Comissão de Serviços Públicos debate segurança no Alto Jacuí



A Comissão de Serviços Públicos promoveu na última sexta-feira uma audiência pública no município de Tapera, onde foi debatido a segurança pública no Alto Jacuí. O encontro que contou com um grande público, cerca de 250 participantes de toda a região, ocorreu no Clube Aliança. A reunião foi solicitada através de um ofício da Amaja - Associação dos Municípios do Alto Jacuí, o qual destacava a preocupação e a intranqüilidade das comunidades com a violência e a criminalidade na região. O presidente da Amaja, prefeito de Sananduva, Glademir Aroldi, disse que os prefeitos se tornaram mendigos de gravata e o comandante da Brigada Militar mendigo de farda porque todos os dias tem que bater na porta para conseguir atender as necessidades da população. "Se os índices de criminalidade estão diminuindo não é por isso que vamos desmanchar o que já tem. Será que não existe uma fórmula para que os governos estaduais invistam mais em segurança pública ?", questionou. Já o prefeito de Ibirubá, Mauri Heinrich, disse que as atribuições que são repassadas aos municípios não são na mesma proporção dos recursos recebidos. O presidente da Associação das Câmaras Municipais do Alto Jacuí destacou que a entidade agrega 29 municípios, 283 vereadores e uma população de aproximadamente 400 mil habitantes. "Encaminhamos uma moção ao governo estadual para que qualifique e aparelhe a nossa polícia. As nossas comunidades nos cobram providências", enfatizou, citando como exemplo da falta de segurança o assalto no Banrisul de Espumoso e a chacina de Soledade. O delegado Luiz Fernando de Azevedo disse que o debate proporcionado pela Comissão será de grande peso para reivindicar as necessidades da região. "Precisamos de uma viatura em condições e efetivo. Atualmente possuímos apenas dois inspetores de polícia e uma escrivã", ponderou. O presidente do Consepro de Tapera, Marcelo Haag, afirmou estar tentando dar sustentação à Polícia Civil e à Polícia Rodoviária. Relatou que em mais de uma vez não foram atendidos pelo Secretário de Justiça. O comandante do 16º BPM, tenente-coronel Carlos Roberto Amador, afirmou que há pessoas que reclamam da área de segurança, mas desconhecem o setor. "Um dos grandes problemas enfrentados pela polícia é provar a autoria do delito. A parte pericial é a mais complexa, 97% dos processos criminais são julgados com prova testemunhal e essa tem sido a nossa maior dificuldade". Segundo o comandante, que enfatizou a importância da colaboração da sociedade, houve reduções nos crimes contra a vida na área de Cruz Alta. O juíz Rodrigo Bortoli, responsável pelas Comarcas de Colorado, Lagoa dos Três Cantos, Selbach e Tapera reafirmou que em termos de ações não se têm situações de criminalidade mas que não se deve dar abertura para que isso comece a ocorrer. O juiz que criticou a política de fechamento de delegacias, solicitou que fosse encaminhado um pedido para o Ministério Público para que o município de Tapera tenha um promotor titular. O deputado Giovani Cherini que também prestigiou a reunião-extraordinária ressaltou a sua tristeza ao deparar como uma Polícia Civil e uma Brigada Militar que não tem uma máquina fotográfica, um exemplar da Constituição Federal atualizado. O parlamentar afirmou ainda, que se fosse concedido horas-extras para a BM não haveria necessidade de se contratar ninguém. No final do encontro, o prefeito de Tapera, José Nelson Balensiefer, prefeitos, vereadores e autoridade presentes entregaram ao presidente da Comissão deputado Elmar Schneider a "Carta de Tapera", contendo as reivindicações elencadas pelas das comunidades da região. "O nosso objetivo é construir alternativas, ouvindo a população e intermediando soluções junto ao Executivo. Acredito que o governo estadual será sensível às demandas encaminhadas pelo Alto Jacuí, pela representatividade da região e pela sua importância no desenvolvimento do Rio Grande", concluíu Schneider.

09/24/2001


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