Comunidades ribeirinhas avaliam atendimento do SUS na Amazônia
Até o próximo dia 20, representantes do Ministério da Saúde percorrerão municípios e comunidades de Rondônia em uma ação inédita: a Ouvidoria Itinerante Fluvial, que pretende coletar informações junto às populações ribeirinhas sobre a acessibilidade e a qualidade dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta segunda-feira (12), uma equipe da Ouvidoria Geral do SUS atracou em Calama (Porto Velho).
As informações colhidas junto aos usuários do SUS e profissionais de saúde vão subsidiar políticas de melhoria do acesso e da qualidade nos serviços públicos de saúde, coordenadas pelo Departamento Nacional de Apoio à Gestão Participativa.
“Temos trabalhado para apoiar ouvidorias itinerantes em saúde. É a primeira vez que uma ação de ouvidoria vai até os usuários ribeirinhos para saber se eles estão sendo bem atendidos e se têm acesso à saúde pública de qualidade. Muitas vezes, devido às circunstancias geográficas e ao isolamento, o cidadão não sabe do direito de manifestar-se sobre sua relação com o SUS”, avalia o Ouvidor Geral do SUS, Luis Carlos Bolzan.
O projeto foi estruturado em três eixos. Durante a “escuta clássica”, o ouvidor colhe sugestões, reclamações e eventuais denúncias dos usuários das comunidades, disseminando orientações sobre cuidados com a saúde. Após esta fase, será realizada uma pesquisa de satisfação específica sobre as impressões dos usuários quanto à acessibilidade e à qualidade dos serviços de saúde na região. Em cada comunidade visitada será feita uma roda de conversa, oportunidade em que os moradores apresentarão um diagnóstico sobre desafios mais comuns da saúde pública na região. Além de Calama, outras comunidades localizadas às margens do Rio Madeira, afluente do Rio Amazonas, serão acolhidas pela ouvidoria itinerante até 20 de março.
O projeto piloto da Ouvidoria foi integrado à Operação Aciso (Ação Cívico-Social), desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho em parceria com a Casa Militar do governo estadual, que leva às populações ribeirinhas serviços de cidadania e saúde.
Dentro de um “barco hospital”, que levará a equipe da Ouvidoria do Ministério da Saúde durante os próximos dias, profissionais de saúde realizam atendimentos médicos, odontológicos e laboratoriais. O barco oferece,ainda,serviço de emissão de documentos como por exemplo, RG, CPF, certidão de nascimento, carteira de trabalho, entre outros.
Neste ano, o ministério começou a distribuir a Carta SUS, uma nova ferramenta que permite aos usuários avaliar o atendimento e os serviços prestados nos hospitais da rede pública ou unidades conveniadas. Para evitar que o usuário seja cobrado indevidamente, a carta informa ainda quanto o SUS pagou pelo atendimento e pede que eventuais cobranças realizadas sejam comunicadas.
A partir de abril, o Ministério da Saúde também vai realizar contatos telefônicos com as mulheres que tiveram filhos durante o mês de março, com perguntas sobre qualidade da assistência à saúde durante o pré-natal, parto e pós-parto. A pesquisa, que agora será implantada em todo o território nacional, também teve início em um projeto piloto realizado pela Ouvidoria Geral do SUS, em novembro do ano passado.
Fonte:
Ministério da Saúde
14/03/2012 14:43
Artigos Relacionados
Doação de equipamentos beneficiará comunidades ribeirinhas
Comunidades ribeirinhas do Amazonas recebem unidade de saúde fluvial
Previdência leva de barco serviços das agências para comunidades ribeirinhas
Conab vai usar embarcações para abastecer famílias ribeirinhas da Amazônia
Mães que tiveram filhos na rede pública avaliam por telefone o atendimento do SUS
Programa leva atendimento contínuo a comunidades isoladas