Collor de olho no Planalto em 2006







Collor de olho no Planalto em 2006
Projeto começa com o ex-presidente concorrendo, nas eleições de 2002, em Alagoas, a uma vaga no Senado.

A volta do ex-presidente Fernando Collor de Melo, hoje filiado ao PRTB, ao cenário político terá como objetivo final a disputa à Presidência da República em 2006. Para isso, o ex-presidente concorrerá nas eleições do ano que vem a uma vaga no Senado pelo Estado de Alagoas, com o objetivo de ganhar mais visibilidade nacional para a disputa de 2006. Quem revela o plano de vôo de Collor é o presidente nacional de seu partido, José Levy Fidélix, que comandou ontem um encontro com diversos representantes municipais do PRTB, na sede do partido em São Paulo.

Segundo ele, a possibilidade de Collor candidatar-se ao governo de Alagoas em 2002 é um tanto remota, uma vez que o cargo de senador daria mais visibilidade em nível nacional ao ex-presidente, sempre com vistas à cadeira do Planalto em 2006. "Com um bom mandato como senador, Collor terá a visibilidade necessária para voltar à Presidência em 2006", explicou Fidélix que ainda decide se concorrerá ao governo de São Paulo ou a um cargo de deputado federal nas próximas eleições.

Questionado se o passado de Collor não prejudicaria uma eventual disputa à Presidência - ele foi o primeiro presidente da história da República a sofrer um processo de impeachment, por suspeitas de corrupção, e deixar forçosamente o cargo antes do término do mandato - Fidélix alega que nos últimos 10 anos nada se provou contra o ex-presidente. "Foi uma cassação injusta e o tempo é o senhor da razão. Ao contrário da administração atual, que tem claramente a corrupção no seu seio, como os casos da Sudene, Sudam e de algumas privatizações suspeitas", comenta o presidente do PRTB.
Sobre os boatos de que o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB), participaria hoje do encontro com os representantes municipais do PRTB, Fidélix disse que há uma grande convergência das propostas dos dois partidos sobre questões administrativas da cidade.


Marta Suplicy dá festa para o namorado
Da cúpula petista, só faltou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Cerca de 100 pessoas, entre elas o pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, compareceram na noite de sábado à festa do aniversário de 52 anos do franco-argentino Luis Favre, namorado da prefeita Marta Suplicy (PT), de 56.
Além de Lula, a constelação petista na casa de Marta, nos Jardins, incluiu o presidente nacional do partido, José Dirceu, vereadores do PT e praticamente todo o primeiro escalão do governo municipal. Também estiveram empresários, como o presidente da Gradiente, Eugênio Staub.
Na saída da recepção, por volta das 3 horas de ontem, alguns convidados comentaram estarem surpresos, pois, no começo, achavam que a festa "não ia pegar". Não é para menos. Ao avistarem os repórteres na porta da casa, todos procuravam adotar a maior discrição possível. Afinal, ninguém queria cometer deslizes. A festa era praticamente uma oficialização do namoro da prefeita com o assessor de Relações Internacionais do PT, cujo relacionamento é polêmico dentro do próprio PT e que teria sido o pivô da separação do casal Suplicy.


Escolha de Garotinho racha o PSB
Lideranças de peso no partido reagem à indicação do governador do Rio para candidato na eleição em 2002.

Um racha no PSB quase inviabilizou o lançamento da candidatura do governador do Rio, Anthony Garotinho, a presidente da República nas eleições de 2002, durante o VIII Congresso Nacional do partido, realizado no Clube do Servidor, em Brasília. Previsto para ontem, o lançamento foi antecipado para a noite de sábado - ficando sem espaço na mídia - porque algumas delegações, principalmente do Nordeste, já se preparavam para ir embora.

Muitas figuras de peso do partido demonstraram que não concordam - ou não apóiam explicitamente - a candidatura de Garotinho. O governador do Amapá, João Capiberibe, um dos maiores adversários do governador carioca, esperou apenas a homologação da candidatura para deixar o Congresso. "Estou com dor de cabeça por causa desse barulho", desculpou-se.
Mesmo derrotado, o governador João Capiberibe ainda alimenta a esperança de uma união das esquerdas no primeiro turno.

A oposição mais explícita, no entanto, partiu do senador Roberto Saturnino (RJ). Ele não compareceu ao Congresso e anunciou, de antemão, que se Garotinho fosse o candidato, arrumaria suas malas rumo ao PT. "Nós vamos conversar com ele", prometeu o senador Ademir Andrade (PA).
O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, não compareceu por motivos de saúde mas mandou uma carta parabenizando pelo maior congresso da história do partido.
No momento do anúncio, a delegação de São Paulo, Estado considerado pelo próprio Garotinho como estratégico em qualquer eleição presidencial, estava em Taguatinga, a 30 quilômetros do local do encontro.


Governador diz que vai até final
O governador Anthony Garotinho prefere ficar alheio às divergências em relação ao seu nome e afirma que só o senador Roberto Saturnino expressou uma posição contrária. Ele aposta que o PSB poderá pular de três para seis governadores, de 16 para 50 deputados federais e de três para nove senadores. "O partido terá um candidato para disputar e ganhar as eleições presidenciais", garantiu.
A nova executiva da legenda foi clara em relação à dissidência de Saturnino. "Se ele não cumprir a decisão partidária, está fora do partido", complementou o deputado Eduardo Campos.
Alguns oposicionistas apostam que se até março a candidatura Garotinho não se viabilizar, a legenda deve apoiar a candidatura Lula.


Amapá faz Justiça em barcos
O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Paulo Costa Leite, elogiou ontem um projeto criado pelo Tribunal de Justiça do Amapá, que presta atendimento às comunidades ribeirinhas. O ministro assistiu , no porto de Santana, a partida da embarcação da 43ª Jornada Intinerante Fluvial dos Juizados Especiais do Amapá, que passará uma semana na região do Arquipélago do Bailique, prestando atendimento à comunidade.
"É um exemplo a ser seguido por outros estados com as mesmas características geográficas e populacionais", afirmou Costa Leite. "Essa é a nova justiça brasileira: é a justiça próxima do cidadão, que se desloca, que deixa as torres de marfim em direção ao povo. Temos é que atender as pessoas, fazendo com que elas acreditem que há um Poder capaz de solucionar os seus conflitos. E este é um Poder que está atento à realidade, ao que está acontecendo ao seu redor, não é um Poder fechado, com venda nos olhos", afirmou..
A bordo da embarcação Brisa do Mar estão um juiz, um promotor público, um defensor público e um oficial de justiça, além do pessoal de apoio, conduzidos pelo “Comandante” Venine. A equipe chega a realizar 40 audiências por dia em cada comunidade. À população também são oferecidos serviços essenciais como emissão de carteiras de identidade e títulos de eleitor. Uma equipe médica também está a bordo, com um clínico médico e duas enfermeiras. Nesta jornada, a equipe do Juizado Itinerante pela primeira vez está levando uma urna eletrônica, para treinar a população ribeirinha.


Artigos

Gestos do cotidiano
José Luiz oliveira

Isabel Maria, avó analfabeta que passou a maior parte de sua vida trabalhando em fazendas do interior de Minas, não perdia a oportunidade de aconselhar os netos sobre o modo de caminhar. A pessoa, dizia, tem de andar olhando para o chão para evitar espinhos, buracos, tropeções em raízes e, principalmente, aninhar o pé descalço numa rodilha de cascavel. Contava que já havia levado muita gente para o cemitério, vítimas de cobras nas fazendas Gamelão e Espinha. "Mordida de cascavel não tem cura", amendrontava. E não tinha mesmo. O socorro, em lombo de cavalo, demorava dias. Muitas vezes nem chegava.
O alerta continua valendo. Há poucos dias, um atleta foi mordido por uma jararaca no Lago Sul e morreu exatamente porque demorou a buscar socorro. Complicou a situação o fato de ter pedalado de volta para casa, o que ajudou a espalhar o veneno na corrente sanguínea.

Se fosse viva e morasse num grande centro urbano, a sábia Isabel certamente reformularia seu conselho aos netos. Haveria de dizer que, na cidade, quem não anda com a cabeça erguida corre o risco de ser atropelado e assaltado. E perde a chance de enxergar gestos de grandeza, como o da senhora que pára preocupada diante do menino de rua deitado na calçada, que tira o seu casaco e cobre aquele corpo franzino. E também gestos mesquinhos de gente que explora sexualmente estes mesmos meninos ou os coloca para pedir esmolas.
A cabeça erguida e os olhos atentos nos revelam as várias faces do ser humano, as alegrias, decepções e angústias. Cenas que emocionam, como a do homem de meia-idade sentado na calçada da Avenida Comercial de Taguatinga, sábado à tardinha. Estava bem vestido e tinha forte aparência de cansaço, desânimo, descrença na vida. Aparência reforçada pelas costas apoiadas no poste e o rosto enterrado nas mãos.

O que estaria se passando naquela cabeça já grisalha? Certamente foi esta a pergunta que fez o jovem no Santana. Ele parou, deu ré para se aproximar mais do estranho, permaneceu mudo alguns segundos e quando o homem olhou em sua direção, disse, apontando para o alto: "Está com problema, amigo? Se há problemas, converse com Ele". O homem balançou afirmativamente a cabeça e continuou olhando o jovem, que se sentiu encorajado a prosseguir: "Eu congrego numa igreja aqui perto (endereço inaudível). Temos reuniões todos os dias. Apareça por lá". O homem fez sinal de positivo, o jovem abanou a mão com um sorriso e foi embora.
Quando gente jovem nos brinda com gestos solidários como este, percebemos que a humanidade não está perdida.


Colunistas

Claudio Humberto

TSE pode cassar Dante
Empenhado em promover as prévias para escolher o candidato tucano a presidente, Dante de Oliveira corre o risco de ter cassado o seu mandato de governador do Mato Grosso. Tal qual Mão Santa, do Piauí, responde a processo no TSE por abuso de poder econômico, na eleição de 1998. A oposição denuncia uma “manobra” de Dante: a contratação do advogado Eduardo Ferrão para defendê-lo. Ferrão é ex-sócio de Nélson Jobim, nada menos que o presidente do TSE, que julgará Dante.

Falta de critério
O ministro Carlos Melles (Esporte e Turismo) liberou em 2001 apenas R$ 700 mil para a Confederação Brasileira de Ginástica, que deu ao País a premiada Daniele Hypólito, mas destinou R$ 2 milhões – comprovante em poder da coluna – para um certo “Centro de Excelência Esportiva” da Prefeitura de São Sebastião do Paraíso. A prefeita é sua mulher, Marilda.

Liberdade virtual
Ainda casado pelas leis francesas, o namorado da prefeita Marta Suplicy faz questão de afirmar que está livre, embora não desimpedido. E tenta refletir isso até no provedor escolhido para seu e-mail: [email protected].

Espírito de corpo
A direção nacional do PT fará um esforço especial para tentar salvar o pescoço do seu prefeito de Blumenau, Décio Lima. Em retribuição ao emprego que ele deu a Lurian, filha de Lula com Miriam Cordeiro. O Ministério Público investiga a denúncia de que um cheque de R$ 9 mil, do tesoureiro do prefeito, Fernando Viana, foi parar na conta dela.

O muro do Amaral
É para orientar ou confundir? Quem acessa Balança Comercial, no recém-inaugurado site portaldoexportador.gov.br, descobre que a União Européia abriga a Alemanha e a República Democrática Alemã, aquela que morreu faz tempo, com a derrubada do muro de Berlim. Assim a mercadoria brasileira não chega a lugar nenhum.

Festa capital
O Prodasen, órgão do Senado Federal (aquele do painel eletrônico), vai torrar US$ 50 milhões, inclusive do Pnud (das Nações Unidas), na compra de computadores e antenas parabólicas para câmaras municipais do Brasil inteiro. A licitação promete ser uma festa.

Ética de araque
O artigo 15 do Código de Ética da Radiobrás proíbe a interferência de “perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões e interesses” no trabalho. Isso não vale para o presidente da estatal, que censura colunas independentes no clipping de notícias distribuído a algumas autoridades.

Lavando as mãos
“O que os brasileiros pensam das desigualdades sociais?”, perguntou pesquisa inédita da Faperj em 25 estados. Dos dois mil entrevistados, 62% responderam que o fim da desigualdade depende do governo, 12% apontam para parlamentares e apenas 4% acreditam poder fazer alguma coisa. Curiosamente, para 67%, a desunião favorece a injustiça social.

Ah, coitados!
O lucro dos bancos comerciais no terceiro trimestre despencou para US$ 17,4 bilhões, com a recessão e os ataques de 11 de setembro. Ano passado faturaram US$ 19,3 bilhões no mesmo período, na maior queda dos últimos dez anos. Como os demais setores econômicos, também foram afetados pela desaceleração econômica. Onde? Nos EUA.

Ás no ambiente
Em geral lenta na análise de licenciamento ambiental, a Comissão Estadual de Controle Ambiental (Ceca), do Rio, examinou e concedeu no mesmo dia a autorização para que se implante um aterro sanitário em Adrianópolis, na região de Nova Iguaçu, na Baixada. Os interessados alegavam que o projeto era do interesse do governador Garotinho.

A vez do MMST
O coronel da reserva Ivo Salvany criou o Movimento dos Militares Sem Terra, o MMST, contra “o revanchismo do governo” e “a inércia das Forças Armadas”. Dizendo-se não-grileiro nem herdeiro, pensa em “ser bispo” de igreja evangélica, montar quiosque na praia, virar amigo de FhC, e invadir uma fazenda do “filho aproveitador”.

Bahia se agita
O desembargador Amadiz Barreto, pai da jovem advogada Adriana Barreto (xodó de ACM) e candidato à presidência do Tribunal de Justiça da Bahia, enfrenta a acusação de atuar como advogado de uma empresa privada, em 1999, quando embolsou honorários de R$ 1,2 milhão.

O favorito dos candidatos
Na pesquisa para saber quem é o candidato que a maioria gostaria de enfrentar, também dá Lula na cabeça. É o candidato com que sonham (e para o qual se preparam) Serra, Tasso e Roseana. Querem explorar a inexperiência e o primarismo político do candidato do PT. Lula é acusado de ser simplório demais para liderar um país tão problemático.

Lenta agonia
Carta aberta do Grupo Otimismo, de portadores de hepatite C, pergunta a FhC e ao ministro José Serra por que o governo jamais divulga a doença, nem facilita os testes de detecção, quando há mais infectados com hepatite C que com HIV. A licitação para a compra do remédio Pegasys, liberado pela Anvisa, está parada no ministério, mas entraram US$ 10 milhões para uma pesquisa que o grupo considera suspeita.

Poder sem pudor

Boato do bem
O ministro José Aparecido de Oliveira encontrou o senador Tancredo Neves no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. Ligado a Magalhães Pinto, adversário de Tancredo, Aparecido foi gentil, dizendo-se impressionado com a juventude do líder mineiro. Tancredo agradeceu:
– Espalhe por aí, porque assim você mata os meus adversários de raiva...


Editorial

União dos alternativos

Nasceu na semana passada, em Goiânia, a associação nacional do transporte alternativo, que reúne donos de vans e de lota ções de quase todos os estados brasileiros. Ao mesmo tempo, no Congresso Nacional, vai ser votado um projeto que regulariza o transporte alternativo em todo o País e estabelece fiscalização rigorosa dos veículos e de seus condutores, para impedir que aventureiros ameacem a vida dos passageiros.
O transporte alternativo transformou-se em necessidade nas maiores cidades brasileiras, já que os ônibus e mesmo o metrô não atendem às necessidades de todos os passageiros. Aqui no Distrito Federal não é diferente. Com a expansão das cidades, os ônibus não conseguem atender a população e ainda cobram muito caro pelas passagens. Além disso, andam lotados e usam as greves para pressionar o governo a liberar os preços das viagens.

Os donos de vans e lotações, ao se unirem numa espécie de sindicato, podem dar valorosa colaboração à normalização desse tipo de transporte. Deverão ser eles os primeiros a exigir das autoridades uma fiscalização rigorosa que impeça a degradação dos alternativos. O projeto da Câmara, que propõe a regularização, também precisa vir acompanhado da regulamentação dos alternativos e dos órgãos governamentais que irão fiscalizá-los.


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12/03/2001


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