Lobão afirma que CPI errou ao generalizar acusações contra Banco do Brasil
O senador Edison Lobão (PFL-MA) afirmou, em discurso no Plenário, nesta sexta-feira (31), que é equivocado trecho do relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios que atribui ao Banco do Brasil (BB) responsabilidade pelo financiamento do chamado "valerioduto." Antes mesmo da criação da CPI, uma auditoria do BB já havia detectado o desvio de recursos através da Visanet (Companhia Brasileira de Meios de Pagamento) e tomado providências para sanar as irregularidades, explicou o senador.
Por conta da publicação dessas conclusões consideradas falsas pelo senador Lobão, caiu o valor das ações do Banco do Brasil. O banco é um dos sócios da Visanet. O relatório responsabilizou o BB pelas negociações firmadas por meio da Visanet pois, segundo o texto, o banco possui autonomia para utilização dos recursos provenientes do fundo de incentivo Visanet e, portanto, seus diretores seriam os responsáveis pela alocação desses recursos e pelas irregularidades apresentadas no relatório da CPI.
Lobão afirmou que o relatório deve ser corrigido e melhoradas suas conclusões, para atribuir o devido peso da responsabilidade de empresas privadas como a Visanet na alimentação desses financiamentos.
As generalizações e a falta de precisão do relatório em relação a esses fatos permitem que se confunda o papel de uma instituição nacional com a ação de determinados funcionários em um período de tempo específico, argumentou Lobão.
- Vamos separar aqui o desvio de conduta de um ou mais funcionários. Foram desvios apontados na própria auditoria do Banco do Brasil. Contra estes, o Banco do Brasil está abrindo processo (e não por conseqüência da CPMI). Investigou antes mesmo da CPMI. Modificou toda a estrutura de contratação das ações de marketing, mudou pessoas e rotinas - declarou o senador.
O Banco do Brasil, lembrou Edison Lobão, é a maior instituição financeira da América Latina. Seu papel na economia brasileira não tem paralelo, seja no apoio à produção e ao comércio exterior, seja nas pequenas comunidades e nas regiões mais desamparadas, onde os bancos privados certamente não estão e nem querem estar, disse Lobão.
31/03/2006
Agência Senado
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