Coordenador da PF lembra que Amazônia tem fronteiras vulneráveis
- A América do Sul é o único continente do mundo onde tem origem a cocaína. A cocaína cheirada no Japão sai da América do Sul. Temos oito mil quilômetros de fronteira com os países produtores, Peru, Bolívia e Colômbia, que mantêm, juntos, 95 mil hectares de coca plantados. Um hectare produz em média uma tonelada de cocaína - disse o coordenador de Operações de Fronteira da PF.
Além do narcotráfico, Spósito destacou outros problemas verificados pela PF na Amazônia, como a exploração indígena e a atuação de organizações não-governamentais (ONGs) e mineradoras internacionais na região. Essas empresas, segundo ele, geralmente atuam em torno da reserva indígena Roosevelt, em Rondônia, onde mais de 25 garimpeiros foram mortos no primeiro semestre de 2004.
- O subsolo brasileiro da Amazônia está praticamente em mãos de companhias estrangeiras, aproximadamente 34, entre elas a Vaaldiam. Em junho do ano passado, a empresa Rio Tinto aplicou treze milhões de dólares em Pimenta Bueno (RO), apenas em alvarás de pesquisa. As ONGs fazem parte de um 'lobby' de associações que visam influir na política nacional e são subvencionadas por governos estrangeiros com interesses no Brasil - disse.
Spósito lembrou ainda a atuação de terroristas na região, como os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), embora tenha destacado que o grupo não atua no território brasileiro. O representante da PF também ressaltou a ocorrência de biopirataria, de conflitos decorrentes da questão agrária e de agressões ao meio ambiente na Amazônia. A PF mantém atualmente mais de 18 operações na região, todas sob o comando do próprio Spósito.
25/05/2006
Agência Senado
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