Confissão de Arruda deve acelerar trabalhos do Conselho de Ética



O discurso do senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), que relatou nesta segunda-feira (dia 23) a sua participação no processo que resultou na violação do painel eletrônico do Senado, deve acelerar o processo de investigação do episódio pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Apesar de não emitir juízo sobre a participação dos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Arruda na fraude, o presidente do conselho, Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que em aproximadamente 30 dias o relatório sobre o caso deverá estar pronto para votação pelo Plenário. "Houve uma confissão, o que nos poupa boa parte das investigações", frisou Tebet.

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), afirmou que a confissão pode atenuar a pena de Arruda. Tuma disse que o depoimento do ex-líder do governo ainda é necessário. "As diferenças entre o depoimento da ex-diretora do Prodasen Regina Borges e o discurso de Arruda não são mera retórica, já que é possível que ela tenha entregue a lista com o objetivo de agradar o senador". Arruda sustenta que apenas fez uma consulta sobre a possibilidade de se extrair uma lista do painel de votações.

O senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO) disse que o fato de Arruda ter falado a verdade pode pesar a seu favor. "Não posso eximi-lo de culpa, mas não posso deixar de constatar que o depoimento lhe foi favorável". Siqueira Campos negou que o PFL vá divulgar uma moção de apoio ao senador Antonio Carlos Magalhães, também envolvido no episódio. "A questão não é partidária", resumiu.

Presente no plenário no momento do discurso, o líder do governo no Congresso, deputado Artur Virgílio (PDSB-AM), manifestou apoio a Arruda (PSDB-DF). Ele foi categórico ao afirmar que o presidente Fernando Henrique Cardoso não tinha conhecimento da lista de votação. Segundo Virgílio, o presidente não teria motivo para querer ver a lista, já que o assunto não teria impacto algum sobre os temas da preocupação do Executivo.

23/04/2001

Agência Senado


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