Compras por pregões fazem USP economizar R$ 700 mil



Os dados são do Instituto de Química de São Carlos (IQSC)

Instituídos por legislação federal em 2002, os pregões já fazem parte do cotidiano da administração pública brasileira. Trata-se de um sistema de compras que tem como meta desburocratizar os procedimentos de compra de produtos, mantendo sua transparência, e garantir ao Estado a aquisição de itens de qualidade e por preços baixos.

A USP, por meio de suas unidades, adquire produtos por pregões. E a economia que 12 unidades obtiveram devido ao procedimento superou os R$ 690 mil entre 2003 e 2006. Os dados são de pesquisa desenvolvida por José Marcelo Timarco, analista contábil financeiro do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP. O estudo foi apresentado como trabalho de conclusão de curso do analista no Centro Universitário Central Paulista (Unicep), e defendido em janeiro.

Metodologia

Timarco estudou os pregões realizados por 12 unidades da USP entre 2003 e 2006. Os dados estão disponíveis no site www.pregao.sp.gov.br, da Secretaria de Gestão Pública, que contempla todos os pregões realizados no estado.

No procedimento do pregão, quem faz a compra informa o preço de referência para o produto. Em geral, esse preço de referência é calculado com base no valor médio do preço do produto no mercado. O analista verificou a diferença registrada entre o valor de referência e o efetivamente pago pelo produto, e aí que se constatou a economia.

“Apenas precisamos tomar cuidado com a observação do valor de referência. Em alguns casos, aponta-se um valor bem superior ao da realidade de mercado, o que sugere uma economia que, de fato, não se verificou, ao menos não naquela dimensão que os números sugerem”, ressalta Timarco.

Exemplos práticos da economia realizada: no ano passado, a Prefeitura do Campus Administrativo de São Carlos (PCASC) abriu pregão para compra de materiais de limpeza e higienização. O valor previsto para o gasto foi de R$ 156.458,56, e a compra foi fechada por R$ 125.844,00. Economia de 19,57%. Em outro procedimento, realizado pelo Centro de Computação Eletrônica (CCE) em 2004 para a compra de softwares, o valor pago foi de R$ 118.835,50, contra uma previsão de R$ 187.115,50, o que representou uma economia de 36,49%.

Sugestões

O analista também apresentou sugestões para que os ganhos econômicos obtidos por meio dos pregões sejam ainda maiores. Segundo ele, o estabelecimento preciso de um valor de referência – o que prejudicou, em alguns casos, a obtenção de dados mais confiáveis sobre a economia gerada pelo sistema – é imperativo para que os custos sejam reduzidos. “Tem que se fazer uma pesquisa no mercado mais bem elaborada”, confirma Timarco. Para o analista, assim pode-se saber até que ponto o preço pago pelas entidades é justo.

Timarco sugere também que unidades se juntem para a aquisição de produtos em comum. “Unidas, as entidades teriam maior poder de compra para adquirirem itens que precisem, e assim poderiam negociar preços melhores”, diz Timarco.

As  unidades analisadas por Timarco foram, além da PCASC, CCE e IQSC, a Reitoria da Universidade (RU), a Escola Politécnica (Poli), o Instituto de Física de São Carlos (IFSC), a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), a Faculdade de Medicina (FM), a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP), o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), o Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) e a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC).

Da USP Online



10/10/2007


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