Collor defende Sarney e volta a atacar Simon



O senador Fernando Collor (PTB-AL), defendeu, nesta segunda-feira (3), a permanência no cargo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), manifestando a ele sua solidariedade por já ter sofrido "tudo que ele está passando". Collor questionou o papel da mídia nas crises anteriores, como a sofrida pelo presidente Getúlio Vargas, que acabou se suicidando em 1954, e por ele próprio, que renunciou à Presidência da República em 1992.

- Sei como essas coisas são urdidas, fabricadas, vazadas. Sei como essas coisas correm nos subterrâneos dessa imprensa que deseja que esta Casa se agache a ela, a esses ou aqueles que acham que podem mandar também numa Casa democrática, livre, independente como o Senado da República - disse.

Ainda questionando o papel da imprensa, Collor citou exemplos do que chamou de "mau jornalismo" e "fraude": segundo o senador, a revista Veja teria colhido informações sigilosas a respeito de seu então tesoureiro de campanha, Paulo Cesar Farias, que legalmente não poderiam ser publicadas. Para que isto ocorresse, disse, o então deputado José Dirceu declarou ter recebido os dados anonimamente, para em seguida repassá-los à revista, que então publicou os dados sem cometer crime.

Collor disse ainda que Roberto Pompeu de Toledo, articulista da Veja, teria procurado o então ministro do Supremo Tribunal Federal Ilmar Galvão, relator do seu caso naquele tribunal, e teria oferecido a capa da revista e uma entrevista nas páginas amarelas caso o declarasse culpado. Segundo Collor, o jornalista foi expulso do gabinete do ministro.

- Nem Dirceu nem Roberto Pompeu de Toledo podem desmentir isso - disse, ressaltando saber de outros 25 casos como estes.

O parlamentar também classificou o movimento dos "caras-pintadas", que fortaleceu a pressão em favor de seu impeachment, como um "movimento estético-cultural" que "foi urdido", exemplo de que "nem sempre as vozes das ruas são as vozes que estão mais abalizadas para emitir uma opinião isenta". Collor também revelou que o então governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola o teria procurado para recomendar-lhe que resistisse durante o processo de cassação de seu mandato, ao contrário do que fez Getúlio Vargas.

Pedro Simon

Collor também rebateu discurso do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que o havia antecedido na tribuna, dizendo que o parlamentar gaúcho tem repetidamente feito comentários em Plenário que o ofendem.

Instado por alguns senadores para retirarasse as palavras ofensivas dirigidas a Simon em aparte, Collor disse lamentar, mas declarou que mantinha o ataque ao senador gaúcho. O parlamentar alagoano mandou Simon "engolir suas palavras, digeri-las e depois fazer com elas o que quisesse".

Collor voltou a pedir que Simon não cite mais o seu nome e corrigiu o que chamou de "erro histórico": ele nunca o teria convidado para compor a sua chapa, nas eleições de 1989, como candidato a vice-presidente como a imprensa e o próprio Simon teriam divulgado à época.



03/08/2009

Agência Senado


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