Conselho de Ética vai votar unificação das representações contra Renan



A proposta de unificação de todas as representações por quebra de decoro parlamentar contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, será votada na próxima reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, marcada para o dia 26 de setembro. A informação foi dada nesta quarta-feira (19) pelo presidente do colegiado, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que, embora tenha rejeitado todos os aditamentos do PSOL para a tramitação em conjunto das representações contra Renan, vai deixar a decisão final para os 15 membros do colegiado.

- Continuo entendendo que cada representação deve ter tratamento distinto. Por isso, não defendo a idéia da unificação, por considerá-la impertinente, mas entendo os senadores que defendem essa idéia, porque é desgastante para o Senado ficar votando, todosos dias, perda de mandato - afirmou Quintanilha em entrevista à imprensa nesta quarta-feira.

O senador por Tocantins explicou que a sugestão de adiamento para a próxima semana da reunião do Conselho que estava marcada para esta quarta-feira, para analisar o relatório da segunda representação contra Renan - baseada na denúncia de que ele teria exercido tráfico de influência em favor da cervejaria Schincariol - foi do líder do PSOL no Senado, José Nery (PA), com base em duas justificativas. O senador do PSOL quer esperar a reunião da Mesa desta quinta-feira (20), que decidirá se envia ou não ao Conselho uma nova representação contra Renan, e discutir, na reunião do Conselho, a unificação das representações contra o presidente do Senado.

Renan Calheiros responde a dois processos no Conselho de Ética. Além da denúncia de favorecimento político a Schincariol para quitar dívidas da cervejaria junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e à Receita Federal, ainda há a denúncia de que o parlamentar teria comprado, em sociedade com o usineiro João Lyra, por intermédio de laranjas e sem declarar à Receita Federal, duas rádios e um jornal em Alagoas.

Nesta quinta-feira, a Mesa do Senado decide se envia ao Conselho de Ética uma nova representação para apurar denúncias de que Renan e o lobista Luiz Garcia Coelho teriam montado um suposto esquema de propinas para desviar recursos de ministérios comandados pelo PMDB. A outra representação - para investigar se o presidente do Senado teria recorrido a um funcionário da construtora Mendes Júnior para pagar parte de suas despesas particulares - foi considerada procedente pelo Conselho de Ética, mas rejeitada pelo Plenário da Casa, que arquivou, na semana passada, projeto de resolução pela perda do mandato de Renan.



19/09/2007

Agência Senado


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