REQUIÃO DEFENDE MST E VOLTA A ATACAR FERNANDO HENRIQUE



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) defendeu, nesta terça-feira (dia 10), em plenário, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que tem sido acusado de cobrar dos assentados taxas de 3%, sobre os empréstimos obtidos junto ao Incra. De acordo com Requião, que disse estranhar a hipocrisia da imprensa, é uma prática comum a cobrança de taxas por partidos e movimentos sociais. Em seu caso, como senador do PMDB, ele relevou que são descontados mensalmente R$ 300.

Requião lembrou que, normalmente, em qualquer tipo de empréstimos, inclusive governamentais, são cobradas diversas taxas. Ele sugeriu ao MST que, diante das acusações, levante recursos por meio de doações de pessoas favoráveis à reforma agrária, para poder arcar com os gastos em apoio técnico e mobilização. O senador se prontificou a colaborar.

- Se não fosse a pressão do MST, a reforma agrária teria morrido há muito tempo, e o governo não faria nem mesmo o pouco que tem feito - afirmou, lembrando que a direita gostaria de ver os trabalhadores rurais desorganizados e o MST sem recursos para lutar.

O senador cobrou também uma investigação rigorosa sobre a fazenda dos filhos do presidente Fernando Henrique Cardoso, em Buritis (MG). O senador apresentou documentos que, segundo ele, comprovam que Fernando Henrique comprou a fazenda Córrego da Ponte, de 1.046 hectares, em sociedade com o ex-caixa de campanha Sérgio Motta, pelo valor de US$ 2 mil. A propriedade valia aproximadamente US$ 500 mil e posteriormente foi transferida por apenas US$ 20 dólares. Segundo Requião, o preço da propriedade teria sido subfaturado para sonegar impostos.

- Só o presidente consegue terras tão baratas. Em um país sério, um sonegador seria execrado e não poderia continuar no cargo de presidente da República - disse, ironizando o fato de a fazenda ser considerada um "símbolo nacional", em decisão do STF.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy elogiou o discurso de Requião e propôs que o MST cobre taxas sobre a produção das cooperativas, para evitar acusações injustas.

10/10/2000

Agência Senado


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