Programa leva atendimento contínuo a comunidades isoladas
A região Norte do País tem algumas particularidades, como a vasta dimensão dos municípios, o que leva ao isolamento geográfico de muitas comunidades ao longo dos rios e também na zona terrestre. É o que acontece no entorno da zona urbana de Manaus (AM), composta por comunidades ribeirinhas ao longo dos rios Negro e Solimões. O programa Mais Médicos do Ministério da Saúde tem conseguido levar atendimento médico na atenção básica a algumas comunidades isoladas de Manaus.
“Na região Norte, temos dois fatores que influenciam na saúde: o isolamento geográfico e a questão climática, com a variação nos níveis de água dos rios, o que dificultam o transporte”, resume o Coordenador da Atenção Básica de Manaus, o médico Nilson Ando. Outra dificuldade era a rotatividade de médicos nas regiões mais isoladas. “Nessas comunidades ribeirinhas a rotatividade é grande. O colega, quando consegue algo melhor, acaba saindo. Não conseguíamos ter uma estratégia para os profissionais se fixarem”, explica.
Segundo o Dr. Nilson, quando o profissional não se fixa no local, não é possível ter uma atenção contínua das pessoas por parte do médico. Essa vinculação entre paciente e médico preconizada pela Saúde da Família fica prejudicada. Para o coordenador, o Mais Médicos está sendo fundamental para a ampliação do atendimento na zona rural.
Há 20 anos moradora da comunidade ribeirinha Nossa Senhora de Fátima, que fica de 20 a 30 minutos de lancha da área urbana de Manaus, Leomar Alves dos Santos, de 59 anos, se diz satisfeita com o médico brasileiro José Luís Miranda, participante do Mais Médicos. “Para mim ele é ótimo, me deu muita orientação quando eu estava com infecção urinária, como tinha que agir, beber muito líquido, sempre atende com muita atenção e delicadeza. Já estou curada da infecção. Não precisei ir para Manaus”, conta Leomar. Agora, com Dr. José Luís Miranda, a Unidade Básica de Saúde (UBS) do povoado conta com atendimento de segunda à sexta.
Com 27 anos de experiência na atenção básica, esta foi a primeira vez que José Luis Miranda, formado em Manaus, foi atender em uma comunidade ribeirinha e acabou gostando. “É um trabalho diferente por ser em uma comunidade mais isolada. Você acaba ficando mais tempo com os usuários e conhecendo-os mais”, explica Miranda. Além da comunidade de Nossa Senhora de Fátima, o Dr. José Luís também presta atendimento a outras quatro comunidades próximas.
O profissional diz gostar da atenção básica porque nela se vê resultados gratificantes. “Desde que se tenha uma equipe (de saúde da família) formada - como agora – dá para fazer uma prevenção bem legal”, comemora. “Às vezes para resolver problemas de saúde no centro da cidade demandaria um exame sofisticado e toda aquela parafernália. Quando conseguimos resolver somente com o exame clínico é muito gratificante, tanto pra gente profissionalmente como para o paciente”, ressalta o médico.
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30/01/2014 17:07
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