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Somente em dezembro passado foram mais de 12 mil visitas. No resto do ano, chegaram a 20 mil em abril, graças aos feriados de Tiradentes e da Semana Santa, e a quase 22 mil, em julho, mês de férias. Janeiro tradicionalmente também atrai muita gente: só no último domingo (8), 1.200 pessoas passaram pelo Palácio. Os grupos da visita guiada, feita em conjunto com a Câmara, estão cada vez mais cheios.

- Cresce o interesse das pessoas em compreender o que é o Senado e a Câmara, qual o papel que exercem para o país. As pessoas têm vindo pra cá interessadas nisso. As escolas percebem também que é uma atividade muito rica para os alunos, tanto do ensino fundamental quanto do médio e superior - avaliou Aguirre Estorilio, coordenador da visitação institucional no Senado.

Brasília, que tinha fama de ficar vazia nos fins de semana, está recebendo mais turistas, e a visita ao Congresso, que vem sendo mais divulgada, acaba sendo logo lembrada, observou ainda Aguirre.

- Aqui não fecha nunca. O Congresso abre todos os dias, é uma opção de passeio cívico interessante, e as pessoas vêm para Brasília já esperando isso. E nós estamos prontos para recebê-los - declarou.

Fabiana Machado, brasiliense, trouxe o namorado, Slim Berhouma, da Tunísia, para visitar a cidade, que não conhecia ainda. Slim se disse empolgado com o Congresso, cuja construção é muito diferente do seu país, e afirmou querer conhecer o máximo possível da capital, que o impressionou pela arquitetura e natureza.

Instigado a comparar o funcionamento político-legislativo dos dois países, Slim disse ser difícil fazê-lo por causa das recentes mudanças pelas quais seu país passou, com a revolução que levou à destituição do então presidente, Ben Ali, no poder há 23 anos.

Funcionários públicos de Rondônia, Fabio e Tatiana Campos também resolveram ver de perto o Congresso, interessados principalmente na estrutura arquitetônica, na história do Parlamento e nos assuntos tratados, que os interessa. Entre os visitantes, estava ainda sua sobrinha de oito anos, Gabriela Campos, empolgada por "estar dentro daquela bola", referindo-se às cúpulas do prédio principal.

Já Solange Paglia, de Curitiba, trouxe o sobrinho, Enrico Paglia, e o cunhado, Cesare Paglia, ambos da Itália, para conhecer Brasília. Cesare afirmou estar impressionado com os espaços de "arquitetura estranha" e com a facilidade para visitar os órgãos públicos.

- Em Roma é muito burocrático, é preciso programar, agendar antes - disse.

A Itália é o quinto país a mais enviar turistas ao Congresso, em 2011, 363 italianos visitaram a instituição. Os franceses foram os que mais estiveram na Casa, 899, seguidos pelos americanos, com 746 visitas, pelos alemães, com 412 e pelos chineses, com 385. O país que menos visitou o Palácio foi a Colômbia, somente 183 cidadãos vieram ao longo do ano.

Visitas

As visitas acontecem todos os dias, inclusive aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h, sem interrupções, com saídas de grupos a cada 30 minutos, a partir do Salão Negro. A entrada é feita pela rampa voltada para a Esplanada dos Ministérios.

Os grupos são conduzidos por uma equipe de monitores das duas Casas legislativas e percorrem um roteiro que mostra os principais pontos do Congresso, como os plenários, a exposição Túnel do Tempo e os Salões Negro, Verde e Azul, além das inúmeras obras em exposição de artistas como Di Cavalcanti, Marianne Peretti, Fayga Ostrower e Alfredo Ceschiatti, entre outros.

Durante o percurso são abordados temas como a arquitetura do Palácio, a história, o papel, a estrutura e o funcionamento do Legislativo no Brasil. Para visitantes individuais ou pequenos grupos não é necessário agendamento prévio, chegando ao Salão Negro, basta esperar o início da próxima visita guiada.

Aguirre Estorilio lembra que é possível agendar a visitação para atendimento especial às pessoas com deficiência ou a grupos que necessitem de guia que fale em inglês. Mais informações pelos telefones (61) 3303-4671 e 3303-1581 ou na página do Visite o Congresso.

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