Covatti estranha desconhecimento da Agas sobre rapel



Durante a reunião de ontem da CPI do Preço do Leite, o presidente da Comissão, deputado Vilson Covatti (PPB), estranhou o desconhecimento do presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), João Carlos de Oliveira, sobre a prática de rapel - espécie de pedágio para a colocação de determinada marca nas gôndolas - pelas grandes redes de supermercado do Estado.

Segundo o parlamentar, a "falta de acompanhamento" da Agas sobre o setor possibilita o aumento da concorrência desleal entre grandes e pequenas redes.
"Diante da falta de dados concretos sobre o setor supermercadista, vamos chamar donos das maiores empresas para obtermos detalhes dos contratos com os fornecedores", afirmou.

Conforme Oliveira, as redes Sonae, Zaffari e Carrefour detêm 50% do volume de negócios no Rio Grande do Sul, e a margem de lucro sobre o preço final do leite fica entre 10% e 20%. O presidente da Agas disse, ainda, que irá remeter os dados requeridos pela CPI, como faturamento e participação dos supermercados no mercado leiteiro, ainda esta semana.

O segundo depoente do dia, Almir José Meireles, presidente da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV), revelou que o monopólio das embalagens de caixinha deve-se à preferência do consumidor por este tipo de produto, e negou que as indústrias adicionem substâncias químicas para aumentar o prazo de validade do longa vida. Ele também disse que o preço da embalagem não influencia no aumento do custo final do leite.

Novos depoimentos

Segunda-feira, às 10h, a CPI vai ouvir representantes das indústrias Piá, Consulat, Consuel e Santa Clara. A Comissão também está agendando os depoimentos das três maiores redes supermercadistas do Estado, importadores de leite e duas audiências públicas no interior.

11/22/2001


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