Comissão debate gasoduto e serviços da AES Sul no Vale do Jaguari



A Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa realizou na última sexta-feira (29.06) uma audiência pública na Câmara Municipal de Vereadores de Santiago, para debater e avaliar as perspectivas de desenvolvimento da região com o gasoduto que atravessará o Vale do Jaguari, e discutir com as comunidades a qualidade dos serviços prestados pela AES Sul (Concessionária de Energia Elétrica). O diretor-presidente da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul -Sulgás, Giles Carriconde, explanou amplo material explicativo, contendo todos os passos operacionais sobre a construção e o traçado do gasoduto, o andamento das obras, a distribuição, os principais ramos de utilização, a participação do gás natural na matriz energética brasileira e mundial e as vantagens ambientais no uso do produto. De acordo com o dirigente, que explicou os procedimentos do City Gate (ponto de entrega do gás natural) e descreveu o funcionamento das usinas termoelétricas do Rio Grande do Sul, a Sulgás, no início do segundo semestre deste ano, fará um levantamento do mercado potencial e factível da região a fim de verificar a viabilidade econômica para a construção de ramais para estas determinadas áreas. No encontro, vereadores de vários municípios do Vale do Jaguari, assim como diretores de escolas, questionaram Carriconde sobre os custos na distribuição do gás aos consumidores e como as pequenas cidades serão beneficiadas com o empreendimento. “Ao contrário do que ocorre nos países europeus e até na vizinha Argentina, que utiliza gás natural em cerca de 50% de sua matriz energética, no Brasil o produto é muito pouco conhecido, por isso a importância desta discussão, proporcionada pela Comissão de Serviços Públicos, para oportunizarmos estas informações às comunidades”. O deputado estadual Marco Peixoto, membro titular da Comissão, que destacou o excelente trabalho realizado pela Câmara Municipal de Vereadores de Santiago, alertou que para a região adquirir o gás é preciso ter um complexo industrial com arrecadação suficiente. “Há uma grande preocupação no Vale do Jaguari com o desemprego, por isso é imprescindível construirmos caminhos para alavancarmos um processo de desenvolvimento e assim tirarmos vantagens deste grande empreendimento que estará disponibilizado na região”. A segunda pauta da reunião tratou sobre os problemas que a população vem enfrentando com a AES Sul no que tange aos serviços sistematizados pela linha 0800, as dificuldades de retirar a segunda via da conta pela Internet, a morosidade no atendimento, a tarifa rural e o acúmulo de contas, em alguns casos improcedentes. O superintende regional da AES Sul, engenheiro Marcelo Leandro Paz Brenner e a coordenadora da área comercial, Aline Gioda Noronha, explicaram os procedimentos adotados pela empresa, os investimentos empregados no setor de qualidade dos serviços e de forma objetiva procuraram resolver várias questões levantadas na própria audiência pública. Já o promotor de Justiça, Álvaro Luiz Poglia, alertou a prestadora de serviços que não há resolução que prevaleça o Código do Consumidor. “Se é inexorável o avanço da tecnologia, este avanço tem que respeitar a cultura local estabelecendo um período de transição”, avaliou o representante do Ministério Público criticando a utilização do sistema 0800. Poglia informou ainda, que instaurará um inquérito civil para averiguar a extensa demanda de reclamações efetuada pela população. O promotor solicitou a ata da reunião para anexar às documentações do inquérito. Para o presidente da Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa, deputado estadual Elmar Schneider, a reunião foi extremamente positiva. “Cumprimos nosso papel de proporcionar às comunidades um debate criterioso sobre todos os aspectos relevantes da passagem de um gasoduto na região, as perspectivas de mudanças na matriz econômica e as potencialidades de desenvolvimento. Por outro lado, estabelecemos uma discussão construtiva com a AES Sul, abrindo uma verdadeira tribuna popular, onde a população revelou as dificuldades enfrentadas, possibilitando que a empresa tome as medidas adequadas para melhorar a prestação de seus serviços”. Schneider lembrou ainda, que na própria reunião ficou marcada para o dia 18 de julho a ida da empresa à Câmara de Vereadores da Mata para discutir os problemas vividos por àquela comunidade. Participaram da audiência pública, além da comunidade santiaguense, o vice-prefeito do município, Júlio Cézar Ruivo, representantes do poder Legislativo de Santiago, lideranças políticas das cidades de Capão do Cipó, Jaguari, Jari, Mata, São Francisco de Assis, São Pedro do Sul e Unistalda.

07/03/2001


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