Inpe apoiará países da África e da Ásia no monitoramento de florestas por satélite
O conhecimento e a tecnologia que tornaram o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) uma referência internacional no monitoramento do desmatamento e das queimadas será partilhado com países da África e do sudeste da Ásia a partir de 2011. "O objetivo é capacitar os países com ferramentas de geoprocessamento e observação espacial para que eles possam futuramente se adequar e se beneficiar do sistema de REDD que deverá ser definido no âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre o Clima", afirmou o diretor do Instituto, Carlos Nobre. REDD é um mecanismo de financiamento de ações que de alguma forma possam combater o desmatamento e a degradação ambiental, evitando a emissão para a atmosfera de gases de efeito estufa.
Além do monitoramento da cobertura florestal, o Inpe também ajudar países como Índia e África do Sul na modelagem climática. Para isso, os parceiros do projeto deverão realizar até o ano de 2012 missões oceanográficas conjuntas nos oceanos Atlântico e Índico com o objetivo de coletar dados para análises sobre os efeitos das mudanças climáticas na região.
De acordo com Nobre, uma parceria do Inpe com o instituto de pesquisa Planetary Skin Institute planeja estender este modelo de emissões para toda a Amazônia e transferi-lo para os países vizinhos nos próximos dois anos. A intenção é estendê-lo ainda para regiões tropicais da África.
Satélite para todos
No início de novembro de 2010, o INPE participou da Cúpula do Grupo de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês) em Beijing, na China. O GEO é uma organização intergovernamental que congrega 84 países, a Comissão Europeia e ainda 56 organizações internacionais. No evento, o instituto defendeu uma política global de livre acesso a dados de satélites.
O Brasil apoia a distribuição gratuita dos dados de satélites - a chamada Data Democracy - e, também, o programa Capaccity Building, que está sendo implementado pelo Inpe. O Capaccity Building consiste não só em disponibilizar os dados, mas em construir capacidade para recebê-los, interpretá-los, utilizá-los e levá-los com facilidade ao usuário final.
Em Beijing, foram definidas as metas para o triênio 2011-2013 com o objetivo de melhorar o acesso aos dados de observação da Terra e estudar suas aplicações, além de coordenar esforços para a fundação do Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra (Geoss).
O uso de dados de satélites de observação da Terra é uma ferramenta importante para o desenvolvimento econômico sustentável e garante benefícios para a sociedade em nove áreas: agricultura, biodiversidade, clima, ecossistemas, energia, saúde, desastres naturais, recursos hídricos e clima.
>> Acompanhe a participação do Brasil na COP 16
>> Leia entrevista de Carlos Nobre, chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre - Inpe.
01/12/2010 17:10
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