Comissão de Direitos Humanos presta homenagem às mulheres



"Mulher no processo de transformação social" foi o painel promovido hoje pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos para comemorar o 8 de março - Dia Internacional da Mulher. A ativista uruguaia Lilian Celiberti, seqüestrada em 1980, em Porto Alegre por policiais brasileiros discorreu sobre o desafio de construir um novo modelo de cidadania para as mulheres. Ela lembrou que a sua história impulsionou há 20 anos, o surgimento da Comissão de Direitos Humanos do parlamento estadual, razão pela qual nutre um carinho particular pela luta contra as violações dos direitos humanos, travada na capital gaúcha. O presidente da CCDH/AL, deputado Roque Grazziotin (PT) passou a direção dos trabalhos para sua colega, a deputada Luciana Genro (PT), que também é vice-presidente da Comissão. "Esta audiência é para mostrar aos gaúchos o valor da luta das mulheres de nosso estado", disse a deputada petista. Ela reconhece o avanço do movimento feminista ocorrido nos últimos 200 anos, destacando a importância da continuidade da luta em defesa do emprego, saúde, educação, enfim, contra os efeitos maléficos, produzidos pela política neoliberal. Conforme Luciana Genro, 80% dos militantes do movimento ecológico são mulheres, 90% dos militantes da luta anti-armamentista são mulheres e 70% dos militantes das lutas populares são mulheres. "O 8 de março, portanto, é um dia de afirmação deste movimento internacional contra a discriminação de gênero e pelo fim da violência contra as mulheres". Hilma Cardoso, da Federação das Associações dos Recicladores de Lixo atribui os problemas enfrentados pelas mulheres ao modelo econômico. Para reverter esta conjuntura, Hilda defende uma educação voltada para a cidadania. A vice-presidente do Cpers-sindicato, Neiva Lazarotto lamenta o empobrecimento da classe média e a baixa remuneração das mulheres, em especial das educadoras. "As cidadãs brasileiras têm o direito ao trabalho, à saúde e à educação", reivindica a representante da Comissão dos Desempregados, Gessi dos Santos. Ela contou que o acampamento próximo à GM serviu para dar visibilidade ao movimento dos desempregados. "Me orgulho muito desta luta por uma vida digna". Lilian Celiberti elogiou o Relatório Azul, destacando a importância desta publicação para a luta dos direitos humanos na América Latina. O deputado Roque Grazziotin presenteou as mulheres com um marcador de livros, feito especialmente para marcar o 8 de março, com as inscrições "Somos o que fazemos, mas somos principalmente, o que fazemos para mudar o que somos", de Eduardo Galeano e "Devemos lutar pela igualdade sempre que a diferença nos inferioriza, mas devemos lutar pela diferença sempre que a igualdade nos descaracteriza". Além das entidades governamentais e não governamentais, também participaram da audiência pública os deputados Ronaldo Zülke (PT), Vieira da Cunha (PDT), João Luiz Vargas (PDT), Manoel Maria (PTB), Iara Wortmann (PMDB), Francisco Appio (PPB) e José Ivo Sartori (PMDB).

03/07/2001


Artigos Relacionados


Ana Júlia presta homenagem à Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos

Valdir Raupp presta homenagem às mulheres e diz que direitos têm que ser monitorados

Comissão de Direitos Humanos vai debater violência sexual contra mulheres

Maguito presta homenagem às mulheres

Paulo Paim presta homenagem às mulheres

Serys presta homenagem a mulheres aposentadas