Comissão toma três depoimentos em Cuiabá



Integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas estão nesta segunda-feira (10) em Cuiabá para a tomada de depoimento dos três principais acusados de envolvimento na compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento da União: a ex-assessora especial do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino e os empresários Darci José Vedoin e seu filho, Luiz Antônio Trevisan Vedoin. Os depoimentos serão prestados na sede da Assembléia Legislativa de Mato Grosso.

Maria da Penha será ouvida a partir das 14h desta segunda. A ex-assessora é acusada de intermediar recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias a preços superfaturados, em um esquema que também contaria com a participação de empresários como Darci José Vedoin e seu filho Luiz Antônio Trevisan Vedoin, parlamentares, funcionários públicos e prefeitos.

Na terça-feira (11), às 9h, serão tomados os depoimentos dos dois empresários, proprietários, respectivamente, das empresas Planam e Santa Maria, investigadas por serem apontadas como responsáveis pela montagem dos veículos que eram entregues às prefeituras.

No grupo de parlamentares que foi para Cuiabá estão o presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), o relator, senador Amir Lando (PMDB-RO), e o vice-presidente do colegiado, deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Os depoimentos serão acompanhados ainda pelos senadores Sibá Machado (PT-AC) e Heloísa Helena (PSOL-AL) e pelos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Fernando Gabeira (PV-RJ) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Os parlamentares da CPI esperam que o depoimento prestado na semana passada por Luiz Antôonio Vedoin, na 2ª Vara Federal de Cuiabá, possa também ajudar a comissão a descobrir como funcionava o esquema fraudulento para a compra das ambulâncias, que eram adquiridas a partir de emendas parlamentares apresentadas ao Orçamento da União.

Os integrantes da CPI dos Sanguessugas deverão retornar a Brasília ainda na terça-feira, no final da tarde.

Trabalhos da CPI

As denúncias sobre o desvio de recursos do Orçamento para a compra de ambulância a preços superfaturados vêm sendo investigadas pela Polícia Federal (PF), Ministério Público (MP), Procuradoria Geral da República (PGR) e Supremo Tribunal Federal (STF) e geraram o pedido de instalação da CPI dos Sanguessugas.

Instalada no dia 22 de junho deste ano, a CPI tem prazo de 30 dias para concluir seus trabalhos do colegiado. Esse prazo pode ser prorrogado por mais 30, segundo acordo firmado entre líderes partidários durante a instalação da comissão. Porém, o período regimental para o funcionamento de uma Comissão Parlamentar de Inquérito é de 180 dias, conforme prevêem os regimentos internos das duas Casas do Congresso.

Assim que foi instalada, a primeira providência dos membros da CPI Mista foi requisitar, às autoridades judiciais e policiais, documentos sobre a venda irregular das ambulâncias, como forma de agilizar os trabalhos da comissão. Em 23 de junho, Amir Lando reuniu-se com o procurador federal Mário Lúcio Avelar, responsável pela investigação da "máfia das ambulâncias" em Mato Grosso.

No dia 26 de junho, o relator da comissão e Biscaia encontraram-se com o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, com o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e com a presidente do STF, ministra Ellen Gracie Northfleet.

No dia 27 de junho, Lando e Biscaia reuniram-se com o controlador-geral da União, Jorge Hage. Na ocasião, requisitaram cópias de todas as investigações desenvolvidas até o momento com relação à Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, bem como dos respectivos requerimentos de instauração de inquérito contra parlamentares, além das denúncias já oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF).

A CPI colheu as primeiras informações nos depoimentos de dois convidados, no último dia 4 de julho. Em reunião fechada, foram ouvidas duas autoridades responsáveis pelo início das investigações sobre a máfia das ambulâncias em Mato Grosso: o delegado da Divisão de Crime Organizado da Polícia Federal Tardelli Boaventura e o procurador regional da República naquele estado Mário Lúcio Avelar.



10/07/2006

Agência Senado


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