Codevasf estuda espécies de peixes do São Francisco



As condições fisiológicas, a diversidade e a abundância da ictiofauna - conjunto das espécies de peixes que existem em uma determinada região biogeográfica - no Baixo São Francisco têm sido alvo de estudos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O trabalho é desenvolvido por técnicos do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (5º CII/Ceraqua-SF), localizado no Perímetro de Irrigação do Itiuba, em Porto Real do Colégio (AL), em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), polo de Penedo e o Instituto de Química e Biotecnologia, além de pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros.

“Isso demonstra uma preocupação direta com a ictiofauna, além de dar inquestionável suporte e vigor ao Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do São Francisco”, explica o engenheiro de pesca Álvaro de Albuquerque, chefe do 5ª CII. Segundo ele, durante um ano foi realizado estudo sobre a avaliação da biodiversidade e da abundância de peixes no São Francisco e o monitoramento da qualidade da água do rio em dois pontos no entorno do Ceraqua-SF.

No estudo foram coletados diversas espécimes, avaliando-se a sua classificação, as suas medidas e a maturação sexual dos animais. Dentre as espécies estudadas, destacam-se o lambiá branco, pilombeta, piaba marituba, robalo, cará, traíra, caboge e outras.

Em paralelo ao estudo, o grupo do Laboratório de Enzimologia Aplicada e Análises Bromatológicas, do Instituto de Química e Biotecnologia da Ufal, tem estudado a condição fisiológica desses peixes, a fim de avaliar os problemas ambientais do São Francisco, as condições do ambiente e as mudanças sazonais.

 

Reprodução

O Ceraqua-SF também conta com a parte de reprodução de espécies de peixes nativas da bacia do São Francisco, entre elas matrinchã, dourado, surubim, curimatã-pacu, pacamã e piau, além de mais duas estabelecidas: tambaqui e tilápia (linhagens Chitralada e Geneticolly Improved Farmed Tilapia - Gift). Essas espécies servem para as pesquisas da própria Codevasf, ou da Ufal, polo Penedo e Campus A. C. Simões, e Embrapa.

As espécies nativas também são usadas em peixamentos públicos para recomposição da ictiofauna da bacia do São Francisco. Os peixamentos têm importância social (melhora a disponibilidade de espécimes junto ao estoque pesqueiro), econômica (disponibilidade de mais pescado proporciona aquecimento na oferta do produto, gerando renda), ambiental (contribui para a revitalização dos estoques pesqueiros de espécies nativas), educativa (estudantes observam como o peixamento contribui com o equilíbrio da natureza), segurança alimentar (disponibilidade de alimento de baixo custo e rico em proteína), inclusão social (oferta de alimento resgata o cidadão que vive na pobreza absoluta) e sanitária (contribui na solução de problemas de saúde pública, como a redução de casos de esquistossomose, com a eliminação de caramujos hospedeiros do parasita).


Fonte:
Codevasf



27/09/2011 15:33


Artigos Relacionados


Codevasf apoia pesquisa genética com espécies nativas do São Francisco

Pesquisadores encontram espécies de peixes não documentadas no Brasil

Brasil possui 819 espécies raras de peixes de água doce ameaçadas de extinção, revela estudo

Ciência e Tecnologia: Projeto financiado pela FAPESP descobre novas espécies de peixes na bacia do A

Pesquisa estuda resgates de peixes-boi na Amazônia

Codevasf é nova operadora do projeto de integração do São Francisco