Conflitos por terra em Mato Grosso do Sul atingiram nível insustentável, afirma Moka



O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) afirmou, nesta quarta-feira (12), que os conflitos pela posse de terra em Mato Grosso do Sul chegaram a um nível "inadmissível e insustentável". O parlamentar destacou a morte do índio Osiel Gabriel em confronto com a Polícia Federal, durante desocupação de uma fazenda invadida em Sidrolândia (MS), e lamentou a perda de uma vida em consequência da omissão do poder público com uma questão que se arrasta há anos.

O senador citou reportagens publicadas sobre o assunto e disse que a maneira como a narrativa das invasões indígenas têm ocorrido causam perplexidade.

- Parece tratar-se de ação de grupos extremistas, que conquistam territórios à base da força e da violência, para não dizer outra coisa, como o fato de os índios invasores estarem armados com facões, foices, arcos e flechas e até armas de fogo – explicou.

Moka citou relatório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), publicado no jornal O Globo, revelando que das seis áreas demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) no Paraná, quatro jamais foram habitadas algum dia por nativos. Para o senador, o relatório indica que milhares de hectares de terra têm sido demarcados a partir de processos incompletos e muitas vezes irreais, elaborados por uma única mão, a Funai.

- Tenho dito há anos que o Brasil tem uma dívida secular com o povo indígena. Mas essa conta não pode e não deve ser debitada apenas nas costas de um setor do país, no caso, os agricultores, cuja contribuição tem sido decisiva para que a balança comercial brasileira registre superávit mês após mês – ponderou.

Waldemir Moka ressaltou que o país não pode conviver mais com conflitos que podem causar novas tragédias, de proporções ainda maiores.

Em aparte, os senadores Ruben Figueiró (PSDB-MS), Armando Monteiro (PTB-PE), Ana Amélia (PP-RS), Ivo Cassol (PP-RO) e Sérgio Souza (PMDB-PR) parabenizaram Moka pelo pronunciamento e destacaram a urgência das instituições responsáveis adotarem as providências necessárias para a resolução do problema.

Para Cassol, a Funai, como órgão representante dos índios, está fazendo um trabalho de lavagem cerebral para criar tumulto e conflito entre quem produz, quem trabalha e os indígenas. Apesar de reconhecerem o débito da sociedade brasileira com os indígenas, os senadores Armando Monteiro e Ana Amélia destacaram que os agricultores e produtores do país não podem continuar trabalhando com essa insegurança jurídica.

- A forma como as comunidades e as etnias estão agindo foge ao controle e também a uma manifestação típica dos povos indígenas. É inaceitável o que está acontecendo ao desabrigo da lei: essa desproteção total dos agricultores, que estão trabalhando e querem segurança jurídica, segurança física, patrimonial e pessoal para  continuar trabalhando – destacou Ana Amélia.



12/06/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Waldemir Moka diz que Mato Grosso do Sul tem 79 fazendas invadidas por indígenas

Waldemir Moka manifesta preocupação com impacto do câmbio no Mato Grosso do Sul

Waldemir Moka pede ação do governo em conflito por terras no Mato Grosso do Sul

Mozarildo destaca que Senado vai observar conflitos em Roraima e Mato Grosso do Sul

TRF autoriza continuidade de demarcação de terra indígena em Mato Grosso do Sul

Ato ministerial restringe entrada em terra indígena em Mato Grosso