CPI da Pedofilia ouve bispo de Marajó
Os senadores Magno Malta (PR-ES), José Nery (PSOL-PA) e Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) ouviram na manhã desta sexta-feira (6), em Belém, o relato de Dom Luis Azcona, Bispo de Marajó, sobre a exploração sexual de crianças no arquipélago. Está programado para a parte da tarde o depoimento de João Carlos Vasconcelos Carepa, acusado de abusar de uma menina de 12 anos. O depoente é irmão da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa.
Os parlamentares participam de diligência na capital paraense iniciada na quinta-feira (5). Em entrevista por telefone à Agência Senado, José Nery manifestou preocupação com a situação em Marajó, uma das regiões de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado e alvo de recorrentes denúncias de exploração sexual de crianças. Conforme o senador, o bispo apresentou "um mapa dos crimes de abuso sexual", que envolvem inclusive autoridades locais.
Sobre o caso envolvendo João Carlos Carepa, os parlamentares ouviram nesta manhã a mãe da vítima, que depôs encapuzada para não ser reconhecida. A mãe da menina, que é prima da esposa de João Carlos Carepa, relatou aos senadores os abusos praticados contra a filha. O irmão da governadora deverá ser ouvido ainda nesta sexta-feira. De acordo com José Nery, o processo contra o acusado está adiantado e a audiência à CPI deverá contribuir para agilizar a conclusão do caso.
Deputado
Do trabalho realizado na quinta-feira (5) em Belém, Magno Malta, que preside a CPI da Pedofilia, destacou o depoimento de mais de quatro horas prestado pelo deputado estadual Luiz Afonso Sefer (DEM). O deputado é acusado de abusar de uma menor, filha de uma família humilde do interior do estado, levada para morar em Belém, na casa de Sefer.
- Foi um depoimento contraditório, confuso e desencontrado. Ele tentou apresentar a menor como se fosse um demônio e não conseguiu explicar em que condição abrigou a criança em sua casa - disse.
De acordo com informações prestadas pela assessoria de José Nery, o Ministério Público do Pará pediu o indiciamento e a prisão preventiva do deputado. A execução das medidas depende agora de autorização da Assembléia Legislativa do Pará, que poderá reunir-se para deliberar sobre o caso ainda nesta tarde.
Ainda sobre os depoimentos de quinta-feira, Magno Malta informou que os senadores também ouviram, em reunião reservada, a delegada que preside o inquérito contra o deputado. Os parlamentares ouviram ainda a ex-vereadora de Belém Marinor Brito, que foi presidente de uma CPI aberta na Câmara Municipal, em 2005, para investigar crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes na capital paraense.
06/03/2009
Agência Senado
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