Convidado para relatar quinta representação não responde. Quintanilha vai convidar outro



O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse nesta sexta-feira (19) que terá de buscar um novo nome para relatar a quinta representação, apresentada pelo PSOL contra o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já que o senador convidado não lhe deu resposta. A quinta representação é baseada na denúncia de que Francisco Escórcio, assessor afastado do gabinete de Renan, tentou espionar os senadores por Goiás Demóstenes Torres (DEM) eMarconi Perillo (PSDB).

- Como ele não me deu resposta, entendi a resposta - lamentou Quintanilha, que falou à Agência Senado pelo telefone enquanto visitava o interior do Tocantins.

O presidente do conselho disse que preferia não revelar o nome do senador convidado e que tem ainda algum tempo para encontrar um relator para o caso, uma vez que a representação ainda não chegou ao conselho, apesar de já ter sido admitida pela Mesa do Senado.

Diante da necessidade de designar um relator para a quinta representação e, daqui a alguns dias, para a sexta, protocolada na Mesa pelo PSOL na última quinta-feira (18), Leomar Quintanilha lamentou o que considera uma "banalização da representação por quebra de decoro".

- Daqui a pouco não vamos fazer mais nada, apenascuidar de representações e entrar em guerras políticas - criticou o senador por Tocantins.

A sexta representação tem como base a denúncia de que Renan favoreceu uma empresa fantasma com emenda ao orçamento da União no valor de R$ 280 mil.

Apurações

Quintanilha considera satisfatório o ritmo das apurações dos processos em andamento contra Renan. O presidente do conselho disse que o senador João Pedro (PT-AM), relator da segunda representação, que trata do suposto tráfico de influência em favor da cervejaria Schincariol, já ouviu os diretores da cervejaria, elaborou um questionário para que eles aprofundem suas respostas e solicitou documentos da Polícia Federal relativos a uma diligência da PF na empresa (Operação Cevada).

Quanto à terceira representação, relativa à suposta compra clandestina de um jornal e duas emissoras de rádio em Alagoas o relator, senador Jefferson Peres (PDT-AM), encaminhou o pedido para ouvir Ildefonso Antônio Tito Uchôa Lopes, apontado comotesta-de-ferro de Renan pela revista Veja, e Nazário Ramos, de quem as rádios e o jornal teriam adquiridos pelo presidente do senado em sociedade com o usineiro João Lyra, este último uma das fontes da revista. Os convites a Tito Uchôa e Nazário Ramos já seguiram pelo Correio.

- Resta saber se o relator vai aproveitar o depoimento que o João Lyra deu ao corregedor do Senado [senador Romeu Tuma (PTB-SP)] ou vai querer ouvi-lo novamente - disse Quintanilha.

Na opinião do presidente do conselho, a quarta representação, a respeito da montagem de um fundo de arrecadação com recursos de ministérios comandados pelo PMDB ainda não avançou muito em razão do atraso no recebimento dos autos pelo relator, senador Almeida Lima (PMDB-SE), que depois entrou de licença. Na reunião do conselho da última quarta, Almeida Lima disse que não tem condições de estipular um prazo para entregar seu parecer.

- Posso entregá-lo em oito ou quinze dias, mas também em um ano. O que posso garantir é que este processo não deixará de tramitar um único dia - afirmou o parlamentar.



19/10/2007

Agência Senado


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