Conheça a história de desenvolvimento dos chips no País



O chip ou Circuito Integrado (CI) é um dos semicondutores mais importantes em um produto eletrônico moderno, como notebooks ou smartphones. Para atender a crescente demanda, o País conta com o CI-Brasil, programa ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia responsável por desenvolver a indústria nacional de microeletrônica.

Um dos objetivos do CI-Brasil é formar especialistas por meio do Programa Nacional de Formação de Projetistas de Circuitos Integrados.

Diversas empresas, centros de pesquisa e startups integram o setor de Circuito Integrado no País. Algo bem diferente do Brasil dos anos 1950. As primeiras instituições a desenvolverem pesquisas de semicondutores foram o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), a partir de 1953, e o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), nos anos 60, quando a indústria eletrônica brasileira começou a ser implementada.

Em 1968, a Escola Politécnica da USP inaugurou o primeiro laboratório de microeletrônica do País, o LME, pioneiro no desenvolvimento de várias tecnologias, entre elas, a criação do primeiro chip 100% nacional em 1971.

Em 1974, é a vez de a Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fundar o LED (Laboratório de Eletrônica e Dispositivos), que desenvolveu equipamentos de microeletrônica, como fornos térmicos. O LED é o atual Centro de Componentes Semicondutores (CSS), responsável por pesquisa de ponta em técnicas de micro e nano tecnologias, além de cursos de graduação, de pós-graduação e de extensão na área.

O mercado de microeletrônica expandiu-se nos anos 70, puxado pelo aumento do consumo de bens de consumo duráveis – geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupa etc. Nos anos 80, pouco mais de 20 empresas fabricantes de componentes eletrônicos já operavam no Brasil.

O setor sofreu uma retração com a Lei de Informática, de 1991. O objetivo era fomentar um mercado nacional, mas o efeito foi contrário. Pela legislação, ganhariam isenção as empresas que cumprissem o chamado Processo Produtivo Básico (PPB), que fixava um percentual mínimo de nacionalização. Mas essa nacionalização era para os produtos finais, e não para a produção dos chips.

Sem incentivos, várias empresas fecharam ou saíram do País, que passou a importar chips. Entre 1989 e 1998, a produção nacional de semicondutores caiu de US$ 200 milhões para US$ 54 milhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

Só em 2001, com a nova Lei de Informática, a produção de chip voltou a ter força. A partir de então, os fabricantes teriam até 97% de desconto do IPI (Imposto de Produtos Industrializados), desde que investissem 5% do faturamento em pesquisa de novas tecnologias. Depois desta, outras leis ampliaram a possibilidade de isenções fiscais que aceleraram o desenvolvimento de inovações tecnológicas dentro do Brasil.

O grande marco veio em 2008, com a fundação do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica (Ceitec), empresa pública federal responsável por desenvolver chips com tecnologia nacional. O Ceitec é  a primeira fábrica de chips da América Latina.

Chip orgânico

Outra iniciativa que também ganha destaque na corrida tecnológica brasileira é a pesquisa em eletrônica orgânica, ou seja, com produtos baseados em carbono em vez dos tradicionais silício ou cobre.

O Instituto Nacional de Eletrônica Orgânica (Ineo), integrado ao Instituto de Física da USP em São Carlos (interior de São Paulo), desenvolve dispositivos eletrônicos a partir de moléculas orgânicas.

Esses componentes são utilizados, por exemplo, em telas luminosas e "displays" de computadores e televisão com a tecnologia OLEDs (em português, Diodo Orgânico Emissor de Luz). Uma tela com essa tecnologia é composta de moléculas que emitem luz ao serem atravessadas por uma corrente elétrica. Além de consumir menos energia, a tela exibe imagens com mais nitidez.

“Os trabalhos do Ineo estão focados, além de outras tecnologias ligadas à eletrônica orgânica, no desenvolvimento de dispositivos conservadores de energia, que podem simular, por exemplo, uma espécie de fotossíntese para gerar energia”, afirma Roberto Mendonça Faria, coordenador das atividades do instituto.

Fontes:
Ministério da Ciência e Tecnologia
Programa CI-Brasil
Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC)
Sociedade Brasileira de Microeletrônica
Centro de Componentes Semicondutores (CCS) da Universidade de Campinas (Unicamp)
Instituto Nacional de Eletrônica Orgânica



14/11/2013 14:05


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