COMISSÃO DO CENTRO-LESTE RECOMENDA PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO
É preciso promover a privatização e a descentralização da infra-estrutura viária do Corredor Centro-Leste. Essa é a principal conclusão do relatório final - aprovado, nesta quinta-feira (dia 10) - da Comissão Especial destinada a promover novos estudos sobre a abertura de frentes de produção agropecuária, extrativa e de insumos industriais na região do Corredor de Transportes Centro-Leste.- Esta Comissão configurou-se como um grande encontro de vontades de conquistar os cerrados, com suas enormes fronteiras a ocupar e desenvolver. Essa conquista é a melhor alternativa que permite extinguir as diferenças que perpetuam a dependência dos estados pobres - analisou o senador Mauro Miranda (PMDB-GO), relator da Comissão.Por meio de audiências públicas, encontros e seminários, realizados também nos estados, a Comissão presidida pelo senador José Ignácio Ferreira (PSDB-ES), ouviu, desde março de 1996, quando foi criada, representantes de diferentes setores da área de transportes que ajudaram na elaboração de suas conclusões.O Corredor de Transportes Centro-Leste é um sistema integrado para o escoamento de mercadorias, integrando pólos de produção da área que abrange os estados de Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo. A Comissão não se limitou, entretanto, ao Brasil Central e opinou sobre a infra-estrutura de transportes das regiões adjacentes, do Oceano Pacífico até o Complexo Portuário do Espírito Santo.Dentro dessa perspectiva, os senadores discutiram questões de logística, sistemas aduaneiros integrados, armazenagem, telecomunicações, energia, além de ações coordenadas entre os planejamentos estaduais e a atração de investimentos privados. As conclusões da Comissão serão publicadas em breve, inclusive na home page do Senado na Internet.VALE DO RIO DOCEA influência da Companhia Vale do Rio Doce na região recebeu atenção especial no relatório de Mauro Miranda. "A questão fundamental consiste na verificação do impacto de suas ações no desenvolvimento da região e, conseqüentemente, na geração de empregos, no aumento da renda e da produção econômica".Segundo o relator, os investimentos da Vale garantiram o início do processo de desenvolvimento nas regiões analisadas e "caberiam questionamentos sobre o impacto da privatização no processo de desenvolvimento da região".A Comissão também identificou disfunções no sistema portuário no complexo de Vitória, que decorrem do baixo nível organizacional e financeiro da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e implicam o alto custo e ineficiência das operações, inibindo a cabotagem ao longo da costa brasileira.Mauro Miranda destacou a atuação do Consórcio Operacional do Corredor de Transporte Centro-Leste. Na avaliação do presidente do Consórcio, a construção de ferrovias de integração da malha, promoveria uma economia de US$ 1,5 bilhão por ano. O relatório criticou a alteração do traçado original da Ferrovia Leste-Oeste.- Os dados registrados no relatório traduzem os reais problemas que, hoje, entravam o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste - analisou Mauro, que ressaltou a importância da duplicação da BR-153, no trecho entre Aparecida de Goiânia (GO) e Uberaba (MG).O senador também reconheceu o desempenho do Ministério dos Transportes em desenvolver e modernizar a infra-estrutura viária, dando maior competitividade ao setor produtivo. "A falta de recursos públicos para o setor de transportes é um dos principais gargalos inibidores do crescimento das empresas brasileiras", concluiu.Também participaram da última reunião da Comissão os senadores Jonas Pinheiro (PFL-MT), vice-presidente da Comissão, Gerson Camata (PMDB-ES), Djalma Bessa (PFL-BA) e Edison Lobão (PFL-MA).
10/12/1998
Agência Senado
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