Conselho buscará ampliar competitividade naval do Brasil frente a países da Ásia
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Fernando Pimentel, abriu a primeira reunião do Conselho de Competitividade de Petróleo, Gás e Naval destacando as expectativas do governo em relação ao crescimento e aprofundamento da cadeia produtiva do segmento. Segundo o ministro, esta é uma fronteira que o País já ultrapassou e na qual tem soberania e domínio, embora tenha um enorme campo pela frente a ser vencido. O conselho foi um dos seis que se reuniu na terça-feira (3) em Brasília.
Pimentel ressaltou que o primeiro desafio é aumentar a competitividade da indústria naval brasileira, que sofre a concorrência, sobretudo, de navios fabricados na Ásia. Mas lembrou que, no caso de águas profundas, o País está em situação privilegiada. “Ao contrário de entrar numa tecnologia já existente, e portanto, sujeita a ser ultrapassada dentro de algum tempo por alguma inovação, no caso das águas profundas, podemos entrar no final da cadeia e a partir daí construir a cadeia produtiva que nos interessa”, disse.
De acordo com o ministro, a grande demanda por bens e serviços no setor oferece condições ao País de controlar a oferta de tal maneira que seja possível beneficiar a cadeia produtiva nacional, o conteúdo local e a produção de conhecimento científico e de tecnologia de inovação. Para isso, Pimentel conclamou o conselho a trabalhar em sinergia com as políticas do governo federal, lembrando o discurso da presidenta Dilma Rousseff durante a solenidade de instalação dos conselhos de competitividade.
“A presidenta foi muito clara: vamos reduzir o custo de produção no Brasil sem sacrificar os trabalhadores, porque é do salário dos trabalhadores que nós formamos o mercado interno. Esta é a grande descoberta do modelo brasileiro de crescimento. Nós vamos manter isso e contamos com a participação de todos os senhores neste objetivo, que afinal, é o objetivo de todos”, finalizou.
Os conselheiros ainda discutiram os diagnósticos setoriais e as diretrizes que serão seguidas pelo grupo nas próximas reuniões a serem agendadas.
O conselho de competitividade é composto por representantes de empresas do segmento, centrais sindicais e órgãos do governo ligados ao setor. A coordenadora do grupo é a secretária de Desenvolvimento da Produção do Mdic, Heloisa Menezes, que também participou da reunião ao lado do vice-coordenador, Ricardo Cunha da Costa, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Bens de capital
Coordenado pelo BNDES, o conselho de competitividade de bens de capital contou, em sua reunião inaugural, com a presença do presidente do banco, Luciano Coutinho. Na abertura da reunião, ele anunciou mudanças na metodologia para cálculo do conteúdo local exigido nos financiamentos da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame) - linha de financiamento para produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional.
Segundo Coutinho, a medida, que ainda está em estudo, visa fortalecer o adensamento da cadeia produtiva nacional e irá complementar as demais anunciadas pela presidente Dilma Rousseff, dentro do Brasil Maior.
No total, seis conselhos de competitividade realizaram a primeira reunião na terça-feira, após a solenidade de instalação no Palácio do Planalto. Além de petróleo, gás e naval e de bens de capital, também se reuniram os conselhos de construção civil, de mineração, de química e de defesa, aeronáutico e espacial.
Fonte:
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
04/04/2012 19:23
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