COMISSÃO DEVERÁ PROPOR A EXTINÇÃO DOS CAÇA-NÍQUEIS
A comissão mista do Congresso Nacional destinada a apreciar a medida provisória que institui a taxa de autorização para funcionamento dos bingos deverá propor em seu relatório final, a ser apresentado em meados de abril, a proibição dos chamados "caça-níqueis" em todo o país. A informação é do presidente da comissão, deputado Ronaldo Vasconcellos (PFL-MG), que garantiu, no entanto, que o órgão vai se posicionar pela manutenção dos bingos, desde que haja uma maior fiscalização em todas as empresas que exploram o jogo. Ele disse ainda que há uma tendência muito forte em estadualizar o controle dos bingos, a exemplo do que já ocorre no Rio de Janeiro.O deputado fez essas considerações depois de a comissão ouvir em audiência pública os presidentes das loterias do Estado do Rio de Janeiro, Daniel Homem de Carvalho, e do Paraná, Ronald Dias Pinto, além dos diretores da Loteria do Estado de Minas Gerais, Mário Márcio de Magalhães e da Loteria de Santa Catarina, Florindo Testone. Os dirigentes foram unânimes em defender uma maior fiscalização dos bingos.O presidente da Loterj, Daniel Homem de Carvalho, é de opinião que os estados devem possuir legislação própria, como ocorre no Rio de Janeiro, para credenciar, autorizar o funcionamento e fiscalizar as empresas que exploram o jogo. Somente dessa maneira, a seu ver, poderia haver um maior controle dos bingos. O deputado Eurico Miranda (PPB-RJ) discordou e defendeu que os bingos devem ficar sob a responsabilidade da Caixa Econômica Federal. Florindo Testone, diretor da Loteria de Santa Catarina, garantiu que não há motivos para se ter medo do jogo de bingo, desde que ele venha a cumprir as suas funções sociais, conforme prevê a legislação.No país, atualmente, existem cerca de mil empresas credenciadas para explorar o bingo. Somente no estado de São Paulo há 400 estabelecimentos. O rateio do total do dinheiro arrecadado é assim distribuído: 65% para premiações, 28% para as casas de bingo (administradoras) e 7% para entidades esportivas, clubes e atletas.
23/03/2000
Agência Senado
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