Agripino diz que Executivo quer "empurrar goela abaixo" medidas anticrise
O senador José Agripino (DEM-RN) criticou o fato de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não terem mencionado, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, na terça-feira (21), a edição da medida provisória que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprarem ativos de bancos em dificuldades.
- É truculência pura ou é medo de debater. É atitude antidemocrática. É medo do esclarecimento - disse o senador.
Agripino lembrou que os demais países estão buscando a saída para a crise financeira internacional via entendimento entre o Executivo e o Legislativo. Ele indagou porque, no Brasil, o Executivo tenta "empurrar goela abaixo" as medidas anticrise e conclamou o governo ao debate com o Parlamento, salientando que a atitude do seu partido é de colaboração.
- Nós não vamos enveredar por atitude que não seja a da colaboração. Agora, aceitar truculência, imposição, não. Até porque isso seria atitude burra de quem não deseja produzir a melhor saída - disse o senador.
Agripino lamentou o adiamento da audiência pública com Mantega e Meirelles na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, marcada para esta quarta-feira (22) - que já havia sido adiada duas vezes - e disse aguardar a presença das duas autoridades da área econômica na próxima semana "para que as perguntas sejam feitas e as respostas sejam dadas, para que a sociedade brasileira tenha a interlocução da instituição que a representa, que é o Congresso Nacional".
Pescadores
José Agripino também denunciou ação realizada em seu estado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra os pescadores de lagosta. De acordo com o senador, que mostrou fotos dos pescadores com marcas nas costas causadas pelo enfrentamento, os trabalhadores querem apenas registrar os seus barcos para pescar, mas estão sendo impedidos pelo Ibama.
- O que está ocorrendo no meu estado, seguramente, pode estar ocorrendo em outros. E a nossa obrigação é nos irmanarmos nesta hora para defendermos uma categoria que quer apenas trabalhar, e livrá-los da truculência que parece ser a marca de um governo - declarou.
22/10/2008
Agência Senado
Artigos Relacionados
ACM QUER APROVAR MEDIDAS ANTICRISE ATÉ DEZEMBRO
Presidenta defenderá medidas anticrise, programas sociais e Rio+20 no FST
Com queda no PIB, Papaléo critica medidas anticrise do governo
NABOR APÓIA MEDIDAS ANTICRISE MAS ALERTA CONTRA RECESSÃO
PSB quer comício para 'empurrar' Garotinho no Rio
Agripino condena alinhamento do Congresso com o Poder Executivo