COUTINHO: DESMATAMENTO REVELADO PELO INPE É ALERTA PARA O PAÍS
O senador Coutinho Jorge (PSDB-PA) disse hoje (dia 28) que a divulgação, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de dados sobre o desmatamento da floresta amazônica é um alerta para o país de que as formas de ocupação utilizadas na região pelos sucessivos governos precisam ser repensadas.
Na opinião do senador, é preciso criar áreas de florestas nacionais e combinar conservação com manejo sustentado, de modo a evitar a perda da biodiversidade e o aquecimento geral da Terra - as duas principais crises ambientais decorrentes da liquidação das florestas nativas.
Dos grandes projetos agropecuários da década de 70 aos programas de reforma agrária desenvolvidos pelo Incra na atualidade, o saldo médio no período de 1978 a 1988, segundo Coutinho Jorge, foi o desmatamento médio anual de 21 mil quilômetros quadrados da floresta amazônica. Para 14 mil quilômetros quadrados devastados em 94, o Inpe detectou o recorde de 20.059 quilômetros quadrados desmatados em 95, acrescentou.
Coutinho Jorge também comentou que o Inpe constatou, em 95, uma possível mudança no perfil dos principais responsáveis pela devastação da Amazônia - ao invés das grandes áreas dos projetos agropecuários da década de 70, pequenas áreas, de até 50 hectares.
Em aparte, a senadora Marina Silva (PT-AC) afirmou que as fotografias tiradas da região pelo satélite do Inpe não permitem a conclusão de que houve mudança no perfil dos principais responsáveis pelo desmatamento. Da constatação da existência de vários pequenos focos devastados "não é possível tipificar se a área total da propriedade é pequena, média ou grande", reiterou. De qualquer forma, enfatizou, a responsabilidade deve ser atribuída aos órgãos de implementação de reforma agrária na região e não aos trabalhadores assentados.
28/01/1998
Agência Senado
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