Com queda no PIB, Papaléo critica medidas anticrise do governo



Ao comentar os dados referentes à queda de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no quarto trimestre do ano passado em relação ao terceiro trimestre, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) criticou as medidas adotadas pelo governo na condução da economia diante da crise econômica mundial. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a retração registrada representa o maior recuo da série histórica do PIB, iniciada em 1996.

Na avaliação do senador, o grande erro do governo foi querer combater a crise com investimentos sem, no entanto, cortar despesas. Ele se referiu, especialmente, ao aumento dos gastos com custeio da máquina, contra os quais, registrou, a oposição se mobilizou desde sempre.

- Desde o ano passado a bancada do PSDB vem apontando quase que diariamente nesta tribuna o desleixo do governo para o problema da crise e a forma irresponsável como é conduzida a política fiscal. Fizemos esse alerta durante o processo de votação de várias proposições que passaram por este Plenário - disse.

Ao mesmo tempo, avaliou o parlamentar, os resultados do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) têm deixado a desejar. Ele criticou o governo pela utilização eleitoreira do programa.

- A taxa de investimento em 2008 ficou em 19%, muito aquém das nossas necessidades, porque ficou muito próxima da média nacional, o que deixa evidente que o PAC não está significando maior volume de recursos para investimentos produtivos - disse o senador.

O parlamentar disse ainda que ninguém sabe o que significa a sigla "PAC", que aparece a todo momento no noticiário, usada de maneira política "para enganar o povo".

Na opinião de Papaléo, dos dados divulgados, a queda registrada do superávit primário - da ordem de 2,14% - é um exemplo de como as finanças do país estão fora de controle. Ele acrescentou que economistas do setor privado preveem que a meta de 2009 não será alcançada.

- As incertezas são preocupantes. O descasamento entre arrecadação e gasto público terá impacto negativo esse ano - previu, frisando que os dados da economia não autorizam o otimismo do governo.

Embraer

Em aparte, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) criticou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) por ter proposto a realização de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para que os dirigentes da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) prestem informações sobre a demissão de 4.200 funcionários em consequência dos efeitos da crise mundial.

O senador apelou ao "senso de brasilidade" de Suplicy e pediu que ele reflita sobre a conveniência de tal debate público, que, a seu ver, exporia a empresa, para proveito de seus concorrentes internacionais.



10/03/2009

Agência Senado


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