Comissão recebe acusações contra a CRT Brasil Telecom



A Comissão de Serviços Públicos promoveu ontem uma reunião ordinária para tratar sobre a qualidade dos serviços prestados pela CRT Brasil Telecom aos usuários gaúchos. Na audiência pública, o funcionário licenciado da CRT, Luis Fernando da Costa Gomes, acusou a empresa de se omitir em relação a irregularidades cometidas por empresas de manutenção terceirizadas, que segundo ele, estariam causando um grande ônus aos usuários. Nesta mesma linha, o presidente do Sintel, José Jurandir Teixeira Leite, combateu a terceirização dos serviços e pediu providências à empresa no que tange ao controle dos cartões telefônicos roubados. O gerente regional da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), João Jacob Bettoni, esclareceu na reunião os procedimentos adotados pela entidade no Plano Geral de Metas de Qualidade, onde há indicadores que são avaliados nas prestadoras de serviços telefônicos mensalmente. De acordo com Bettoni, em janeiro de 2001 a Anatel recebeu 888 reclamações, 881 foram resolvidas de imediato pela CRT e sete ficaram para o mês de fevereiro. “Apenas 0,79% das pendências não foram resolvidas, o que é um índice muito positivo”. Ele informou ainda, que há engenheiros da agência fazendo uma auditoria - que durará cerca de 30 dias - na CRT para conferir e fiscalizar os indicadores de qualidade da empresa. A superintendente jurídica da CRT, Susi Mari de Assis Brasil, abordou sobre o compromisso da companhia de atender com seriedade e competência a população. “A CRT atendeu as 35 metas de qualidade da Anatel. Hoje além de contarmos com uma tecnologia de primeiro mundo, disponibilizamos cerca de 60 mil terminais de uso público e proporcionando a geração de 15 mil empregos diretos e indiretos, com uma previsão de recolher, este ano, R$ 400 mil de ICMS para os cofres do Estado”. Em relação as denúncias apontadas pelo servidor licenciado, a superintendente disse que a empresa não se omitiu em entregar os documentos, com a maior transparência, à Anatel e ao Ministério Público para que possa ser julgada a procedência ou não de irregularidades. O presidente do Procon (Programa Estadual de Defesa do Consumidor), Benhur Rava, trouxe a audiência informações de que em 1999 chegaram ao órgão 815 reclamações, que se tornaram expedientes administrativos, no ano de 2000 o número caiu para 254 e em 2001, até esta data, foram registrados 123 casos de descontentamento com os serviços prestados pela CRT. O superintendente de Operação e Manutenção de Rede da CRT, José Luis Salcedo, afirmou que a companhia alterou substancialmente a forma de pagamento das empresas terceirizadas. “Antes se pagava pelos reparos, atualmente se paga em cima de metas de qualidade”. O presidente da Comissão de Serviços Públicos, deputado estadual Elmar Schneider, considerou extremamente positiva a reunião. “Ouvimos representantes da Anatel, do Ministério Público, dos sindicatos, das associações, de diretores da CRT. Acredito que a Comissão ao intermediar este processo esta mais uma vez buscando cumprir o seu papel de garantir à sociedade rio-grandense um serviço público de alta qualidade”. O presidente afirmou que a Comissão vai aguardar a conclusão do inquérito que apura as irregularidades denunciadas e a auditoria da Anatel. Participaram ainda da audiência pública, os deputados José Gomes (PT), Luis Fernando Schmidt (PT) e Kalil Sehbe (PDT), os promotores públicos, Alexandre Lipp João e Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, o diretor presidente da Anaatelcom (Associação Nacional Beneficente de Assistência, Proteção e Defesa dos Acionistas, Assinantes e Adquirentes de Linhas Telefônicas Convencional, Móvel e Celular) e superintendentes da CRT Brasil Telcom

06/01/2001


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