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Obra conta história da biodiversidade de SP nos séculos 19 e 20

Livro resgata informações coletadas de 12 expedições exploratórias realizadas no Estado

Com a presença de grande público e de cinco secretários de Estado, foi lançado no dia 3 na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos, o livro Nos Caminhos da Biodiversidade Paulista. A obra, produzida por especialistas da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) e organizada pelo jornalista Marcelo Leite, com o apoio do Projeto de Recuperação de Matas Ciliares, resgata as informações coletadas pelas 12 expedições exploratórias organizadas pela Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, na passagem entre os séculos 19 e 20. Foi editada em parceria com a SMA e a Imprensa Oficial do Estado.

Durante a apresentação da publicação, o organizador ressaltou seu caráter coletivo. “Este livro tem uma longa história. Foi iniciado em 2001 e eu me engajei no projeto há dois anos. Foi composto pelos 42 especialistas que reuniram e recuperaram o trabalho das 12 expedições realizadas a partir de 1896”, disse Marcelo Leite.

A exuberância da natureza que compunha a paisagem é tão vasta que despertou o interesse da equipe gráfica da Imprensa Oficial do Estado, responsável pela impressão da obra, conforme descreveu o secretário de Estado da Comunicação, Hubert Alquéres. “O livro causou efeito colateral na gráfica da Imprensa Oficial. A cada lâmina, a cada foto, a equipe caprichava no limite, para chegar à melhor definição possível”, revelou.

O secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, lembrou que “o tema ambiental ganha cada vez mais importância” e enfatizou a necessidade de ações concretas para reverter a situação de devastação no Estado. “O nosso projeto de mata ciliar é ousado, queremos recuperar um milhão de hectares em 25 anos. Entre as medidas que vamos lançar no início da primavera está a assinatura de convênio com o setor da construção civil, que se comprometerá a usar apenas madeira certificada em suas obras”, concluiu Graziano. 

Impacto – Especialistas e leigos encontram nas páginas iniciais do livro a beleza da paisagem do Estado recoberta pela Mata Atlântica, cerrados, vegetação ao longo dos cursos d’água, manguezais e restingas. Esse passado de biodiversidade ainda intocada, no século 17, sofreu alterações drásticas. Ao correr as folhas da obra, o leitor percebe as mudanças provocadas pela colonização e ocupação territorial. A desfiguração do cenário paradisíaco e bucólico causa impacto.

Para se ter idéia da mudança de paisagem, a mata atlântica, que recobria 80% do solo de São Paulo antes da colonização portuguesa, foi reduzida a 10%. O cerrado teve destino semelhante: dos 14%, sobrou quase nada. A mata ciliar praticamente desapareceu. As demais vegetações sofreram marcas profundas. “Mostrar como se deu essa transformação serve ao propósito de alertar a população sobre as necessárias mudanças de atitudes ante o meio ambiente e para que se possa enfrentar o desafio de recuperar as áreas degradadas, escreve na introdução Marcelo Leite.

Os relatos dos expedicionários, além de registrar áreas intocadas, indicam o espanto que botânicos, engenheiros, fotógrafos e técnicos sentiam diante da natureza em pleno esplendor. A capa ilustra uma expedição e o livro traz mapas, locais visitados pela comissão, imagens atuais e fotos do guará-vermelho (Eudocimus ruber), considerado uma das mais belas aves brasileiras. Com bico fino, longo e curvado, tem coloração avermelhada por se alimentar de caranguejo que possui pigmento nessa cor. Em 1960, desapareceu dos ares de Cubatão por causa da poluição desenfreada na região. Só retornou em meados de 1980, após programas de recuperação ambiental. 

Da Agência Imprensa Oficial 

SERVIÇO

268 páginas ilustradas

09/18/2007

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