Com dois séculos de existência, Jardim Botânico do Rio de Janeiro concentra conhecimento sobre biodiversidade brasileira



O interesse em conhecer um pouco da biodiversidade brasileira e sentir a exuberância da Mata Atlântica leva todos os anos cerca de 600 mil pessoas a visitarem um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro. Com dois séculos de existência, o Jardim Botânico é considerado um dos dez mais importantes do mundo. Desde sua abertura à visitação pública após 1822, já passaram pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) visitantes ilustres como o físico alemão Albert Einstein e a Rainha Elisabeth II, do Reino Unido. 

O passeio permite ao visitante encontrar na floresta do Jardim Botânico árvores nativas e de espécies como ipê, andiroba, jequitibá, palmeira-imperial, pau-brasil, pau-mulato, seringueira, sumaúma, além de plantas aquáticas como as ninfeias e a vitória-régia. Ao mesmo tempo, pode apreciar a fauna típica das florestas tropicais. Várias espécies de aves, insetos, mamíferos, como bichos-preguiça, macacos-prego, gambás e micos-estrela podem ser vistos durante a visita. Em 1992, o Jardim Botânico do Rio foi reconhecido pela Unesco como Reserva da Biosfera. 

O Instituto de Pesquisas Jardim Botânico é mantido pelo Governo federal, sendo vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Desde 2001, abriga a Escola Nacional de Botânica Tropical, que desenvolve o ensino e pesquisas científicas em nível de pós-graduação sobre a flora brasileira. Na última década, o Jardim Botânico incorporou novos núcleos de Educação Ambiental e de Responsabilidade Socioambiental. 

Em seu bicentenário, em 2008, a instituição inaugurou o Museu do Meio Ambiente, primeiro da América Latina voltado especificamente para essa temática, e em 2009,  entrou em atividade o Centro Nacional de Conservação da Flora – CNCFlora.

Coleções científicas

Seu arboreto abriga uma coleção botânica com cerca de 9 mil espécimes da flora nacional e de várias partes do mundo, além de área remanescente de Mata Atlântica. Ao todo, são 197 canteiros de coleções de plantas, 15 lagos, onde também estão inseridas plantas aquáticas, cerca de 1.500 espécies cultivadas nas estufas do orquidário, bromeliário, insetívoras e cactário, além de seis jardins temáticos: roseiral, medicinal, sensorial, bíblico, japonês e beija-flores. A distribuição de seu acervo paisagístico abrange ainda as diversas aléias, locais preferidos para passeios dos visitantes, recantos naturais e o Caminho da Mata Atlântica.

O Jardim Botânico mantém importantes coleções científicas. O herbário, totalmente informatizado, guarda um acervo de 450 mil amostras botânicas de valor inestimável, algumas com mais de dois séculos que vieram da Europa. Na carpoteca estão cerca de 6,3 mil amostras de frutos, enquanto a xiloteca guarda 8,5 mil exemplares de madeiras. O público tem acesso ainda a uma das mais completas bibliotecas especializadas em botânica do País, com de cerca de 108,7 mil volumes de obras especializadas, livros de referência, periódicos nacionais e estrangeiros, com destaque para os livros raros, em torno de três mil.

O JBRJ coordenou a elaboração e publicou, em 2010, o Catálogo de Plantas e Fungos  do Brasil, com informações sobre todas as espécies conhecidas da flora brasileira, e também a versão online do catálogo, a Lista da Flora do Brasil. Esse trabalho significou para o país o cumprimento de uma das metas da Estratégia Global para Conservação de Plantas, no âmbito da CDB, da qual o Brasil é signatário. 


Fonte:
Portal Brasil

 

22/10/2010 19:01


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