade, apenas um em cada dez estudantes chegava à universidade, "apesar de todo o conteúdo curricular ter sido estruturado como se todos fossem para o nível superior".

– Isso provoca uma enorme exclusão do processo de preparação para o mundo do trabalho – protestou.

Por isso, argumenta ele, é preciso verificar o que acontece nos países desenvolvidos, onde há um grande destaque para a educação profissional combinada com a educação regular.

– Enquanto no Brasil apenas 6% dos jovens de 15 a 19 anos fazem educação profissional junto com a educação regular, na Alemanha esse percentual é de 53% e, no Japão, de 55% – ressaltou, acrescentando que "é preciso corrigir a matriz educacional brasileira".

O diretor de Educação e Tecnologia da CNI também citou uma pesquisa segundo a qual os jovens querem um aprendizado que tenha foco no trabalho e na aprendizagem prática, em contraste com uma escola que é "excessivamente academicista".

– O Brasil precisa de uma escola que dialogue com a juventude, precisa de uma escola que sirva às necessidades da competitividade, dando ênfase em habilidades e competências – frisou ele, que durante a audiência reiterou a importância do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Engenheiros e tecnólogos

No âmbito do ensino superior, Lucchesi defendeu o estímulo à formação de engenheiros e tecnólogos. Segundo ele, de cada 100 graduados no país, somente cinco são engenheiros, enquanto na China as cifra é de 36 a cada 100 e, na Coreia do Sul, de 25 a cada 100.

Ao se referir à pós-graduação, Lucchesi afirmou que "apenas" 13% dos apoios e financiamentos oferecidos pelo Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes, fundação vinculada ao Ministério da Educação) aos programas de pós seriam destinados a cursos de engenharia e "ciências duras".

– Precisamos de uma política educacional à altura dos desafios do Brasil – reiterou.



18/06/2013

Agência Senado


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